ATA DA CENTÉSIMA VIGÉSIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 21-12-2009.

 

Aos vinte e um dias do mês de dezembro do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Pancinha, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Toni Proença e Valter Nagelstein. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Thiago Duarte, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Luciano Marcantônio, Lucio Barcelos, Luiz Braz, Mario Manfro, Mauro Zacher, Sérgio Kaminski, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. À MESA, foi encaminhado, pelo vereador Bernardino Vendruscolo, juntamente com o vereador Dr. Thiago Duarte, o Projeto de Lei do Legislativo n° 246/09 (Processo n° 5609/09). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 4071 e 4122/09, da senhora Fernanda Almeida Cappelini, Supervisora de Produtos de Repasse da Caixa Econômica Federal – CEF. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Centésima Oitava Sessão Ordinária e da Vigésima Segunda, Vigésima Terceira e Vigésima Quarta Sessões Extraordinárias. A seguir, o senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à senhora Jacqueline Terezinha Urroz Sanchotene, Coordenadora do Movimento Viva Gasômetro, que discorreu sobre questões atinentes ao Cais Mauá. Após, nos termos do artigo 206 do Regimento, a vereadora Fernando Melchionna e os vereadores Reginaldo Pujol, Engenheiro Comassetto e Valter Nagelstein manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e quarenta minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o vereador Ervino Besson. Após, foram apregoadas as seguintes Emendas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09 (Processo n° 3555/09): n° 23, de autoria da vereadora Fernanda Melchionna, Vice-Líder da Bancada do PSOL e dos vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Vice-Líder da Bancada do PTB, Carlos Todeschini, DJ Cássia, João Pancinha, Vice-Líder da Bancada do PMDB, Maria Celeste, Líder da Bancada do PT, Mauro Zacher, Líder da Bancada do PDT, Paulinho Ruben Berta, Vice-Líder da Bancada do PPS, Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do DEM, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença; n° 24, de autoria do vereador Pedro Ruas, Líder da Bancada do PSOL; n° 25, de autoria dos vereadores Airto Ferronato, Líder da Bancada do PSB, e Aldacir José Oliboni; n° 26, de autoria dos vereadores Haroldo de Souza, Líder da Bancada do PMDB, e Aldacir José Oliboni; n° 27, de autoria do vereador Airto Ferronato, Líder da Bancada do PSB; n° 28, de autoria do vereador Haroldo de Souza, Líder da Bancada do PMDB; nos 29 e 30, de autoria do vereador João Antonio Dib, Líder da Bancada do PP; n° 31, de autoria dos vereadores Elias Vidal, Líder da Bancada do PPS, Paulinho Ruben Berta e Toni Proença; n° 32, de autoria do vereador Luiz Braz, Líder da Bancada do PSDB, e da vereadora Sofia Cavedon; n° 33, de autoria da vereadora Maria Celeste, Líder da Bancada do PT; nos 34 e 36, de autoria dos vereadores Mauro Zacher, Líder da Bancada do PDT, e Beto Moesch; e n° 35, de autoria dos vereadores Airto Ferronato e Luiz Braz, respectivamente Líderes das Bancadas do PSB e PSDB. Ainda, foi apregoada a Subemenda n° 01, de autoria dos vereadores Haroldo de Souza e Waldir Canal, respectivamente Líderes das Bancadas do PMDB e do PRB, à Emenda n° 28, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09. Em seguida, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando votação em destaque para Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09: de autoria da vereadora Maria Celeste, com relação às Emendas nos 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27 e 28; de autoria do vereador Toni Proença, com relação à Emenda n° 23. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Pedro Ruas, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia de hoje, tendo o senhor Presidente declarado empossado na vereança o suplente Lucio Barcelos, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana. Após, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador João Carlos Nedel, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares nos dias de hoje e amanhã, tendo o senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Sérgio Kaminski, após a entrega de seu Diploma e Declaração de Bens, bem como a prestação do compromisso legal e indicação do Nome Parlamentar, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Na ocasião, foram apregoadas Declarações firmadas pelos vereadores João Antonio Dib, Líder da Bancada do PP, e Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do DEM, informando os impedimentos, respectivamente, do suplente Newton Braga Rosa e dos suplentes José Ismael Heinen, José Cláudio Freitas Conceição e Maristela Meneghetti em assumirem a vereança nos dias de hoje e amanhã, em substituição ao vereador João Carlos Nedel. Em continuidade, o senhor Presidente concedeu a palavra ao vereador Sérgio Kaminski, que se pronunciou nos termos do § 8º do artigo 12 do Regimento. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciou-se o vereador Engenheiro Comassetto, em tempo cedido pela vereadora Fernanda Melchionna. Durante o pronunciamento do vereador Engenheiro Comassetto, em Grande Expediente, foi realizada apresentação de áudio referente ao tema abordado por Sua Excelência, tendo-se manifestado a respeito os vereadores Bernardino Vendruscolo e Mauro Pinheiro e a vereadora Maria Celeste. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se a vereadora Maria Celeste e os vereadores João Antonio Dib, Elias Vidal, Airto Ferronato e Luiz Braz. Na oportunidade, a vereadora Maria Celeste manifestou-se acerca do pronunciamento do vereador João Antonio Dib, em Comunicação de Líder. A seguir, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando destaques para a votação de Emendas e Subemenda apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09: de autoria da vereadora Maria Celeste, com relação às Emendas nos 29, 30, 31, 32, 33, 34, 35 e 36 e à Subemenda n° 01 à Emenda n° 28; de autoria do vereador Beto Moesch, com relação às Emendas nos 01, 02, 12, 13, 14, 34 e 36. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Nilo Santos, Fernanda Melchionna, Mauro Zacher e Reginaldo Pujol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, pronunciou-se a vereadora Sofia Cavedon. Na oportunidade, o vereador Valter Nagelstein formulou Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em prosseguimento, foram apregoadas as seguintes Emendas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09: n° 37, de autoria do vereador Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do DEM; e n° 38, de autoria do vereador Airto Ferronato, Líder da Bancada do PSB, e da vereadora Fernando Melchionna. Também, foram apregoadas as seguintes Subemendas a Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09: nos 01, de autoria do vereador Valter Nagelstein, Líder do Governo, às Emendas nos 20 e 34; n° 02, de autoria do vereador Elias Vidal, Líder da Bancada do PPS, à Emenda n° 34; nos 01, de autoria do vereador Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do DEM, às Emendas nos 36 e 37; e n° 02, de autoria do vereador Waldir Canal, Líder da Bancada do PRB, à Emenda n° 37. Após, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando votação em destaque para Emendas e Subemendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09: de autoria da vereadora Sofia Cavedon, para as Subemendas nos 01 à Emenda n° 20, 01 à Emenda n° 34, 01 à Emenda n° 36 e 02 à Emenda n° 34; e de autoria da vereadora Maria Celeste, para a Emenda n° 37. Ainda, foram aprovados os seguintes Requerimentos, solicitando a retirada de tramitação de Emendas e Subemendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09: de autoria do vereador Valter Nagelstein, com relação à Subemenda n° 01 à Emenda n° 34; de autoria do vereador Beto Moesch, com relação à Emenda n° 13; e de autoria do vereador Airto Ferronato, com relação à Emenda nº 19. Em Discussão Geral e Votação, foram apreciados o Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09 e as Emendas e Subemendas apostas, após serem discutidos pelos vereadores Adeli Sell, Lucio Barcelos, Valter Nagelstein, Sofia Cavedon, Paulinho Ruben Berta, Beto Moesch, Fernanda Melchionna, Airto Ferronato, DJ Cássia, João Antonio Dib, Tarciso Flecha Negra, Dr. Raul, Mauro Pinheiro, Engenheiro Comassetto, Sérgio Kaminski, Alceu Brasinha, Toni Proença, Mauro Zacher, Maria Celeste, João Pancinha, Carlos Todeschini, Reginaldo Pujol, Luciano Marcantônio, Aldacir José Oliboni, Nilo Santos, Waldir Canal e Ervino Besson. Na ocasião, o vereador Valter Nagelstein manifestou-se acerca do pronunciamento da vereadora Fernanda Melchionna, na discussão do Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09. Ainda, o vereador Valter Nagelstein e a vereadora Maria Celeste formularam Requerimentos verbais, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando cópia dos relatórios de viagens em Representação Externa deste Legislativo, realizadas, respectivamente, pela vereadora Fernanda Melchionna e Valter Nagelstein, tendo-se manifestado a respeito a vereadora Fernanda Melchionna. Também, em face de Questões de Ordem e manifestações dos vereadores Sofia Cavedon, Luiz Braz, Mauro Zacher, Fernanda Melchionna, Dr. Raul, Nilo Santos, Elias Vidal, Reginaldo Pujol, Maria Celeste, Airto Ferronato, Valter Nagelstein e DJ Cássia, o senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca dos trabalhos deste Legislativo no dia de hoje e da tramitação e do processo de votação do Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09. Ainda, os vereadores Valter Nagelstein, Engenheiro Comassetto, Dr. Thiago Duarte, Alceu Brasinha, Haroldo de Souza, Maria Celeste, Luiz Braz, João Antonio Dib e Sofia Cavedon, manifestaram-se acerca do pronunciamento realizado pelo vereador Engenheiro Comassetto, na discussão do Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09. Na ocasião, o senhor Presidente registrou o recebimento de documentação relativa ao Projeto Integrado Socioambiental – PISA –, encaminhada a esta Casa pelo senhor André Luiz de Carvalho, Procurador do Tribunal de Contas da União. Também, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais. Após, a vereadora Fernanda Melchionna formulou Requerimento verbal, deferido pelo senhor Presidente, solicitando a leitura, por ocasião de suas votações, das Emendas e Subemendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09. Foi votada destacadamente e aprovada a Emenda n° 01, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09, por trinta e dois votos Sim e duas Abstenções, em votação nominal solicitada pelo vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, Ervino Besson, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, João Pancinha, Luciano Marcantônio, Lúcio Barcelos, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sérgio Kaminski, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença, Valter Nagelstein e Waldir Canal e optado pela Abstenção os vereadores João Antonio Dib e Sebastião Melo. Foi votada destacadamente e aprovada Emenda n° 02, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09. Na oportunidade, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem de apreciação das Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09, tendo-se manifestado a respeito a vereadora Fernando Melchionna e o vereador Valter Nagelstein. Foram votadas destacada e conjuntamente e aprovadas as Emendas nos 03, 04 e 05, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09. Na ocasião, a vereadora Sofia Cavedon encaminhou à votação a Emenda n° 03, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09. Foi votada destacadamente e rejeitada Emenda n° 06, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09, por dez votos SIM, dezoito votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação pela vereadora Sofia Cavedon, em votação nominal solicitada pelo vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, João Pancinha, Maria Celeste, Mauro Pinheiro e Sofia Cavedon, votado Não os vereadores Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, Luciano Marcantônio, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sérgio Kaminski, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Valter Nagelstein e optado pela Abstenção o vereador Sebastião Melo. Na oportunidade, foram aprovados os seguintes Requerimentos relativos ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09: de autoria da vereadora Maria Celeste, solicitando a retirada do destaque para a votação das Emendas nos 08, 09, 29, 30 e 36, e de autoria do vereador Aldacir José Oliboni, solicitando a retirada de tramitação da Emenda n° 26. A seguir, a vereadora Sofia Cavedon formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Às dezenove horas e cinquenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às vinte horas e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, a vereadora Maria Celeste formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Às vinte horas e seis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às vinte horas e onze minutos, constatada a existência de quórum. Após, em face de Questões de Ordem e manifestações efetuadas pelos vereadores Nilo Santos, Toni Proença, Maria Celeste, Valter Nagelstein, Fernanda Melchionna e Airto Ferronato, o senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do teor e da ordem de votação de Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09. Foi votada destacadamente e rejeitada Emenda n° 07, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09, por sete votos SIM, dezenove votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhada à votação pelos vereadores Sofia Cavedon, Carlos Todeschini, Fernanda Melchionna, Maria Celeste e Lucio Barcelos, em votação nominal solicitada pelo vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os vereadores Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Fernanda Melchionna, Lucio Barcelos, Maria Celeste e Sofia Cavedon, votado Não os vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Pancinha, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sérgio Kaminski, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Valter Nagelstein e optado pela Abstenção o vereador Sebastião Melo. A seguir, foi aprovado Requerimento de autoria da vereadora Maria Celeste, solicitando votação em destaque para a Emenda n° 37, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09. Em prosseguimento, foi apregoado Requerimento de autoria dos vereadores Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, João Antonio Dib, Maria Celeste, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Valter Nagelstein, solicitando adequações técnicas, no sentido de acrescentar artigo às Emendas nos 15, 16 e 17, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem de apreciação de Emendas apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/09. Foram votadas conjuntamente e rejeitadas as Emendas nos 08 e 09, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09, por sete votos SIM, dezoito votos NÃO e duas ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo vereador Sebastião Melo, tendo votado Sim os vereadores Beto Moesch, Carlos Todeschini, Fernanda Melchionna, Lucio Barcelos, Maria Celeste, Sofia Cavedon e Toni Proença, votado Não os vereadores Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, DJ Cassiá, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Pancinha, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Ruben Berta, Reginaldo Pujol, Sérgio Kaminski, Tarciso Flecha Negra e Valter Nagelstein e optado pela Abstenção os vereadores João Antonio Dib e Sebastião Melo. Foram votadas destacada e conjuntamente e aprovadas as Emendas nos 10, 11, 12, 14, 15, 16, 17, 20 com Subemenda n° 01, 22, 23, 25, 34 com Subemenda n° 02, e 38, apostas ao Projeto de Lei Complementar do Executivo n° 004/09, tendo-se manifestado a respeito os vereadores Reginaldo Pujol e Valter Nagelstein. Foi apreciada a Emenda n° 18, aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/09, a qual, após ser encaminhada à votação pela vereadora Fernanda Melchionna e pelo vereador Carlos Todeschini, teve sua votação suspensa, em face do esgotamento do prazo regimental da presente Sessão. Durante a Sessão, o senhor Presidente registrou as presenças, neste Plenário, dos senhores Renan Pretto, Presidente do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Nestor Nadruz, do Fórum das Entidades; Newton Braga Rosa, Secretário do Gabinete de Inovação e Tecnologia – Inovapoa –; Edemar Tutikian, Coordenador Executivo da Comissão de Revitalização do Cais do Porto; Cacildo Antonio Vivian e Daniel Luiz Antoniolli, respectivamente Presidente e 1º Vice-Presidente do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre – Sindpoa –; José Fortunati, Vice-Prefeito de Porto Alegre; Márcio Bins Ely, Secretário do Planejamento Municipal; Rafael Padoin Nenê e Gustavo Leipnitz Ene, Diretores da Associação Comercial de Porto Alegre – ACPA –; Eduardo Tellechea Cairoli, da Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul – Federasul –; Raul Mendes da Rocha, da Secretaria Municipal de Turismo; João Volino Corrêa, Presidente da Associação de Moradores e Amigos da Auxiliadora; Eduino Mattos, Coordenador da ONG Solidariedade; Régis Rafael Ribeiro Lisboa, da Pastoral da Juventude e do Movimento Estudantil Independente da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; Arno Trapp, da Associação dos Moradores da Vila Sétimo Céu; Paulo Guarnieri, da Associação de Moradores do Centro; César Cárdia, do Movimento Amigos da Rua Gonçalo de Carvalho; Marino França Vieira, da Associação dos Moradores do Loteamento Túnel Verde; Zalmir Oliveira, da Associação dos Moradores do Partenon; Émerson, do Loteamento Chapéu do Sol; Vilson Nailor Noer, Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre – CDL –; Norton Luiz Lenhart, Presidente da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares; Ricardo Ritter, Presidente do Porto Alegre Convention & Visitors Bureau; Paulo Odone Araújo Ribeiro, Secretário Extraordinário da Copa do Mundo 2014; João Carneiro, Presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro; das senhoras Tania Jamardo Faillace, do Movimento Abrace o Guaíba; Marlene Campos, da Associação dos Amigos da 24 de Maio; Gessi Marc, da Associação dos Moradores e Amigos da Independência; Anadir Alba, do Centro Comunitário pelo Desenvolvimento da Tristeza, Pedra Redonda,Vilas Conceição e Assunção; Zoravia Betiol, do Movimento em Defesa da Orla do Guaíba; Ângela Pellin, da Associação dos Moradores do Bairro Ipanema; e de representantes da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural – Agapan –; do Sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga nos Porto Fluviais do Rio Grande do Sul; da Associação dos Moradores e Amigos da Auxiliadora – AMA –; do Movimento Viva Gasômetro; e de Conselheiros das Regiões de Gestão do Planejamento nos 01, 06, 07 e 08. Às vinte e uma horas e dezesseis minutos, esgotado o prazo regimental da presente Sessão, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para Sessão Extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Sebastião Melo, Adeli Sell e João Antonio Dib e secretariados pelo vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após aprovada pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento, será assinada pela maioria dos seus integrantes.

 

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Havendo quórum, passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

Gostaríamos de registrar, entre tantas representações da Casa, que o jovem Renan Pretto, Presidente do DCE da UFRGS se faz presente com a sua diretoria. Bem-vindo a nossa Casa, Presidente.

O Fórum das Entidades está, representado aqui por muitos, mas vejo a figura do Sr. Nestor Nadruz, que sempre nos honra com a sua presença.

A Srª Jacqueline Terezinha Urroz Sanchotene, representando o Movimento Viva Gasômetro, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo ao Cais Mauá.

 

A SRA. JACQUELINE TEREZINHA URROZ SANCHOTENE: Boa-tarde a todos. Queremos, em primeiro lugar, agradecer aos 36 Vereadores de nossa Cidade pela criação do Parque e do Largo do Gasômetro na Revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental de nossa Cidade, cuja votação foi finalizada há pouco tempo nesta Casa.

Contamos agora com a sensibilidade do Exmo Sr. Prefeito Municipal, José Fogaça, para que sancione a Lei da Revisão do Plano Diretor, para que tenhamos efetivadas essas duas importantes conquistas.

Com relação aos recursos, cerca de 15 milhões de reais, necessários para que os dois projetos aconteçam, nos propomos a auxiliar na busca dos mesmos. Quinze milhões de reais é o valor de dois filmes de longa-metragem, de médio custo, no cinema brasileiro. Tenho em meu currículo a viabilização financeira de diversos longas-metragens.

Acreditamos que a maioria dos Srs. Vereadores conheçam o nosso Movimento, o Viva Gasômetro, que é formado por moradores do Gasômetro. Procuramos levar ações culturais e ecológicas, principalmente para a Praça Júlio Mesquita. Queremos tornar o Gasômetro um lugar melhor para todos. Nosso Movimento não tem qualquer conotação político-partidária; é composto por pessoas das mais diversas tendências políticas, e diversas também são as origens das mesmas.

Sobre o Projeto Cais Mauá, queremos primeiramente ler nota amplamente publicada na imprensa na semana passada (Lê.): “Com um passeio de barco pelo Guaíba, a bordo do barco Cisne Branco, o Governo do Estado apresentou ontem aos Vereadores de Porto Alegre o Projeto de Revitalização do Cais Mauá, uma das obras consideradas prioritárias para a Copa do Mundo de 2014. A aprovação pela Câmara Municipal é pré-requisito para que o Estado elabore o edital de licitação para arrendamento ou concessão da área. ‘Vamos aguardar que a Câmara aprove o Projeto, e só depois de sancionado pelo Prefeito, o Governo do Estado lançará o edital’, afirmou o Secretário Extraordinário da Copa, Paulo Odone. O Presidente da Câmara, Sebastião Melo, garantiu que o Projeto de Lei Complementar do Executivo será colocado em votação no próximo dia 21. O Projeto de Revitalização foi apresentado pelo Coordenador, Edemar Tutikian, durante o passeio acompanhado por 14 Vereadores, além da Secretária-Geral de Governo, Ana Pellini, do Secretário de Desenvolvimento, Márcio Biolchi, e do Secretário Municipal da Copa, José Fortunati.

Com investimentos estimados em 500 milhões de reais, a revitalização de 2,5 quilômetros da orla do Guaíba inclui a derrubada de armazéns não tombados pelo Patrimônio Histórico e a reforma de espaços para a exploração turística e comercial pelo período de 50 anos. A previsão é de que três mil empregos diretos sejam gerados.

Entre as principais obras previstas, pelo menos um edifício de até cem metros de altura deve ser construído na região entre o Mercado Publico e a Rodoviária. Uma construção de 14 metros e outra de 32 metros também serão erguidas próximas à Usina do Gasômetro; no local será realizado um aterro no Guaíba chamado tecnicamente de ‘correção de orla’, que permitirá o passeio a pé desde o Gasômetro até o Cais.

O atual prédio da Superintendência de Portos e Hidrovias seria entregue à revitalização e a SPH transferida para os Cais Navegantes e Marcílio Dias. Os armazéns A3, mais próximos ao Mercado Público, abrigariam o futuro terminal hidroviário, cujo edital deve ser lançado pela Metroplan. ‘Os princípios do Patrimônio Histórico e do Meio Ambiente foram respeitados no Projeto’, afirma Tutikian. Ele é necessário para permitir que diferentes empreendimentos se estabeleçam no Cais para garantir a circulação de pessoas e a viabilidade econômica dos projetos. ‘Não podemos achar que os armazéns pagarão a conta apenas com a locação’, afirma.

O Projeto de Lei prevê modificações na altura máxima e no índice de aproveitamento de áreas nos arredores do Gasômetro, nos armazéns do Cais e nas docas próxima à Rodoviária.

Tutikian acredita que a edificação não representa agressão ao meio ambiente e espera poucas alterações no projeto. ‘Esperamos que os Vereadores façam seus estudos e aprimorem o nosso trabalho, mas que não mexam muito na base do projeto’ ” - encerra a nota.

Confessamos que, após Audiência Pública acontecida há alguns meses nesta Casa, nos enchemos de esperança, pois acreditávamos que, na hora em que fosse desenvolvido o Projeto Cais Mauá, as diretrizes apontadas por nós, a inexistência de construção ao lado da Usina e um menor adensamento nos prédios previstos para próximo à Rodoviária seriam considerados, pois, como informava o Grupo de Estudos do Projeto Cais Mauá, naquela ocasião o que estava sendo apresentado eram diretrizes para o trabalho que seria desenvolvido, e que, como diretrizes, poderiam ser modificadas. A primeira diretriz por nós apontada - a inexistência de nova construção ao lado do prédio da Usina - segue uma tendência mundial: a de preservação de centros históricos.

A segunda diretriz pedia a diminuição do adensamento previsto para o projeto de 145 mil metros quadrados.

A esperança de que nossos pleitos seriam atendidos estava baseada no fato de ter sido nossa fala referendada por diversos Vereadores e por um Secretário de Estado, que chegou a dizer que a questão do prédio previsto ao lado da Usina teria de ser revista.

Saímos da Audiência Pública impressionados. Ficamos com a certeza de que os nossos pleitos seriam considerados. E, no sentido de querermos viabilizar o Projeto Cais Mauá, não falamos num assunto que, para nós, é caro, mas que suscita muita polêmica, que é a substituição do Muro da Mauá por um outro sistema de proteção. Erramos ao não defender, mais uma vez, a substituição desse muro. Algumas pessoas nos criticam por defendermos essa substituição, mas preferimos a companhia de dois grandes urbanistas respeitados no mundo inteiro: Jordi Borja e Charles Duff, que, nas palestras que proferiram durante o encerramento do Fórum “Porto Alegre, uma Visão do Futuro”, no dia 22 de junho do ano que passou, se mostraram inconformados com a existência desse muro. Ainda nesse mesmo dia, pudemos ouvir comentário de outro grande urbanista, Jaime Lerner: “O importante, muitas vezes, não é o dinheiro. Um bom projeto não é necessariamente o mais caro”. Jordi Borja, posteriormente, referiu esta fala de Lerner, concordando com ela.

Quanto à afirmação de que não podemos achar que os armazéns pagarão a conta apenas com a locação, aqui nos cabe falar que não gostaríamos de um projeto de 500 milhões de reais que prevê a derrubada de armazéns históricos, aterramento na orla do Guaíba, prédios em local histórico e, finalmente, adensamento excessivo, que, com certeza, tornará o trânsito no Centro Histórico insuportável. Teremos, então, instalada em Porto Alegre uma pequena São Paulo. Adensar ainda mais uma região que já tem grande índice de adensamento é, no mínimo, temeroso, temos de buscar o equilíbrio.

Prezados Vereadores, mais do que de duas visões diferentes do que se trata o desenvolvimento, estamos tratando aqui do futuro da nossa Cidade. Não queremos transformar Porto Alegre numa megalópole sem controle.

Querido Ver. Pujol, lembramos da sua fala no final da Audiência Pública sobre o Projeto Cais Mauá: “Jacque, não te preocupa, porque faremos o melhor para a Cidade; não aceitaremos pressão de qualquer pessoa; decidiremos pelo melhor para a nossa Cidade”. Meu querido Ver. Pujol, nós não estamos tranquilos.

Encerro a nossa fala com um novo apelo aos 36 Vereadores da Cidade para que não permitam qualquer tipo de construção ao lado do prédio da Usina e que cuidem o índice de adensamento que será permitido neste Projeto.

Queremos, sim, a revitalização do Cais Mauá. Temos ciência do potencial dessa área da Cidade para o uso, principalmente, dos seus moradores, mas também como mais uma atração turística da nossa Cidade.

Somos, sim, a favor do progresso, mas com respeito ao ambiente e à história. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Convido a minha queridíssima amiga, lutadora social, Jacqueline para compor a Mesa.

Registro a presença do Ver. Newton Braga Rosa, Secretário da Inovapoa, no Plenário da Câmara.

A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, querida lutadora Jacqueline, é um prazer ouvi-la nesta tribuna, e quero dizer que nós, do PSOL, compartilhamos da preocupação do Movimento Viva Gasômetro. Nós estamos, em 2009, assistindo às consequências e o resultado do discurso do desenvolvimento econômico acima do meio ambiente, acima do Planeta. Estamos, em 2009, vendo o resultado daqueles que dizem que o processo tem que passar como um trator sobre todas as áreas de preservação ambiental, de preservação de memória, de preservação cultural. Estamos vendo na pele a consequência do calor, que tem aumentado no nosso Planeta; estamos vendo a consequência nas chuvas, que levaram à morte centenas de pessoas em Santa Catarina e milhares no mundo - são respostas da natureza a esse modelo predatório, que passa por cima de tudo e não garante a preservação dos recursos naturais dados pela mãe natureza. Infelizmente, estamos vendo a lógica imposta no Pontal do Estaleiro e derrotada pelo movimento social nas urnas, na Consulta Popular, ser transposta para o Cais Mauá, seja no tamanho dos prédios, seja no adensamento, seja na questão do estacionamento na área, e a não preocupação com preservação dos prédios históricos da nossa Capital. Nós não podemos aceitar que essa lógica se imponha. É nosso dever lutar contra ela, porque, neste caso, o que está em risco é justamente o futuro do nosso Planeta, em todos os aspectos.

Quando nós falamos do aquecimento global - e depois vou dar o relato de Copenhague -, estamos falando que é necessário agir e lutar globalmente, mas, sobretudo, agir localmente, ou seja, dentro das cidades, para construir um futuro melhor.

Lamentavelmente, Porto Alegre, por enquanto, via Executivo, tem andado na contramaré ou na contramarcha dessa preocupação que nós devemos ter com o meio ambiente.

Então, quero compartilhar da sua preocupação e dizer que a Bancada do PSOL está junto com vocês na luta em defesa da preservação histórica, da memória e do meio ambiente da nossa Cidade, da orla do rio. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; eu quero saudar a oradora, a Jacqueline Sanchotene, Coordenadora do Movimento Viva Gasômetro, movimento este que já começa a produzir raízes no Centro Histórico de Porto Alegre e que, evidentemente, tem que ser considerado quando decisões da magnitude que nós vamos tomar venham a se realizar. Realmente, nós todos estamos comprometidos com a ideia central de que há de se atender um anseio, que não diria que é da consciência geral da Cidade, mas do inconsciente coletivo, que clama há mais de duas décadas por uma destinação consequente que revitalize o nosso Cais do Porto.

A busca de harmonia entre a sustentabilidade do Projeto e a sua viabilização econômico-financeira indispensável num Estado e numa Cidade em que o Poder Público não tem recursos para arcar com esse empreendimento, que clama pela Parceria Público-Privada, a busca tem que ser, o máximo possível, compatibilizada com o meio ambiente e com reivindicações do tamanho e do quilate das que a tua juventude traz ao nosso debate.

Fique certa de que, pelo menos no que diz respeito a este Vereador, estou permeado do teu entusiasmo, e isso vai amenizar o meu compromisso - que quero antecipadamente declarar - com a ideia central do Projeto - e quero contribuir para que ele seja exequível, viável e que se realize, terminando com essa novela interminável a que Porto Alegre assiste: a revitalização do Porto da nossa Cidade, há muito tempo sem utilidade prática. Seja bem-vinda sempre, cara Jacque.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro a presença de Edemar Tutikian, Coordenador do Projeto Cais do Porto. Bem-vindo, Edemar, à nossa Casa.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente Ver. Sebastião Melo; prezada Jacqueline Sanchotene, em nome da nossa Bancada, a do Partido dos Trabalhadores, queríamos cumprimentá-la, assim como toda a comunidade que trabalha e luta por este Projeto e pelo Movimento Viva Gasômetro.

Eu tive o prazer de, sábado, receber um troféu do Movimento Viva Gasômetro pelo trabalho que construímos em conjunto. Quero mostrar o troféu e dizer que, apesar de o Ver. Beto Moesch e eu termos sido agraciados, toda Casa merece, e a ela quero dedicá-lo, porque os 36 Vereadores trabalharam na Revisão do Plano Diretor, quando aprovamos aqui o Projeto do Parque do Gasômetro e seu espaço cultural. (Mostra troféu.) Principalmente, quero fazer uma referência a quatro Vereadores - Ver. João Antonio Dib, Ver. Reginaldo Pujol, Ver. Airto Ferronato e Verª Maria Celeste -, que trabalharam especificamente em cima das Emendas, propuseram correções, sugestões, e esta Casa aprovou os Projetos Parque do Gasômetro e Largo Cultural do Gasômetro.

Hoje, vamos discutir o Cais do Porto, que, certamente, terá que estar integrado a esse grande projeto, como toda a Revitalização do Centro. Portanto, Jacqueline e Sr. Presidente, em nome de todos os colegas, quero agradecer e dedicar este troféu à Câmara Municipal de Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, quero cumprimentar a Jacqueline; cumprimento o Ver. Comassetto e o Ver. Beto Moesch pelo belíssimo troféu, certamente com méritos, e dizer que fico muito feliz em ouvir a fala da Jacqueline, porque ela vai ao encontro exatamente do que o arquiteto e urbanista Jaime Lerner me parece que pensou para o nosso Projeto do Cais do Porto, sobre as diretrizes que ele esboçou no seu desenho, que, na verdade, serve de base para o que hoje estamos votando aqui, que é um parque suspenso, aqui na ponta. Num primeiro projeto, havia uma torre aqui na ponta, e o Prefeito José Fogaça, naquele momento, fez um apelo para que essa torre fosse retirada. De fato, ela foi retirada, e nós temos, hoje, só as torres lá na altura da Rodoviária, e, aqui na altura do Gasômetro, nós temos um parque verde belíssimo por sobre a avenida, que é uma diretriz que está no Projeto e que caberá a nós, obviamente, analisar e votar.

Mas eu quero cumprimentar e dizer, ao fim, Presidente, que essa luta do Movimento Viva Gasômetro é importantíssima. Se, por um lado, o desenvolvimento econômico do século XX tem-nos gerado como substrato o aquecimento global - e nós precisamos rever urgentemente, imediatamente, a forma e o modo como o ser humano tem explorado os recursos naturais -, por outro lado também é evidente que o abandono, a pobreza e a miséria também geram como substrato a degradação ambiental. Então, nós temos que procurar o meio termo: recuperar áreas degradadas, mas recuperá-las de forma inteligente, apropriando aquilo que o homem conseguiu constituir como o mais valioso no processo evolutivo de inteligência e de reaproveitamento dos recursos naturais.

Portanto, eu quero cumprimentá-la, mas quero reafirmar que a diretriz que nós estamos trabalhando aqui, hoje, na votação deste Projeto é essa: retornarmos para a Cidade a área do Porto, mas retornarmos dentro de condições que sejam absolutamente respeitosas, com os ditames e com as necessidades de preservação do nosso Guaíba, da convivência da Cidade com o Cais do Porto e, também, com a questão arquitetônica e cultural que ali está e que é muito importante. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Nós queremos agradecer enormemente à Jacqueline e dizer que a sua vinda a esta Casa, constante, é sempre muito bem-vinda, sempre contribuindo com a Cidade.

Suspendo a Sessão por cinco minutos e convido todos os Vereadores para que possamos assinar o edital de lançamento do novo restaurante da Casa. Convido todos a me acompanharem até o restaurante.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h40min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo - às 14h48min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ERVINO BESSON: Caro Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, pela Rádio Web e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar todos. Eu queria saudar também a comunidade aqui presente e a Jacqueline, que usou, há pouco, a Tribuna Popular. Eu acho que é importante que a comunidade e a imprensa nos acompanhem no dia de hoje para que a gente possa discutir o Projeto do Cais do Porto de uma forma tranquila, de uma forma transparente.

Nós tivemos a oportunidade, a convite de Edemar Tutikian, de dar uma volta no barco Cisne Branco e tomar conhecimento do Projeto Cais do Porto. Com muita tranquilidade, eu quero dizer a V. Exas e a V. Sas que o projeto apresentado pelo Sr. Edemar Tutikian é um projeto que vem ao encontro daquilo que Porto Alegre necessita. Hoje, quem chega na cidade de Porto Alegre entra pelo Lami, por Belém Novo, por Itapuã? Claro que não! A entrada de Porto Alegre é pela Av. Castelo Branco. Qual é o visual que temos hoje na entrada de Porto Alegre? Um depósito de navios velhos! O cartão de visita de Porto Alegre é um depósito de navios velhos.

E o projeto que tivemos a oportunidade de ver é um belo projeto. E mais, pergunto aos senhores, à comunidade que nos acompanha no dia de hoje, aos colegas Vereadores e Vereadoras, aos senhores e às senhoras da imprensa: alguém tem contato com o Guaíba? Não tem! É só na Usina do Gasômetro, só até ali. E, com o Projeto que vamos discutir e votar hoje, as pessoas vão ter condições de, em todo aquele trajeto, caminhar e ter contato com o Guaíba, gente! Acho que o Projeto está dando para a Cidade, para a comunidade de Porto Alegre, para os moradores de Porto Alegre, condições de fazer caminhadas, tendo aquele contato com este Guaíba.

Temos que agradecer a Deus por colocar nesta Cidade esse extraordinário Guaíba, ao qual muitas vezes não damos o devido valor. Muitas pessoas não dão valor ao Guaíba!

Agora, nós temos um Projeto que dá condições de acesso a toda aquela Orla do Guaíba. Este Projeto dá condições de contato com o Guaíba. Vejam a importância do Projeto!

E mais, gente, como nós estamos discutindo o problema do contato com o Guaíba: com essas chuvas e a grande quantidade de água que ocorreu, vocês viram a poluição do Guaíba? Vocês viram a quantidade de lixo que as pessoas colocam no Guaíba? São toneladas de lixo! O DMLU precisa de mais de 50 pessoas, colegas Vereadores, diariamente, caminhões, tratores, enfim, toda aquela equipe para limpar o Guaíba, porque ele é poluído. As pessoas não cuidam do Guaíba, não têm aquele amor ao rio Guaíba.

Portanto, este é um momento de grande importância, quando vamos discutir o projeto de recuperação do Cais do Porto, que vai mudar o visual do Centro de Porto Alegre. Como eu já disse no início, a entrada, o cartão de visita da Cidade é a Av. Castelo Branco, e o visual de quem chega a Porto Alegre pela Av. Castelo Branco, hoje, é terrível, gente!

Nós temos a Copa de 2014; nós queremos receber pessoas de vários países do mundo com um visual um pouco melhor; não com o que está aí hoje, esse depósito de navios velhos e mais nada! Nós temos um projeto que vai dar um visual melhor, vai dar condições, vai dar aquilo que a cidade de Porto Alegre está pedindo. Lutamos para ter a Copa aqui? Lutamos, claro, todos nós; agora, nós queremos todos juntos, todos os segmentos da sociedade juntos para que nós possamos ter uma Cidade moderna, uma Cidade digna de receber a Copa do Mundo de 2014. E o Projeto, a recuperação, a revisão do que está no Caís do Porto também faz parte do visual, faz parte do processo de integração do Guaíba ao Centro de Porto Alegre e à nossa comunidade de Porto Alegre. É um desafio o que nós temos aqui! É um desafio!

Como eu já disse, nós temos que ter tranquilidade, o Projeto está aí, foi muito bem estudado por técnicos que gostam desta Cidade; ele foi feito por pessoas que conhecem Porto Alegre, pessoas que querem bem a cidade de Porto Alegre, e foi estudado com profundidade. Não foi estudado por qualquer pessoa: foi estudado por homens que conhecem, homens que têm Porto Alegre no seu peito, no seu coração e que querem, sim, deixar esta Cidade para outras gerações com um visual um pouco melhor, com o Guaíba despoluído. Que nós possamos chamar a atenção para o que se comete hoje, este crime, que é a poluição do Guaíba. Então, agora que nós vamos ter essa oportunidade, quem sabe lá esse projeto seja um alerta. Eu tenho certeza de que vai ser, para que nós possamos chamar a atenção da população para não poluir, para não colocar lixo no Guaíba, toneladas de lixo: é pneu, é refrigerador, é fogão - tudo vai para o Guaíba! Do Guaíba, este que Deus deu para todos nós, vamos cuidar! Verª Sofia, eu tenho certeza de que V. Exª vai colaborar com o meu pronunciamento, porque V. Exª é uma munícipe que gosta de Porto Alegre, e uma pessoa que gosta de Porto Alegre, sem dúvida nenhuma, vai gostar de um Projeto da qualidade do que nós vamos votar daqui a pouco, que é o Projeto Cais do Porto.

 

A Sra Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino Besson, de fato o Cais do Porto pode ser um lugar maravilhoso, nós temos controvérsias sobre isso, e vamos fazer este debate. V. Exª faz uma observação sobre o lixo no Guaíba, e eu quero fazer um registro, porque, ontem de manhã, eu caminhei de Petrópolis até o Brique da Redenção e fotografei uma Cidade cheia de lixo - na Protásio Alves! Ver. Ervino, é um problema de cultura? É, mas tem um problema de gestão muito sério, porque não é possível, num domingo de manhã, a Cidade amanhecer cheia de sacos de lixo. Alguma coisa não está certa na gestão. Os sacos estavam rasgados! Eu estava esperando uma chuvarada ontem; bom, aquilo ia entupir os esgotos e encher o Guaíba. Então, há um problema sério de gestão que tem que ser enfrentado. Não adianta o melhor modelo do mundo se nós não tivermos uma gestão que é presente, que é criativa e que trabalha numa outra cultura, com certeza.

 

O SR. ERVINO BESSON: Verª Sofia Cavedon, eu quero dizer a V. Exª que o DMLU presta um extraordinário trabalho, com um o esforço da sua Diretoria. A população de Porto Alegre tem que ser educada, porque o pessoal coloca lixo na rua. Por que a maioria dos esgotos está entupida? É plástico, é garrafa Pet, o pessoal não cuida. O DMLU faz uma limpeza hoje, bonitinha, como acontece no meu bairro, e amanhece com o lixo na calçada, lixo no meio da rua. Temos que educar esse povo! O nosso povo tem que ser educado. Temos que começar educar as crianças nas escolas. É uma barbaridade o que acontece hoje em Porto Alegre, a população não cuida. Eu já disse, e repito: se o DMLU colocasse o dobro do número de pessoas que trabalham lá, não conseguiria deixar esta Cidade limpa, porque a nossa população não é educada, não cuida o seu lixo. Temos que educar este povo, faz parte da educação. Para onde vai esse lixo? Vai para o esgoto e vai para o Guaíba!

 

O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Agradeço pelo aparte. Quero dizer que na gestão anterior a do Prefeito Fogaça também tinha lixo na rua. É um problema cultural, sim. É um problema de cultura. As pessoas jogam lixo, Verª Sofia Cavedon. Não é o Prefeito Fogaça que vai lá e larga lixo: as pessoas jogam lixo, as pessoas atiram lixo pela janela do carro. Há pessoas que se dizem ambientalistas, fumam e largam toco de cigarro na rua, contaminando o meio ambiente. As pessoas têm que parar de tentar partidarizar este problema. É um problema cultural, sim, as pessoas precisam ser educadas em relação a isso, porque, com certeza, não foi o Prefeito José Fogaça que jogou sacos de lixo no local que a Verª Sofia Cavedon fotografou.

 

O SR. ERVINO BESSON: A população de Porto Alegre é que não cuida!

 

O Sr. Nilo Santos: Então, Ver. Ervino Besson, as pessoas precisam se conscientizar, porque daqui a pouco vão culpar o Prefeito Fogaça pelo buraco na camada de ozônio, pelo lixo todo na rua. E não funciona assim, não é assim que nós vamos resolver o problema da Cidade. Obrigado.

 

A Sra Fernanda Melchionna: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) É bem rápido, Ver. Ervino, porque eu não quero tomar todo o seu tempo, mas eu gostaria de trazer dois dados: em primeiro lugar, Porto Alegre tinha um Programa de Educação Ambiental organizado pelo DMLU, e, lamentavelmente, o Projeto foi extinto, Projeto realizado por pessoas que iam nas escolas, que debatiam com as crianças, que falavam para a comunidade, e o Prefeito Fogaça extinguiu. Então, para se ter educação ambiental tem que ter política de educação ambiental.

E, em segundo lugar, Ver. Nilo, é verdade que Porto Alegre não é a responsável pelo aquecimento global e pelo efeito estufa; agora, é responsável pelo conjunto da forma de produção desse sistema que se vive globalmente. Porto Alegre é parte disso. Pensar globalmente e agir localmente também em Porto Alegre.

 

O SR. ERVINO BESSON: Verª Fernanda, eu quero dizer a V. Exª que a responsabilidade do lixo é de todos nós. Não vamos culpar o Prefeito Fogaça, aqui. Eu seguidamente vou às escolas - as escolas me convidam, e têm que convidar todos os Vereadores, porque a responsabilidade é de todos! Orientar as escolas, isso é dever nosso, dever de todos que estão sentados aí! Vocês todos são formadores de opinião. Têm que orientar a comunidade de vocês! Vão às escolas fazer esse trabalho junto com os alunos! E não vamos culpar o Prefeito Fogaça pelo lixo, porque todos nós somos responsáveis pelo nosso lixo. Não é esse o caminho. A responsabilidade do lixo é de todos nós, e nós temos responsabilidade por esta Cidade, nós, os 36 Vereadores e Vereadoras, é por isso que nós somos eleitos.

Então, vamos às escolas - como eu e outros Vereadores - da comunidade, vamos orientar para cuidar o nosso lixo, para que nós consigamos, sim, despoluir o nosso Guaíba.

 

A Sra Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, Vereador. Apenas para deixar claro ao Ver. Nilo que era o lixo que os moradores colocaram na calçada para ser recolhido, e não foi recolhido. Era domingo de manhã, perto do meio-dia, e eles estavam rasgados - isso era em toda a Av. Protásio Alves, Ver. Ervino. É diferente do lixo jogado fora, aqui e lá. Mas não foi feito o recolhimento no fim de semana. Uma coisa absurda!

O SR. ERVINO BESSON: Às vezes é o momento, o caminhão pode passar antes ou depois.

 

O Sr. Elias Vidal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino Besson, primeiro eu quero agradecer pela oportunidade que V. Exª me concede. Eu quero dizer que, durante 16 anos, o PT administrou esta Cidade e, nesses 16 anos, fez algumas coisas boas, é verdade, mas deixou muito a desejar em outros aspectos; por exemplo, os camelôs proliferaram e trancaram a Cidade. Teve que vir um novo Governo para fazer o Camelódromo e, enfim, ajudar esse pessoal, que é um pessoal digno e que faz um trabalho digno, mas que precisava de respeito. E é este o Governo que está tendo o devido respeito, apesar de alguns problemas. Nesses mesmos 16 anos foi um período em que os carroceiros, os catadores de lixo proliferaram de forma astronômica nesta Cidade. Esse lixo que vai para as ilhas, sabe-se que, durante a seleção, ele é jogado no rio e, com as correntes, vem parar nas orlas, causando um dano muito grande. O PT não teve uma receita pra resolver esse problema durante os 16 anos; Agora vem falar sobre o lixo? Eu me lembro muito bem dos alagamentos durante os 16 anos. Então, eu acho que estão fazendo disso uma forma política de fazerem um contraponto, mas de uma forma muito irracional, porque, durante os 16 anos em que estiveram no Governo, não souberam administrar esse tipo de problema, essa palavrinha “lixo”.

 

O SR. ERVINO BESSON: Muito obrigado.

 

O Sr. Paulinho Ruben Berta: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero lhe agradecer, Vereador, pela oportunidade que V. Exª me dá para agradecer ao DMLU, pois, ontem, tivemos uma festa no bairro Rubem Berta, a Festa de Natal das crianças. Solicitamos ajuda do DMLU, e o DMLU se fez presente, deixou limpo o local onde fizemos a festa, ajudou muito, assim como a SMAM. Mas quero dizer uma coisa: realmente, é um problema cultural. Muitos sabem que, na Cidade, o DMLU não recolhe o lixo aos domingos, em muitas partes da Cidade, e algumas pessoas fazem questão - muitas, não todas - de colocar o lixo após a passagem do caminhão coletor de lixo. Então, sim, é uma questão cultural. Obrigado.

 

O SR. ERVINO BESSON: É verdade.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ervino Besson, acho que a Verª Fernanda Melchionna está equivocada. Existe um programa de educação ambiental, sim, que o DMLU mantém; nas entradas da Cidade, existe. Acho que ela se equivocou.

 

O SR. ERVINO BESSON: Muito obrigado. Quero cumprimentar o Secretário Márcio e também, na linha do meu pronunciamento, o Ver. Tarciso, o Ver. Mauro e o Ver. Luciano.

Muito obrigado, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoamos o PLL nº 246/09, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo e coautoria do Ver. Dr. Thiago Duarte.

Apregoamos a Emenda nº 23 ao PLCE nº 004/09, de autoria da Verª Fernanda Melchionna, Adeli Sell, Alceu Brasinha, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Maria Celeste, João Pancinha, Mauro Zacher, Paulinho Ruben Berta, Sofia Cavedon, Toni Proença, Reginaldo Pujol e Tarciso Flecha Negra.

Apregoamos a Emenda nº 24, de autoria do Ver. Pedro Ruas, ao PLCE nº 004/09.

Apregoamos a Emenda nº 25, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, ao PLCE nº 004/09.

Apregoamos a Emenda nº 26, de autoria do Ver. Haroldo de Souza e Aldacir José Oliboni, ao PLCE nº 004/09.

Apregoamos a Emenda nº 27, de autoria do Ver. Airto Ferronato, ao PLCE nº 004/09.

Apregoamos a Emenda nº 28, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, ao PLCE nº 004/09.

Apregoamos a Emenda nº 29, de autoria do Ver. João Antonio Dib, ao PLCE nº 004/09.

Apregoamos a Emenda nº 30, de autoria do Ver. João Antonio Dib, ao PLCE nº 004/09.

Apregoamos a Emenda nº 31, de autoria do Ver. Paulinho Ruben Berta, Elias Vidal e Toni Proença, ao PLCE nº 004/09.

Apregoamos a Subemenda 01 à Emenda nº 28, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, ao PLCE nº 004/09.

Apregoamos a Emenda nº 32, de autoria do Ver. Luiz Braz e Verª Sofia Cavedon, ao PLCE nº 004/09.

Apregoamos a Emenda nº 33, de autoria da Verª Maria Celeste, ao PLCE nº 004/09.

Apregoamos a Emenda nº 34, de autoria do Ver. Mauro Zacher, ao PLCE nº 004/09.

Apregoamos a Emenda nº 35, de autoria do Ver. Beto Moesch, Ver. Luiz Braz e Ver. Airto Ferronato, ao PLCE nº 004/09.

Apregoamos a Emenda nº 36, de autoria do Ver. Mauro Zacher, ao PLCE nº 004/09.

Solicito que estas Emendas sejam imediatamente distribuídas a todas as Bancadas.

Apregoamos o Requerimento, de autoria da Verª Maria Celeste, solicitando destaque das Emendas de nº 01 a 28, ao PLCE nº 004/09 (Pausa.).

Apregoamos o Requerimento, de autoria do Ver. Toni Proença, solicitando destaque da Emenda nº 23, ao PLCE nº 004/09.

O Ver. Pedro Ruas solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no dia 21-12-09. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Lucio Barcelos, nos termos regimentais, que integrará a Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana.

O Ver. João Carlos Nedel solicita Licença para Tratar de Interesses Particulares no período de 21-12-09 a 22-12-09. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o Pedido de Licença permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Declaro o impedimento dos seguintes Vereadores: Newton Braga Rosa. José Ismael Heinen, José Cláudio Freitas Conceição e Maristela Meneghetti para assumirem a Vereança. O Ver. Sérgio Kaminski assumirá no lugar do Ver. João Carlos Nedel. Solicito ao Ver. Sérgio Kaminski que entregue seu Diploma e a Declaração de Bens a esta Mesa.

 

(Procede-se à entrega do Diploma e da Declaração de Bens.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito que os presentes, em pé, ouçam o compromisso que o Ver. Sérgio Kaminski prestará a seguir.

 

O SR. SÉRGIO KAMINSKI: "Prometo cumprir a Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, defender a autonomia municipal, exercer com honra, lealdade e dedicação o mandato que me foi conferido pelo povo." (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Declaro empossado o Suplente, Ver. Sérgio Kaminski. O nome de V. Exª já está aqui consignado, Sérgio Kaminski. V. Exª integrará a CEFOR.

O Ver. Sérgio Kaminski pode-se manifestar, conforme art. 12, do Regimento.

O Ver. Sérgio Kaminski está com a palavra.

 

O SR. SÉRGIO KAMINSKI: Ver. Sebastião Melo, M.D. Presidente desta Casa; demais integrantes da Mesa; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, a minha participação aqui talvez se resuma a esta semana, mas creio importante, para mim, dizer o seguinte: no final dos anos 1960, início dos anos 1970, exatamente 39 anos atrás, lá estava eu, egresso da Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como Engenheiro Residente da então “cortina” do Cais Mauá. Fiquei responsável, na época, pelo trecho da Usina do Gasômetro até o nosso querido Mercado. Saibam todos vocês que lá já estavam executadas, além da “cortina”, toda a obra de infraestrutura, todas as fundações para a sustentação daquela que então seria a elevada Mauá, que não foi executada. Passaram-se os anos, recém egresso da Escola, jovem, deixando a adolescência, lá se discutia exatamente essa reintegração do Cais Mauá para a população. Por quê? Aquela obra, a chamada “Cortina da Proteção”, e tudo o que viria por ser executado iria isolar, afastar o Cais da população porto-alegrense. E nós estamos hoje, aqui, exatamente discutindo aquilo que eu chamaria, ousadamente, de reintegração de posse da população porto-alegrense, da população gaúcha, do seu Cais Mauá, porque, desde as obras de 1970, a nossa população, nós todos não mais tivemos acesso ao nosso Cais Mauá. Daí a razão de eu pedir para fazer esta manifestação, porque, hoje, a Câmara Municipal de Porto Alegre tem uma oportunidade ímpar - realmente, uma oportunidade ímpar - de devolver, de permitir à população acessar novamente o Cais Mauá.

Eu até vou exercitar aqui, já que é a primeira vez que estou na tribuna como Vereador, a ingenuidade e o desconhecimento do comportamento do Plenário. Proponho, sugiro a todos os Vereadores que aquelas Emendas que venham agregar valor, trazer qualidade ao Projeto, que a elas se somem, e que nós todos, os 36 Vereadores, possamos, por unanimidade, aprovar o Projeto do Cais Mauá. Muito obrigado a todos. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Cumprimento o Ver. Kaminski pela sua vinda à Casa.

Damos continuidade aos trabalhos.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo da Verª Fernanda Melchionna.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; este é o último Grande Expediente do qual terei a oportunidade de participar este ano. Em nome da nossa Bancada, queremos iniciar cumprimentando-o pelas duas gestões que o senhor executou e conduziu aqui nesta Casa. Todos os acordos que construiu, o senhor cumpriu com a Bancada de oposição e com todas as Bancadas desta Casa.

Nós estamos num momento de votar um grande Projeto para Porto Alegre. E todos os grandes Projetos a nossa Bancada e as Bancadas de oposição sempre exigiram discutir com profundidade e dirimir qualquer dúvida, principalmente para que possamos ter a segurança que os recursos públicos serão bem aplicados.

Neste momento, na Assembleia Legislativa, se encerra a CPI da corrupção. E, nesse trabalho da CPI da corrupção, se levantou um conjunto de suspeitas sobre Porto Alegre, sobre o Projeto Socioambiental. Nós propusemos fazer o debate aqui nesta Casa, e somente na CEFOR, comandada pelo Ver. Airto Ferronato, aconteceu este debate; o Vereador aprovou o pedido para que suspendam os pagamentos da licitação imediatamente.

E, neste momento em que a Casa e o Líder do Governo romperam um acordo de nós trazermos aqui a Deputada Stela Farias, eu quero ter a oportunidade, neste tempo, que é legal e regimental - portanto, não darei aparte a nenhum dos colegas -, de expor a todos quais foram e quais são os diálogos que aconteceram com o Centro do Governo a respeito do tema do Socioambiental. São as gravações que o André Machado - está no seu blog - divulgou. E eu quero que todos os colegas ouçam estas gravações para dizerem se nós devemos ou não analisar este tema com profundidade, e fica na consciência de cada um.

 

(Procede-se à reprodução de escutas telefônicas.)

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Para uma Questão de Ordem.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu vou assegurar o tempo. Se for uma Questão de Ordem sobre a matéria, eu vou assegurar o tempo do Vereador. Eu solicito, por gentileza, uma pausa, para que o Ver. Bernardino Vendruscolo possa fazer uma Questão de Ordem.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, eu estou com o tempo, e isso vai prejudicar a minha fala. Eu avisei antes que não daria apartes.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu asseguro o seu tempo. Solicito à assessoria técnica da Casa que viabilize som para uma Questão de Ordem, por favor. Está assegurado o tempo de V. Exª, Ver. Comassetto.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu o consulto - em absoluto quero aqui entrar no mérito - sobre a legalidade, de acordo com o Regimento Interno, de se expor uma gravação que, com todo o respeito, não nos esclarece nada neste momento.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Presidente, com todo o respeito ao Ver. Bernardino, esta é uma gravação pública, que está na Internet, qualquer pessoa tem acesso. Não vejo nenhum problema em o Ver. Comassetto expô-la aqui no Plenário da Casa do Povo. (Palmas.)

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, só para tranquilizar o Plenário, quero dizer que não é a primeira vez que se usam recursos de áudio - e visuais, inclusive com datashow - na tribuna desta Casa. Então, é legal e regimental, como diria o nosso Ver. João Antonio Dib. (Palmas.)

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, eu lhe peço compreensão, porque este trabalho que organizei é um trabalho sequencial; se ele é interrompido, esta fala fica prejudicada. Eu lhe peço que nós possamos iniciar a fala tal qual eu organizei dentro de um tempo regimental e legal. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, primeiro, eu ou qualquer Presidente que venha a sentar nesta cadeira, ele tem que ser o cidadão que garante a plenitude do debate nesta Casa. Diz o art. nº 154 (Lê.): “... o Vereador inscrito em Grande Expediente disporá do tempo para tratar de assunto de sua livre escolha...” A responsabilidade do pronunciamento, da fita que ele vai passar, é do Ver. Engenheiro Comassetto, não é da Câmara de Vereadores (Palmas.). Se ele entende caminhar nessa direção, ele caminha nessa direção. Não é o Presidente da Casa que vai vetar o que ele acha que tem que fazer. Portanto, eu vou conceder que V. Exª permaneça com a fita sob a sua responsabilidade. (Palmas.) Não é responsabilidade da Casa. Portanto, eu apenas asseguro o Regimento da Casa, porque não me cabe aqui dizer o que o Vereador deve dizer ou não deve dizer na tribuna.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Então, eu peço, Sr. Presidente, encarecidamente, que façam isso para que a gente possa entender, porque eu não consigo entender nada. Eu não quero entrar no mérito, como eu disse antes, mas que façam alguma coisa que a gente possa entender. Só isso.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu devolvo a palavra a V. Exª, Ver. Comassetto.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Muito bem. Retomando este diálogo - é um diálogo, sim, que a Cidade precisa fazer -, a oposição tem o papel legal e regimental de propor Projetos para a Cidade, consultar, corrigir e propor correções nos Projetos do Executivo, fiscalizar e cobrar do Executivo todos os possíveis desencontros que possam ocorrer na aplicação da política pública municipal, principalmente quando se trata de recursos públicos que precisam chegar lá nas vilas que não têm saneamento básico.

Portanto, por impedimento e pelo rompimento de acordo feito nesta Casa, de nós não podermos debater, volto aqui, pedindo o auxílio do setor técnico, para expor as falas entre o Sr. Marco Camino, empresário, o Secretário Cristiano Tatsch, o Sr. Odilon e outros senhores que conduzem a política municipal, principalmente as finanças, e alguns empresários da Cidade de Porto Alegre, porque a grande maioria dos empresários que estão aqui quer transparência e licitude nos processos públicos. (Palmas.)

 

(Procede-se à reprodução de escutas telefônicas.)

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Esses que falam são o empresário Camino e o empresário Odilon.

 

(Procede-se à reprodução de escutas telefônicas.)

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: A próxima escuta envolve o Secretário Cristiano Tatsch com Marco Antônio Camino.

 

(Procede-se à reprodução de escutas telefônicas.)

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Terceira ligação: Marco Antônio Camino com o Secretário Cristiano Tatsch

 

(Procede-se à reprodução de escutas telefônicas.)

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Terceira ligação: Marco Antônio Camino com Cristiano Tatsch.

                                                   

(Procede-se à reprodução de escutas telefônicas.)

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Os dois empresários: Marco Antônio Camino e Odilon Menezes.

 

(Procede-se à reprodução de escutas telefônicas.)

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Esse trecho foi Marco Antônio Camino e Odilon Menezes, após o resultado da licitação.

Senhores e senhoras, todas essas falas que ouvimos foram entre empresas que ganharam as licitações para o consórcio do Pisa com o Secretário da Fazenda do Município de Porto Alegre antes de ser lançado o Edital, antes de haver os termos técnicos do Edital elaborados.

Eu vejo que há muitos senhores e senhoras, empresários, aqui neste Plenário, muitos comunitários que buscam recursos públicos para resolver o problema do saneamento da comunidade. Se estamos num país que é uma república, esta república deveria ser a res publica, ter responsabilidade sobre todas as atividades públicas. E, se nós fazemos política, devemos ter sempre uma postura da poliética. Nesse processo, nós devemos assegurar que os processos licitatórios sejam transparentes, porque, se este País quer trilhar o caminho do dito capitalismo, tem que ter transparência, tem que dar oportunidade para todos os empreendedores poderem apresentar suas propostas sem ter o cartel constituído, sem ter as políticas previamente direcionadas, sem ter os recursos públicos não sendo aplicados onde necessitam.

O Projeto Socioambiental é um projeto de 585 milhões de reais, que é para resolver o tratamento de esgoto em 55% da Cidade. Vieram quatro Projetos para esta Casa, e discutimos todos. E as Bancadas que apresentam este documento aqui (Mostra documento.), agora, votaram sempre favoravelmente; fizemos um acordo com o Governo, que não o cumpriu, que era de trazer todo o Projeto com os seus detalhes para esta Casa, para que pudéssemos analisar. Isso nunca foi feito.

Agora, será que a imprensa é leviana, Ver. Bernardino Vendruscolo? O prezado jornalista André Machado, filho de um grande tribuno desta Casa, Dilamar Machado, será que ele está fazendo um desserviço à Cidade, no momento que ele expõe essas falas no seu blog? Essas falas estão no blog do André Machado para quem quiser ouvir.

E, com a sua maioria, Ver. Valter Nagelstein, V. Exª, como Líder do Governo, teria que ter vergonha de querer impedir que o Secretário venha a esta Casa para prestar depoimento, que a Deputada Stela Farias - que conduziu uma CPI - venha a esta Casa para prestar depoimento a todos!

Bom, eu não quero dizer que nós não possamos não ter razão! Não, não quero dizer isso. Quero dizer que é obrigação nossa investigar todas as possibilidades de desacordo, desajuste e má utilização da verba pública.

E - vou concluindo, Sr. Presidente - quero dizer que já tenho em mãos aqui, Verª Maria Celeste, a síntese da CPI da Corrupção, que está, hoje, terminando na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul; e aqui está o voto em separado das Bancadas de oposição. Porque, das 24 reuniões que houve na CPI da Corrupção, só foi dado quórum em seis reuniões. E aqui está o voto em separado das Bancadas de oposição, pedindo providências ao Ministério Público, à Polícia Federal e ao Tribunal de Contas, porque nós temos que respeitar e valorizar esses órgãos e não tentar desconstituí-los, seja oposição ou seja situação; todos nós, Vereadores, todos nós, políticos de todos os Partidos, temos que estar sempre abertos para investigação.

Está sendo pedido ao Ministério Público o indiciamento do Sr. Cristiano Tatsch, do Sr. Marco Antônio Camino, do Sr. Odilon Alberto Menezes, do Ricardo Portella, do Virgílio dos Santos Costa e do Luiz César Noronha - todos os citados. Portanto, esta é a nossa contribuição para este debate. Gostaríamos de que cada colega Vereador e Vereadora pudesse analisar, para nós construirmos a melhor saída para a Cidade. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Está encerrado o Grande Expediente.

A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o Ver. Comassetto traz uma discussão fundamental que a Bancada do Partido dos Trabalhadores tem travado nos últimos 15 dias nesta Casa, especialmente quanto aos esclarecimentos necessários sobre o envolvimento de agentes públicos, de Secretários do Prefeito Fogaça, do Governo Fogaça, nas denúncias e no envolvimento com a Operação Solidária, que está sendo e foi investigada pela CPI da corrupção na Assembleia Legislativa. Mais grave e mais sério do que isso, senhoras e senhores, é o que a minoria desta Casa, que é oposição, tem tido, no último período: o tratamento dado pelo Governo. Não pelo Presidente desta Casa - temos que fazer este registro -, que tem conduzido esta Casa pela luz da Lei Orgânica do Município e pelo Regimento Interno - não que ele dê qualquer favor à minoria, não é disso que se trata: ele cumpre rigorosamente o Regimento. Agora, ao que nós assistimos, na última Sessão, é uma vergonha para a cidade de Porto Alegre, é uma vergonha para o povo de Porto Alegre: a Liderança do Governo, que faz um acordo com todas as Bancadas, que ainda anuncia a própria data - dia 23 de dezembro, às 17h -, dá a concordância para a presença da Deputada Stela Farias nesta Casa, na última Sessão Plenária, muda de ideia. E me envergonha pensar que essa mudança, que essa falta de palavra, que essa falta de compromisso do Líder do Governo tenha sido instruída pelo Prefeito Fogaça. Eu não gostaria de pensar desta forma, mas aconteceu aqui na última Sessão. O Requerimento para comparecimento do Secretário Cristiano Tatsch foi votado, e o resultado nega que ele compareça aqui, porque, espontaneamente, ele não veio, como fez o Diretor Flávio Presser. Ele vê o seu nome jogado nos áudios, nos envolvimentos pela Cidade e sequer reconhece e respeita a Câmara Municipal, não vindo aqui prestar os devidos esclarecimentos.

E hoje não há mais desculpas, meus caros colegas, não há mais desculpas para os Vereadores dizerem que não ouviram os áudios, que não compreenderam os áudios, que não perceberam que nas conversas do Secretário ele dizia que recebia os empresários com naturalidade. Mas não era uma relação institucional, era uma relação, caro Ver. Bernardino, muito íntima, porque o próprio Secretário retorna as ligações, liga para os empresários, combina a comissão, indica servidores públicos, Secretário Adjunto de um outro Secretário, do Secretário Clóvis Magalhães, o Virgílio, nomeia o Noronha, que era o Coordenador do Projeto Pisa para esta comissão. É disso que se trata, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, favorecimento, direcionamento nos editais! (Palmas.) E não me venham aqui dizer que essa operação que foi realizada, que esse consórcio, o Consórcio Cristal, não ganhou o edital, e por isso o processo está legal. Ora, se ganhasse o edital, então, nós teríamos que investigar. Mas a relação não institucional de um Secretário com os empresários desse áudio não deve ser verificada? Nós temos empresários sérios na nossa Cidade e, em nome desses sérios empresários, nós queremos esclarecer os envolvimentos. Nós ouvimos, inclusive, o Secretário criando a comissão para intervir no BDI, no valor da operação a ser colocada no edital. E, lamentavelmente, nós somos minoria nesta Casa, assinamos o Requerimento para que fosse criada uma Comissão Parlamentar de Inquérito, sabemos da dificuldade, mas o povo de Porto Alegre vai estar conosco, nós não vamos nos calar, nós queremos a CPI, nós queremos investigar nos bolsos de quem, na cueca de quem, na meia de quem foi o dinheiro Pisa/DMAE! (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Quero registrar a presença do Presidente do Sindpoa, Sr. Cacildo, e de várias lideranças comunitárias que já havia aqui citado. Quero passar uma orientação ao Plenário, mais especialmente às galerias: nós aqui radicalizaremos na democracia do debate desta Casa, mas quero orientar o Delegado Cândido que, se alguma ofensa pessoal a Vereador partir da galeria, o senhor identifique a pessoa e leve, imediatamente, à Procuradoria da Casa. Os senhores são bem-vindos, mas não quero nenhuma ofensa a Vereador. Todos os que chegaram a esta tribuna foi pela vontade popular, portanto, vamos respeitá-los. (Palmas.)

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu sou um homem tranquilo, fui favorável à vinda a esta Casa da Deputada Stela Farias, mas a minha querida colega, Verª Maria Celeste, que fez o Requerimento, o retirou. Portanto, eu não tenho culpa se ela não vem. Agora, analisando bem, eu dizia que a Assembleia fazia uma Comissão Parlamentar de Inquérito, e o meu amigo Ver. Engenheiro Comassetto me entregou cópia da síntese do voto em separado da oposição lá na Assembleia. Eu fico realmente triste em saber que existem políticos desse naipe, desse porte, que, independente de qualquer coisa, não sabem o que estão fazendo. CPI não indicia ninguém, não tem essa força. CPI comunica ao Ministério Público as suas conclusões. Não indicia ninguém, o Ministério Público é que indiciará ou não, mas a CPI da Corrupção, comandada pela Deputada Stela Farias - até hoje, quando eu ouvi no rádio, achei que havia sido um equívoco do jornalista, mas não é, está aqui, com letras vermelhas: indiciados -, indicia uma série de pessoas. Mas quem são eles? Eles estão acima da lei, acima da Constituição, para indiciar pessoas? E é por isso que eu fico muito triste. Ela não veio, e, agora, já estou contente! Já estou contente, porque eu ficaria muito brabo na presença dela, sabendo que ela indiciou pessoas. Ela não indicia ninguém, não tem essa autoridade!

Quanto à vinda do Secretário Cristiano Tatsch, o meu colega de Bancada, Ver. João Carlos Nedel, propôs, e eu acho que o correto é que ele fosse ouvido lá onde foi apresentado o documento que hoje o nosso Ver. Engenheiro Comassetto apresentou aqui no Plenário. Ele propôs que fosse chamado à Comissão de Finanças, e isso foi aceito, mas depois disseram aqui que ele teria que ser chamado no Plenário. E aí parece que não havia concordância da maioria.

Portanto, fico muito triste com o que está acontecendo. Em vez de estarmos decidindo um problema que afeta a Cidade, que é o problema da revitalização ou não do Cais do Porto, nós estamos discutindo indiciamento, não indiciamento, gravações telefônicas - não era o momento. Podem ter certeza de que não era este o momento que a Câmara precisava.

Nós precisamos decidir o Cais do Porto, sim ou não, com alterações, sem alterações; como ele está - isto é que deveria ser. E não fazer o que foi feito até agora: reclamações e mais reclamações.

Aqui está o documento que está indiciando a Governadora. Quem é a Assembleia Legislativa para indiciar alguém? Não indicia ninguém! A Lei da Comissão Parlamentar de Inquérito, se duvidar muito, é a mesma, ainda, do Governo Getúlio Vargas. Apenas comunica as suas conclusões ao Ministério Público, que indiciará ou não, como aconteceu agora. Depois de dizerem que vão indiciar uma série de pessoas - está aqui em letras vermelhas, dá para ler -, eu acho que a Câmara agiu muito bem em não trazer a Deputada Stela Farias, pela retirada do Requerimento da eminente Líder do PT, Verª Maria Celeste. Acho que a Verª Maria Celeste, como sempre, foi sensata e agiu bem. Não vem a Deputada Stela Farias, porque ela é uma indiciadora, e quem indicia não é Deputado. Então, acho que a coisa estava muito certa. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Questão de Ordem.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, em esclarecimento ao Ver. João Antonio Dib, nós, de forma alguma, como Bancada de oposição, estamos nos negando a votar o Projeto Cais do Porto. Ficaremos aqui até de madrugada, se for preciso, como em tantas outras vezes já o fizemos nesta Casa. Não se trata disso. Trata-se de esclarecer e de colocar a nossa posição frente à vinda da Deputada Stela Farias. De fato, o Requerimento foi retirado, porque iria ser derrotado.

Agora, o acordo dado, a palavra dada das Bancadas para a presença da Deputada Stela Farias, este, sim, foi rompido e foi liderado pelo Líder do Governo para o rompimento do acordo. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público que nos assiste nas galerias e pela televisão, venho a esta tribuna para fazer uma reflexão sobre as frases, as faixas, os dizeres, como “Projeto Cais do Porto - Não”; “Não aos espigões na Orla do Guaíba”. O meu entendimento é de que há um contrassenso, porque a gente percebe que há uma parcela menor, mas é uma parcela, que nunca quer nada.

“A Orla é nossa”. O que é nossa: uma orla suja, uma orla sem espaço adequado para se levar a família? Vocês querem comparar o Cais do Porto como está com o Cais do Porto como o que já vimos no projeto, ao qual você pode trazer um parente, um vizinho, um amigo...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. ELIAS VIDAL: ... Onde você pode receber turistas de outros Estados, de outros países? Os senhores não têm vergonha de trazer um turista, alguém de fora com as poucas opções que nós temos nesta Cidade? Vamos ter um pouco mais de vergonha; é questão de brio, é questão de respeito a si próprio! Não é um lugar adequado. “A Orla é nossa”. O que é a Orla é nossa, é nossa o quê?

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. ELIAS VIDAL: Espigão?! Espigão, você tem pela Cidade o tempo todo. Quer fazer bem para a Orla? Pegue um rastilho e vá limpar, tirar um pouco do lixo lá, vá parar de fumar.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. ELIAS VIDAL: Vá parar de fumar! É ter cara de pau falar em ecologia com um cigarro na boca. Para se fazer cigarro tem que cortar árvore. Então, tem que ter uma consciência melhor.

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. ELIAS VIDAL: Senhores, com relação a essa questão de CPI, eu quero deixar aqui uma pergunta: quando o Ver. Darci Campani era Secretario do DMLU - do lixo -, passou uma compra de incineradores de São Paulo, e deixou uma conta de um milhão e 200 mil reais para este Município, que ele foi condenado a pagar. Eu não vi movimento da Verª Celeste nem dos seus companheiros, mesmo os que não estavam na ocasião, para a criação de uma CPI! Não! Calaram-se!

Ou seja, o ser humano é muito injusto. Quando sou eu que estou no Poder, eu ajo de um jeito; quando eu estou fora, eu jogo pedra. É uma coisa bem desumana. Eu tenho que te destruir, para dizer que eu sou melhor; eu tenho que torcer para que tu vás mal, para dizer que eu vou bem! Não! “No teu Governo, Cais do Porto não pode sair, porque eu, em 16 anos, não tive capacidade de fazer”. É isso, é essa é a lógica! Eu não tenho capacidade de fazer, então você não pode fazer! Aí vem com essa cara de pau falar: “Não pode, não pode”. Nada pode! O que é que pode para os senhores? “Ah, eu quero uma Cidade bonita para os meus netos”. Que meus netos?! Eu quero é para mim! Na época dos meus netos, eu não sei se eu vou estar...

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. ELIAS VIDAL: Ah, parem com isso! Se a Cidade for boa para mim, hoje, será para os meus netos, será para os meus filhos! Agora, incompetentes são os senhores, que estiveram no Governo por 16 anos e deram apoio a esse grupo, porque não puderam fazer, não fizeram o Cais do Porto!

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vereador, garanto o seu tempo e o senhor retomará a palavra quando as galerias voltarem ao normal. (Pausa.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Devolvo a palavra a V. Exª, Ver. Elias Vidal.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Eu acredito que nós precisamos ser coerentes. Quando você está no Governo, tem que ser tão justo quanto quando está na oposição; tem que saber fazer oposição! Oposição não é derrubar e destruir, porque não é oposição pela oposição. Quando se tenta destruir quem está no Poder, está-se destruindo o povo também. Quando se quer mal a um Governo, para se autoafirmar, está-se dizendo para o cidadão que se lixe, que se dane, que a Cidade se arrebente e que fique um caos, para que, quando a oposição assumir, possa fazer um pouco melhor e se manter no poder. Isso é uma coisa muito cruel, é uma coisa muito triste, muito injusta. Porque, quando o PT estava no Governo, eu fiquei por um período aqui como Vereador, e nunca vim à tribuna fazer uma oposição sem coerência. Eu acho que a oposição tem que ser coerente, tem que ser racional. Em primeiro lugar, tem que pensar no povo, no cidadão; agora, sair destruindo tudo que tem pela frente só para poder dizer que foi melhor, é muito injusto. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras que nos visitam na tarde de hoje, eu estava preparado, hoje, para fazer uma pequena homenagem à ARI - Associação Riograndense de Imprensa -, que completou, no dia 19, 74 anos. Então, estou aqui para fazer este registro - também estamos falando pela Bancada do PTB.

Não há como nós darmos um prosseguimento maior, por duas questões. A primeira: estamos, sim, respeitando a presença das senhoras e dos senhores, e, hoje, votaremos a questão do Cais Mauá, e, lá naquela oportunidade, vamos discutir o tema.

Então, agora, eu falo sobre a questão do áudio. Sou Presidente da Comissão de Finanças, Economia, Orçamento e Mercosul desta Casa, e, amanhã pela manhã, teremos uma reunião na CEFOR, quando trataremos deste tema. Por isso, estou pedindo aos Vereadores da CEFOR - sei que teremos reuniões aqui no Plenário - para virmos ao Plenário, irmos à reunião na CEFOR e, depois, retornarmos ao Plenário, porque a CEFOR, da Câmara Municipal de Porto Alegre, tem que se reunir e ver que encaminhamento daremos. Repito: no dia de amanhã, às 10h, teremos uma Reunião na CEFOR. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu acho que não existe nenhum só Vereador, aqui neste Plenário, meu querido amigo Ferronato, que não queira, de alguma forma, votar um projeto viável ali para a área do Cais. Todos os Vereadores com os quais conversei têm o desejo de fazer a melhor das transformações para que possamos, Verª Fernanda, ter ali, no Centro da Cidade, a reforma que todos queremos para atrair turistas, para que possamos ter um Centro mais bonito, para que, de repente, possamos - a exemplo do que já acontece em outras Capitais que têm centros privilegiados ou locais privilegiados como o nosso do Cais - realizar ali um projeto que reúna gastronomia e lazer, fazendo com que aquela Região seja melhor aproveitada.

Eu acho que as grandes discussões, Ver. Beto Moesch, que vamos ter, estarão relacionadas com o problema das alturas e ocupação de terreno ao longo de todo o Cais, de acordo com o Projeto que foi aqui apresentado; por isso, as várias Emendas já passam de 35 - se não me engano são 36, Ver. Todeschini -, e vamos ter que analisá-las uma a uma. E já vi que da Emenda nº 01 à Emenda nº 28 já se pediu destaque, e acho que outras tantas vão também ser destacadas. Mas também fico feliz, porque a posição do Sr. Prefeito Municipal contempla uma preocupação que era a de todos sobre aquela construção que deveria ou que estava anunciada para surgir nas proximidades do Gasômetro e que poderia realmente comprometer esse patrimônio histórico que todos nós apreciamos, cuja importância não queremos ver diminuída, para que possamos, naquela região, ter construções que sirvam para o financiamento do restante da obra, mas que não firam o que realmente queremos preservar, que é o Gasômetro.

Lá do outro lado, perto da Rodoviária, onde há um prédio previsto, Ver. Valter Nagelstein, de cem metros de altura, é uma edificação alta, mas, em princípio, não ferirá os interesses básicos que nós queremos defender naquela região.

Nós apresentamos duas Emendas - uma junto com o Ver. Ferronato e outra com a Verª Sofia Cavedon -, que nós acreditamos que sejam boas Emendas. Uma delas é em virtude de uma correspondência que eu acho que vários Vereadores aqui receberam, do pessoal lá do Cisne Branco e do pessoal que tem o turismo náutico no Guaíba, que tinham uma preocupação de que não haveria um local para que eles pudessem atracar seus barcos, de acordo com o Projeto que foi apresentado, que não trazia essa preocupação. Nós apresentamos uma Emenda, junto com o Ver. Ferronato, que tem o nº 35, que assegura, junto ao terminal hidroviário existente, ou em outra área a ser definida, espaço para operação de barcos de turismo e passeio. E eu acho que isso vem ao encontro de tudo aquilo que nós pensamos com relação ao turismo, que já é praticado há muito tempo e que, agora, deve ser melhorado, inclusive, com a melhora do Cais.

A outra Emenda, que é a de nº 32, apresentei junto com a Verª Sofia Cavedon, e também é uma preocupação, Verª Sofia, que eu acho que deve ser de todos nós, porque veio de um pedido. O Projeto a ser desenvolvido deverá garantir manutenção de um quartel especializado em buscas e salvamento aquático, com acesso direto ao lago Guaíba na estrutura básica do Cais.

Eu acho que são iniciativas lógicas. Do mesmo nível e da mesma qualidade dessas iniciativas, acredito, Vereadores, que existam outras entre as Emendas que surgem, que já são quase 40, mas que visam realmente a qualificar, a melhorar o Projeto que veio aqui para a nossa Casa. E a missão de todos nós - vamos até a hora que for - será realmente selecionar, estudar cada uma dessas Emendas, para que todas as Emendas aprovadas sejam qualificadoras do Projeto que foi enviado para cá.

O Projeto, Verª Sofia, com toda certeza, preenche um anseio que é de toda a população. O Cais, da forma como está, não pode ficar; então, temos que, realmente, fazer as reformas que são necessárias, até para que possamos ter aquela região ali bem melhorada, mas é claro que sem causar os prejuízos que foram elencados aqui na Tribuna Popular de hoje e que são realmente uma preocupação de todos os Vereadores aqui da Casa. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro a presença do Vice-Prefeito e Secretário Extraordinário da Copa, José Fortunati e do Secretário do Planejamento Municipal, Márcio Bins Ely.

Apregoamos Requerimento, de autoria da Verª Maria Celeste, solicitando que as Emendas nº 29, 30, 31 e 32; a Subemenda nº 01 à Emenda nº 28; e as Emendas nº 33, 34,35 e 36, ao PLCE nº 004/09, sejam votadas em destaque.

Apregoamos Requerimento, de autoria do Ver. Beto Moesch, solicitando que as Emendas nº 01, 02, 12, 13,14, 36 e 34, ao PLCE nº 004/09, sejam votadas em destaque.

O Ver. Nilo Santos está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NILO SANTOS: Exmo Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhores e senhoras que nos acompanham nesta tarde, há algum tempo os ambientalistas diziam que as geleiras da Antártida derreteriam por causa do buraco na camada de ozônio, Ver. DJ Cassiá. Agora, um estudo comprova que as geleiras só se mantêm porque a camada de ozônio serve como escape para que o calor, então, não derreta as geleiras.

Nós nem sempre temos razão em tudo o que falamos, em tudo o que pensamos. Alguns ambientalistas estavam equivocados quando achavam que a camada de ozônio faria com que as geleiras derretessem rapidamente - está comprovado agora que está acontecendo um efeito contrário graças ao buraco na camada de ozônio, que mantém as geleiras lá na Antártida, senão já teriam derretido. Isso é fato, não é diz que diz que, é fato. Tem gente que banca ambientalista, mas nem lê relatórios que saem. E eu creio, Ver. Tessaro, que, mais uma vez, os ambientalistas estão-se equivocando na situação aqui de Porto Alegre. Parece-me, é a impressão que eu tenho.

Sr. Presidente, alguém me chamou de vendido, lá, e eu solicito que seja identificada essa pessoa.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu já orientei o Delegado Cândido. Delegado Cândido, onde estava Vossa Senhoria? Eu já solicitei a V. Sª que imediatamente identifique a pessoa que faça ofensas para que o Vereador possa, em querendo, tomar as providências cabíveis em relação a essa pessoa.

Por favor, devolvo a palavra a Vossa Excelência.

 

O SR. NILO SANTOS: Essa pessoa que me chamou de vendido deveria estar estudando sobre o tempo, sobre o meio ambiente, para entender que esta pesquisa saiu agora. Se não se informar, vai ser apenas uma massa de manobra nas mãos de alguns; pessoas que não têm nada a ver com o ambientalismo, com o meio ambiente, se transformam em alguém militante na área do meio ambiente. E, depois, vêm fazer críticas indevidas aos Vereadores que estão-se manifestando.

Eu quero crer, senhoras e senhores, que não haja má intenção nisso, Ver. Elias Vidal, eu não quero crer que realmente seja por inveja, porque Porto Alegre está-se desenvolvendo, que haja este movimento de ambientalistas nesta nossa Capital. Eu não quero crer que seja por motivo político-partidário; eu não quero crer, porque seria uma vergonha para a nossa Cidade.

Dizer que a nossa Orla, hoje, está protegida e que nós queremos abrir espaços para que seja explorada indevidamente é um absurdo. É só nos deslocarmos por Porto Alegre que nós vamos ver que uma parte da Orla pertence ao concreto usinado; outra parte da Orla pertence às areeiras; outra parte da Orla pertence ao capinzal; outra parte da Orla - Ver. DJ Cassiá, Ver. Alceu Brasinha, que fizeram esse trajeto de barco - pertence à burguesia; outra parte da Orla pertence à miséria, lá no fundão, lá da Vila dos Sargentos, no Veludo. Então, não me venham com esse “ti-ti-ti” de que a Orla é nossa! A Orla, até agora, não é nossa!

E o mais engraçado disso tudo é que não se vê uma manifestação, Ver. Aldacir Oliboni, uma manifestação sequer dessas pessoas que são contrárias ao desenvolvimento de Porto Alegre; não se vê uma movimentação para cuidar das pessoas que estão vivendo dentro d’água lá na Vila dos Sargentos; uma movimentação para fazer uma visita a essas empresas que trabalham com concreto usinado.

Estão preocupados em barrar o desenvolvimento, em barrar o Prefeito Fogaça nas suas realizações. Virou uma luta que não é ambiental, é uma luta político-partidária, porque, dependendo do Vereador que fala aqui, se é da base aliada do Governo, toma vaia; se é da oposição, aplausos; trate-se de problema ambiental ou não.

Daqui a pouco eu vou começar a achar que ambientalista é igual à oposição quando pisa nesta Casa. E o meio ambiente e a Orla são muito mais sérios do que isso, senhoras e senhores! Há gente morando dentro d’água. Os ambientalistas precisam ir lá para verificar o que está acontecendo, porque é gente morando dentro d’água, gente que faz parte do meio ambiente, também. Obrigado, senhoras e senhores. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Em primeiro lugar, Sr. Presidente, eu gostaria de saudar e abraçar, muito calorosamente, os colegas lutadores que defenderam o Pontal do Estaleiro e que garantiram (Palmas.), a partir da sua luta, que naquele espaço não tivesse espigões apenas para os ricos; saudar o Movimento Viva Gasômetro, o Movimento em Defesa da Orla, o Abrace o Guaíba; todos são muito bem-vindos nesta Casa, e, se muitas vezes os que defendem o meio ambiente só aplaudem os Vereadores da oposição, talvez seja porque a maioria dos Vereadores desta Casa não vote em defesa do meio ambiente; não vote em favor da Orla do Guaíba; não vote em favor do “carimbo verde” nos Projetos que aqui passam! Nós debateremos, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, este tema, quando formos votar o Projeto do Cais Mauá!

Um tsunami passou pela Câmara Municipal, e parece que alguns Vereadores querem fazer de conta que não viram. Foram apresentados áudios, trazidos pelo Ver. Comassetto, em que um Secretário de Estado organiza reuniões com empresários da construção civil, mais especificamente da MAC Engenharia, do seu Marco Antônio Camino com o Secretário Cristiano Tatsch, organizando reuniões para discutir as questões dos editais antes da saída dos editais, comemorando - Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, e público que nos assiste - o resultado dos editais. Tem Vereadores que não se pronunciam sobre isso. Nós estamos vendo, no mínimo, um indício concreto - não vamos dizer prova, mas um indício concreto, Ver. Haroldo de Souza, de um edital dirigido, que é um crime pelos critérios da Administração Pública Direta e Indireta e da moralidade, da publicidade, da transparência dos contratos da Administração Pública Direta e Indireta. E os Vereadores estão calados. Enquanto o Secretário e o empresário comemoravam o resultado da licitação de projetos que somam 586 milhões de reais, a totalidade - o maior projeto financeiro da Prefeitura Municipal de Porto Alegre -, enquanto eles comemoram, os Vereadores se calam! E aí não tem como ficar brabo, não tem como não achar que é um deboche com a nossa cara, quando os empresários comemoram. (Palmas.)

Quero dizer ao Ver. Elias Vidal, com toda a tranquilidade do PSOL, com a coerência do Ver. Pedro Ruas; da Deputada Federal Luciana Genro; da agora Vereadora, Presidenta Nacional do nosso Partido Heloísa Helena e dos nossos militantes, que nós não nos calamos! Não nos calamos no “mensalão”; não nos calamos pelo Sarney; não nos calamos nos panetones do Distrito Federal, com o dinheiro na cueca, na meia e recesso parlamentar para não votarem o impeachment. O PSOL está em todas as manifestações lá no Distrito Federal. O PSOL esteve na linha de frente aqui no Estado, denunciando as maracutaias do Governo Yeda, que foi dito que iam ser julgadas no Supremo Tribunal Federal, e até agora nada! Quarenta e quatro milhões, mais trezentos da Solidária, que faltam nas escolas do Estado, que faltam na Segurança do Estado, que faltam na Saúde do Estado, e até agora, nada!

Mas essa coerência não é só do PSOL; eu tenho certeza de que é de cada um, de cada uma que está nas galerias nos aplaudindo. Não aplaudem porque se trata de oposição ou situação: aplaudem porque o povo brasileiro, o povo gaúcho e o povo porto-alegrense estão cansados. Estão cansados das ratazanas de terno e gravata, que se locupletam nos órgãos públicos, nas Secretarias, que fazem maracutaia com seus amigos empresários - não são todos -, desviando milhões e milhões dos cofres públicos; estão cansados de ver o dinheiro dos impostos de todos nós ir para a corrupção dessas ratazanas, e nada acontecer. É impunidade atrás de impunidade! E vai ser assim, Ver. Mauro Zacher, enquanto não houver pressão popular, enquanto não houver mobilização, enquanto não houver o controle social da população sobre os governantes.

Mas nós, da Câmara Municipal, não aceitamos essa política do silêncio que os Vereadores estão fazendo. Isso é um absurdo! A Câmara tem o dever, a obrigação de gerenciar e fiscalizar o Executivo. Portanto, vamos parar de hipocrisia, assinar uma CPI e investigar, porque é dinheiro público dos porto-alegrenses. E nós queremos saber, exatamente como disse a Verª Maria Celeste, em que panetone está o dinheiro público! (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro a presença, nas galerias, do Movimento Viva Gasômetro e do Movimento de Defesa da Orla do Guaíba. Solicito que as demais representações enviem seus nomes à Mesa, para o devido registro.

Também nos acompanham no Plenário: o Sr. Rafael Padoin Nenê, Diretor da Associação Comercial de Porto Alegre, e que também representa aqui a Comissão que acompanhou a Revitalização do Cais do Porto; o Sr. Eduardo Tellechea Cairoli, Vice-Presidente da Federasul; o Sr. Gustavo Ene, Diretor da Associação Comercial de Porto Alegre; o Sr. Daniel Antoniolli, Vice-Presidente do Sindicato dos Hotéis; o Sr. Raul Rocha, Secretário-Adjunto da Secretaria de Turismo de Porto Alegre, entre outras lideranças que nos honram com suas presenças.

O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, faço uma saudação especial ao público presente em nossas galerias, às várias instituições. Quero, na verdade, aqui saudar a democracia. Que bom que estamos em mais uma tarde, Secretário Márcio Bins Ely, enfrentando mais uma votação importante, definidora, e também conflitante para os rumos da Cidade.

Recentemente, enfrentamos o Pontal do Estaleiro, cujo regime original conseguimos manter.

Gostaria de falar em nome da Bancada do PDT, que tem sido presente e quer estar muito presente no que diz respeito à nossa Orla, tão desejada por todos - e falo aqui como uma geração que não teve oportunidade de usar ainda o seu rio.

Agora, eu quero pensar em Orla, em revitalizar a nossa Orla, mas primeiro quero ver o espaço que está aí, público, revitalizado, bem cuidado, e, depois, vamos pensar na Orla. Primeiro, quero ver esta geração, primeiro quero ver a minha Cidade dando a atenção devida a esse espaço público tão querido por todos nós.

No Plano Diretor, Ver. Sebastião Melo, aprovamos uma Emenda onde garantimos os 60 metros, a inclusão de Ciclovias; a Bancada do PDT também esteve junto quando se manteve as alturas originais do Plano Diretor; a Bancada do PDT também votou com o Governo quando se falou em Áreas Livres Permeáveis; então, somos uma Bancada consciente do nosso papel aqui na Casa.

Agora, Cais do Porto é outro assunto. É um espaço público que queremos que seja revitalizado. E vai ser público, vai ter espaço público, e queremos que seja revitalizado. As experiências, não só do mundo, como aqui do País, nos mostraram que não é possível, Secretário Márcio Bins Ely, usar recurso público para revitalizar. E é por isso que nós estaremos, hoje, votando um dos Projetos mais importantes deste ano, que dará a oportunidade de construirmos parcerias para que essa área seja bem revitalizada, bem utilizada e tenha garantido o seu espaço público, mas que tenha sustentabilidade.

Então, falo com a maior tranquilidade, porque não vou aceitar que a Bancada do PDT seja aqui uma Bancada que não tenha o seu compromisso com a sustentabilidade, com o ambiental.

Quando mantivemos o Veto do Pontal do Estaleiro, este ano, estivemos aqui junto com um lado da plateia. Mas o nosso lado será, na verdade, o lado da Cidade, porque sabemos que aquele espaço merece ter, de novo, ou ter, enfim, aquilo que nós sempre sonhamos, um espaço em que se privilegie a parte cultural, a parte gastronômica da Cidade, porque isso vai dar oportunidade para que a Cidade, de novo, entre para o rol das grandes cidades turísticas.

Enfim, a Bancada do PDT vai se posicionar, porque acha que, ali naquele espaço, a Cidade merece, de novo, ter o seu Cais do Porto, agora, sim, revitalizado; agora, sim, um espaço da Cidade, agora, sim, um espaço que nós possamos utilizar de maneira que a Cidade o tenha garantido. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, esta tarde, às 16h30min, esta Casa debate com vigor temas relevantes, sem fugir daquilo que é o objeto da convocação da Casa para este dia: decidir, de forma definitiva, sobre o futuro do Projeto do Cais Mauá, que tramita na Casa há um bom tempo, e que atende reclamos de longa data da sociedade porto-alegrense, da comunidade metropolitana.

Hoje, cedo ou tarde, ao término desta Sessão Ordinária, ou nas Sessões Extraordinárias que haverão de suceder a esta Sessão, nós haveremos de dar o nosso passo balizador do destino dessa proposta.

É evidente, Sr. Presidente, que neste dia, seria omissivo nós silenciarmos sobre alguns temas que aqui são debatidos, em especial - por que não? - aquele que envolve o comportamento do Secretário da Fazenda do Município em acontecimentos ocorridos, vejam os senhores, em 2008, e que agora repercutem com grande estardalhaço, coincidentemente dez ou 15 dias, no máximo, após a confirmação do Prefeito da Capital a respeito da sua candidatura ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

Eu tenho em mãos (Mostra documento.) a cópia integral de tudo o que consta nesta matéria aqui divulgada pelo ilustre Ver. Engenheiro Comassetto, que nada mais é que a repercussão, o “reaquentamento” de fatos que há dias circulam na cidade de Porto Alegre. Nós poderíamos dizer até, sem sombra de dúvida, que aqui não tinha nenhuma novidade. Se alguém ler atentamente a súmula, a transcrição ipsis litteris do que foi o objeto dos dois telefonemas flagrados por essa escuta, que corre em segredo de Justiça, e que até na China já se tem conhecimento, pela divulgação que a oposição tem dado, se alguém ler, não vai encontrar nada que possa assombrar. Dizer que um Secretário recebe contatos de empresários, e esse contato é civilizado, não é nenhuma surpresa no mundo civilizado. Acaso o Ministro da Fazenda do Governo Lula, quando é contratado pelas lideranças empresariais deste País, não os recebe? Esconde-se deles? Recusa-se à conversação? Ora, vamos deixar claro que, neste País, a minoria das pessoas que odeiam o empresariado, que odeiam aqueles que constroem, que odeiam aqueles que produzem, é minoria, e tem sido assim. Ninguém tem conseguido chegar à vitória eleitoral sustentando essas teses. E o amado Presidente de todos aqueles que se opõem ao nosso Secretário Cristiano Tatsch não é diferente dos demais. Também ele e os seus Ministros dialogam com os empresários. E quem não dialoga com os empresários, com os líderes sindicais, com os líderes comunitários ou com qualquer cidadão investido de alguma representação, não merece, inclusive, fazer vida pública, pois o diálogo é essencial. Ora, nós não podemos apenas dialogar com aqueles que batem palmas para nós! Nós temos que, até pelo dever do ofício, dialogar com aqueles que não concordam conosco, que vêm, muitas vezes, aqui nesta Casa e colocam suas posições antagônicas às nossas e não falta, inclusive, a vaia, o apupo, a discordância, tudo o que está na essência do processo democrático.

Agora, quero concluir, Sr. Presidente, dizendo, em respeito à verdade dos fatos, o seguinte: não se diga que, pelos fatos que aqui estão transcritos, existem razão e fundamento para esse estardalhaço que quer se fazer contra o Secretário da Fazenda do Governo honrado do Prefeito José Fogaça! Não existem!

Vamos em frente, Sr. Presidente, trabalhar as horas que forem necessárias e não frustrar os que hoje aqui vieram ver decididos, como decididos serão, os destinos do projeto que revitaliza o Cais Mauá da cidade de Porto Alegre. Era isso, Sr. Presidente. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não sei de que parâmetro o Ver. Pujol parte para não se espantar com os áudios que escutamos. Eu considero escandaloso que um Secretário agende reunião com empresários, ajuste uma comissão para acertar valores e a pré-qualificação do Pisa. Esses telefonemas deixam, inclusive, muito claro, primeiramente, que os empresários dizem que precisa ter alguém controlando o negócio, pois estão oferecendo mais. “Não era 1,25 para o PM? Pois é, eu sei, e daí deu aquele estresse porque tem empresa que está ofertando outras coisas, não é?.” Daí ele diz: “Alguém tem que capitanear o processo”. Depois, lá na frente, o Secretário Tatsch acerta que quem capitaneará o processo não será o Virgílio, será mais o Noronha - funcionários públicos, mas funcionários de confiança, como o Secretário-Adjunto do Secretário Clóvis Magalhães.

Mas o mais impressionante e elucidativo com que nós temos que nos espantar, Ver. Pujol, foi que o que decidiu a licitação não foi a concorrência igual, a concorrência transparente, tanto que os dois empresários - o Camilo e o Odilon - se telefonam aos risos e debocham do empresário que ficou fora da licitação. “Ué, por que vocês não me falaram nada?” - diz o outro empresário. “E eu digo: isso se chama trabalho - risos - trabalho! Agora já foi! Mas vem cá, por que vocês não me puxaram?” - dizia o empresário excluído. “Ah, eu não sei, eu já tinha um compromisso anterior no Governo do Estado, da Prefeitura, não sei...”.

Olha, gente, lá pelas tantas, eles dizem, para acalmar o cara do Departamento, que é o Presser, que veio aqui imediatamente prestar esclarecimentos e que, de fato, não esclareceu, por exemplo, qual é o BDI do Pisa. Qual é esse tal de benefício, onde está o lucro da empresa, onde está aquele montante não mensurável que a Prefeitura pratica, em torno de 30%? Quanto se praticou no Pisa? Porque, aqui, as conversas dizem que ali é que tem o ajuste, que é dali que sai a propina; em vários momentos, indicam que levarão a propina, inclusive o valor ao PM, que nós queremos saber! É o Paço Municipal, é o Prefeito Municipal. Quem está recebendo recursos para beneficiar empresas?

Ora, o Projeto Socioambiental tinha um valor de 340, 350 mil reais, e passou para 580 mil reais; teve o seu custo majorado por mudança técnica, por mudança do tal do BTI! Por quê? Por que, coincidentemente, se anuncia uma licitação no dia 25, e, no dia 26, suspende-se sem motivo nenhum? Por que as conversas, e as reuniões, e a Comissão é formada exatamente nesse mesmo período? Nós, na CEFOR, Ver. Airto Ferronato, escutamos as fitas, e, ao final, o Ver. João Carlos Nedel disse: “Sou contador. Essa licitação tem que ser cancelada”. O Ver. João Carlos Nedel disse na reunião da CEFOR: “Essa licitação tem que ser suspensa. Eu sou contador, o Ver. Airto Ferronato é contador”. De tão nítida, de tão grave a corrupção feita por empresários e entes públicos em torno do recurso público que financia privilégios.

E, lá pelas tantas, eles dizem: “Para não acontecer o que aconteceu no Conduto Forçado”. Para o Conduto Forçado Álvaro Chaves era previsto um valor de 42 milhões de reais, foram acrescidos 16 milhões de reais com a mudança do projeto, 38% de alteração ilegal, impossível de ser realizada. O Governo não conseguiu pagar, ou, se pagou, não sabemos como. E há uma sindicância, eu tenho o número da sindicância. E eu pergunto: onde está essa sindicância engavetada desde 2006? Na assessoria jurídica do Sr. Clóvis Magalhães. Uma sindicância para apurar irregularidades no Conduto Forçado Álvaro Chaves. Senhores, a CPI está aí, tem 11 assinaturas, e esta Casa e estes Vereadores têm responsabilidade com o recurso público, têm responsabilidade, sim, com a nossa Cidade, com o destino dos recursos públicos e com o destino das finanças e das vidas, porque o Socioambiental diz respeito ao saneamento do Guaíba, da Orla, e de muitas moradias populares que nós queremos ver realizadas. Mas com transparência, com lisura, sem corrupção, sem compra de privilégios, porque isso não é aceitável na cidade de Porto Alegre! (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder. (Pausa.) V. Exª não havia solicitado?

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN (Requerimento): Eu, de fato, desejo manifestar-me, mas não neste momento. Eu acho que todas as assacadilhas e acusações não devem ficar sem resposta, porém, eu tenho os olhos naquilo que é mais importante, que é substantivo para a nossa Cidade e a razão pela qual as pessoas vieram hoje ao nosso Legislativo. Eu requeiro a V. Exª que, imediatamente - até porque é do Regimento, as Lideranças já ocuparam o seu tempo -, entremos na Ordem do Dia para votarmos o Projeto do Cais do Porto, que é a razão de nós estamos todos, com muita expectativa, há quase 30 anos aguardando. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não havendo nenhuma outra Liderança inscrita, eu determino a abertura do painel para verificação de quórum para a Ordem do Dia, para enfrentarmos a matéria proposta, que é matéria importante para a nossa Cidade, o Cais do Porto.

Havendo quorum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Apregoo a Emenda nº 37, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, ao PLCE nº 004/09.

Registro as seguintes presenças: Associação de Moradores e Amigos da Auxiliadora, Presidente João Volino Corrêa; ONG Solidariedade, Sr. Eduino Mattos; Abrace o Guaíba, Sra. Tania Faillace; Pastoral da Juventude, Sr. Régis Rafael Ribeiro Lisboa, que também representa o Movimento Estudantil Independente da PUC; Associação de Moradores 7º Céu, Arno Trapp; Associação dos Amigos da 24 de Maio, Marlene Campos; Associação dos Moradores do Bairro Independência, Gessi Marc; Associação dos Moradores do Centro, Presidente Paulo Guarnieri; Amigos da Gonçalo de Carvalho, César Cardia; Conselho Comunitário de Desenvolvimento da Tristeza, Vila Assunção e Conceição, Anadir Alba; Conselheiros das Regiões de Planejamento: RP 1, RP 6, RP 7, RP 8; Movimento em Defesa da Orla do Guaíba, Zoravia Betiol; Associação dos Moradores do Bairro Ipanema, Ângela Pellin; Associação dos Moradores do Túnel Verde, Marino Vieira; Associação dos Moradores do Partenon, Zalmir Oliveira; Loteamento Chapéu do Sol, Sr. Emerson; Presidente do CDL, Vilson Noer.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 0868/09 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 004/09, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que altera a ementa e o “caput” do art. 1º, o “caput” do art. 2º, inclui §§ 4º, 5º e 6º nesse artigo, e revoga o § 1º do art. 1º e o art. 2º, todos da Lei Complementar nº 462, de 18 de janeiro de 2001, que dispõe sobre a construção de novas lojas de varejo de gêneros alimentícios (supermercados e hipermercados) em Porto Alegre, alterada pela Lei Complementar nº 523, de 2 de maio de 2005, estendendo a proibição de que trata essa Lei Complementar à área miscigenada compreendida entre a Avenida Severo Dullius, parte da Avenida dos Estados até a Rua Dona Teodora e a Autoestrada Marechal Osório (Freeway), bem como entre o prolongamento da Avenida Antônio de Carvalho e o Corredor de Produção, conforme definição da Lei Complementar nº 434, de 1º de dezembro 1999, Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre (PDDUA), em especial, em seu Anexo I.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto (empatado);

- da CEFOR. Relator Ver. João Carlos Nedel: pela rejeição do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver.Nelcir Tessaro: pela rejeição do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82,   § 1º, I, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo):  Em discussão o PLCE n° 004/09. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. ADELI SELL: Meu caro Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, nós precisamos pensar uma Porto Alegre cada vez mais integrada entre suas Regiões. Precisamos pensar uma Porto Alegre com um Centro Histórico revitalizado e pensar Porto Alegre, sempre, como uma Cidade que integre culturalmente, economicamente, socialmente e ambientalmente todos e todas.

Nós fugimos de um debate de situação e oposição. Nós fugimos de um debate entre aqueles que querem vender a alma para o diabo e aqueles que são santos aqui na Terra e que provavelmente não encontrarão o reino do céu. Esse tipo de dicotomia não serve para quem quer fazer política e quer construir uma cidade harmônica. Nós necessitamos baixar a guarda, ouvir as diferenças, compor posições. A Cidade só vai funcionar, quando tiver - digo isso sempre ao Ver. João Antonio Dib - um Plano Metroviário, Cicloviário: um Plano de Transporte e de Circulação.

Nós precisamos pensar Porto Alegre como foram pensadas algumas cidades que se remodelaram. Para mim, um exemplo é Barcelona; para mim, um exemplo é a cidade de Lisboa, que, com a Expo 98, reconquistou a sua relação com o rio Tejo. Recentemente, nós estivemos, em Rosário, na Argentina, Ver. Airto Ferronato, e vimos que o fundamental é a circulação das pessoas e a sua relação com o rio Paraná. Nós vimos ali altas edificações, mas, no entorno delas, o povo circula, sem distinção de classe; o porto de Rosário é muito mais democrático, inclusive, do que o Puerto Madero, que é muitas vezes citado aqui. Eu ainda prefiro, e prefiro sempre, vou defender sempre que Rosário é mais democrática, é mais bonita, é mais encantadora! Nós vimos, sim, prédios altos, mas há circulação de trânsito, e vimos as construções dos estacionamentos, na própria edificação e no seu entorno; nós vimos sete quilômetros e meio de margem de rio, por onde as pessoas podiam caminhar, por onde as pessoas podiam circular, andar de bicicleta, e, numa pequena parte, Ver. Valter Nagelstein, num penhasco, foi feita uma entrada para o rio Paraná, o que não fez parar o fluxo das pessoas de um lado para o outro da Cidade. É assim que nós queremos discutir, Emenda por Emenda, ouvir as diferenças e votar o melhor para a cidade de Porto Alegre. Eu espero que agora não aconteça como já aconteceu em outros momentos, em que uma parte não ouve a outra parte, em que uma Emenda apresentada por uma Bancada não é levada em conta pelo simples fato de ser da Bancada A ou da Bancada Z. Eu faço um apelo para que todos ouçam, para que a gente possa discutir aquilo que é melhor para a cidade de Porto Alegre. Eu quero sair, hoje, daqui, com a sensação de que nós olhamos para o futuro da Cidade e que a gente garanta, sim, não uma Porto Alegre como a de hoje, com engarrafamentos por falta de circulação viária na Cidade, mas que, inclusive, aquelas Emendas que apontam para essa questão sejam as primeiras a serem aceitas, sem os confrontos costumeiros. Eu tenho a convicção de que, se nós tivermos essa postura, Porto Alegre será melhor, e nós teremos, sim, um empreendimento que garanta emprego, que garanta, sim, desenvolvimento, que não confronte a natureza, que não confronte o Centro Histórico, mas que, pelo contrário, integre ponta a ponta o Cais Mauá, e que integre o Cais Mauá com o Centro Histórico. Mas, para isso, é preciso pensar não apenas no Regime Urbanístico que nós aprovaremos hoje; é preciso pensar, sim, nas complementações, no projeto do futuro, que tenha um diálogo entre o lago e a Cidade, e não como hoje, quando a gente está de costas para o lago Guaíba. Para isso, é insuficiente aprovar apenas o Regime Urbanístico. O mais importante é o que faremos no futuro, e, para isso, estamos atentos e acompanharemos este Projeto de ponta a ponta! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro as presenças do Sr. Norton Luiz Lenhart, Presidente da Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares; do Sr. Ricardo Ritter, Presidente do Convention and Visitors Bureau de Porto Alegre; da Agapan - Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural; do Sindicato dos Conferentes de Cargas de Porto Alegre; e da Ama - Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Auxiliadora. As outras eu já havia citado anteriormente.

O Ver. Lucio Barcelos está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. LUCIO BARCELOS: Sr. Presidente desta Casa, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu gostaria de encaminhar, durante a minha argumentação, contra a votação do Projeto do Cais do Porto. Não é contra a aprovação ou a favor da aprovação, mas sim contra a votação, porque este Projeto, esta situação do chamado abandono do Cais do Porto tem uma duração de mais ou menos 20 anos, pelo que se diz aqui, e, por ser um Projeto extremamente importante e que diz respeito ao conjunto da Cidade, dos cidadãos de Porto Alegre, nós fizemos uma Audiência Pública nesta Casa, apenas uma, e a população de Porto Alegre, no meu ponto de vista, não foi ouvida a respeito deste Projeto. Mas eu acho que a população de Porto Alegre tem o direito de ser ouvida a respeito deste Projeto.

Primeiro, o que se diz? Que é uma área que está abandonada, que está suja. Quem é o responsável pela área do Cais do Porto? Aquilo não é um bem público? O Governo do Estado, ou a União, ou o Município, ou o Poder Público não têm o dever de manter aquela área limpa, aberta, para que a população tenha acesso a ela, quando precisar e quando for necessário? O que dificulta que isso aconteça?

Aparentemente, existe um vazio, não existe Poder Público. E o problema só se resolverá quando aquela área for privatizada, ou seja, quando ela for entregue ao setor privado, que tem a condição ou a capacidade de limpar a área, de prover a área de lazer, dando acesso à população. O Poder Público não! Acho que devemos rever essa posição, temos que colocar essa discussão dentro de um patamar em que a população possa ser ouvida de uma forma mais adequada. A população de Porto Alegre é de 1 milhão e 400 mil habitantes, um pouco mais, e ela tem o direito de discutir e opinar em relação a isso.

No ano de 2010 haverá eleições gerais para Presidente, Deputados e Governador. Por que não podemos segurar este Projeto, por que não podemos formular uma proposta de plebiscito em relação a esta proposta antes de votar o Projeto? Que não se vote o Projeto, que se vote que a população de Porto Alegre tem que ser ouvida de uma forma plebiscitária. Que se faça um plebiscito para que a população decida se ela quer um projeto da maneira como ele está estruturado ou se ela quer um projeto em que o Poder Público vai abrir as portas do Cais Mauá para a população, a qual vai poder opinar, passear, andar, ter lazer, ter esporte, ter cultura, ter espaços públicos, onde ela possa fazer aquilo que é do seu direito, como ocorre em relação à Ponta do Melo, ao Pontal do Estaleiro, que é uma outra situação em que entramos na Justiça Estadual, com uma Ação Popular, tentando resgatar aquele espaço como um espaço público. E esse Processo está tramitando na Justiça Estadual, onde nós discutimos a necessidade de o Poder Público assumir aquele espaço como sendo público.

A nossa posição é de que a população de Porto Alegre não foi ouvida, e ela tem o direito de ser ouvida, porque é um Projeto tão ou mais importante do que o Projeto da Ponta do Melo, do Pontal do Estaleiro. (Palmas.)

Encaminhamos no sentido de não votação do Projeto, independente das Emendas favoráveis ou não. A população de Porto Alegre pode esperar mais um ano e tem o direito e merece que se aguarde mais um ano para que ela seja ouvida em seu todo - e não apenas uma pequena fração -, não tendo a condição ou a capacidade de ser ouvida de uma forma mais eloquente.

Então, essa é a nossa posição: que se dê mais um prazo, mais um ano para que a população de Porto Alegre possa se manifestar em seu todo em relação ao Projeto do Cais do Porto, que diz respeito, sim, ao modelo de progresso, ao modelo de Cidade que nós queremos. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Presidente Sebastião Melo, colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores, cinco horas da tarde! Já passados 30 anos, e mais 5 horas.

A população de Porto Alegre tem o direito de discutir, não há dúvida, mas, mais que o direito de discutir, tem o direito de usufruir aquela área que lhe foi sonegada ao longo desse tempo. E o direito de usufruir, hoje, se sobrepõe a esse propósito que busca, que tenta, mais uma vez, obstaculizar esse processo. Quem detém delegação para que se discuta isso, e quem representa a população de Porto Alegre - e por isso é que a população de Porto Alegre fala, sim, e falará hoje - são os 36 Vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre e são os movimentos da sociedade que aqui estão! E, se nós estamos reclamando mais discussão e mais participação, esse processo se deu - e eu tenho insistido nessa tese - na eleição do ano passado. Foi lá que o povo soberanamente definiu, decidiu quem governaria a Cidade, e quem seria a oposição. E definindo quem governaria, quem seria a oposição, definiu quais os projetos que seriam implementados. E é por isso que nós estamos aqui para fazer a Cidade caminhar, para fazer a Cidade avançar, para resgatar, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, aquilo que é um apelo, que é um anseio, que é um desejo, que é uma necessidade que todos nós, do fundo da alma, reclamamos!

Mas nesses processos precisamos compreender que é preciso termos uma paciência bíblica. Meu amigo Gustavo Grisa, meu Presidente Vilson Noer, Dr. Edemar Tutikian, que há cinco anos faz esforços, nós precisamos ter a “paciência de jó”, aquele que sabia que, contra todos os ataques, todas as assacadilhas, todas as maldições, todos os obstáculos e todos os problemas, ao fim e ao cabo, encontraria a redenção esperada. Nós também caminhamos com essa mesma fé, porque tenho certeza de que, lá no fundo da alma, daqui a dois, três anos, caminharemos por ali com as nossas famílias, com os nossos filhos, assim como eu pude, com o Ver. Adeli, com o Ver. Ferronato, caminhar em Rosário; assim como aconteceu em Buenos Aires, como aconteceu no Chile, como aconteceu nos Estados Unidos, na Austrália, em Londres, na Inglaterra, em Bilbao, em Barcelona, na Espanha, e por aí vai, mundo afora.

Sempre houve o grupo dos incrédulos, o grupo daqueles - não se sabe bem por quê - em cujo DNA existe essa razão do ser contra por ser contra. Mas o grupo dos esperançosos, o grupo daqueles que têm visão no futuro, o grupo daqueles que repousam os seus olhos em um mundo melhor, com espaço para todos, vence e vencerá novamente!

Estes argumentos ad terrorem do aquecimento global, de que o Cais do Porto vai contribuir para isso, se por um lado são verdadeiros, se a questão ambiental e ecológica são importantíssimas, por outro lado é absolutamente falacioso e mentiroso querer colocar nas pessoas o pânico de que um projeto de revitalização do Cais vai representar ou redundar no aquecimento global e na destruição do Guaíba, ou seja lá do que for! É inaceitável este argumento! (Palmas.) Se, por um lado, é verdade que o processo de desenvolvimento do século XX gerou como substrato a degradação ambiental - e é verdade, e isso precisa ser revisto -, por outro lado, também é verdade que o abandono, que a miséria, que a pobreza e que o descaso também trazem degradação ambiental. Como o desenvolvimento a qualquer preço, o descaso e o abandono também precisam ser combatidos. E é esse combate que aqui está, são esses mundos em que estamos, esse dilema de mundos com o qual estamos nos deparando neste momento.

Chegou a hora, e graças a Deus chegou a hora, neste instante, e eu agradeço muito, Srs. Vereadores, por ter a oportunidade de ser Vereador desta cidade, neste momento. E nós estaremos aqui, Ver. Tarciso, meus colegas Vereadores, Ver. Haroldo, Ver. Dib, Ver. Kaminski, fazendo um verdadeiro divisor de águas. E rogo e peço, Sr. Presidente, concluindo - e sei que nós vamos longe na discussão, porque a estratégia tem sido esta, mas nós já estamos acostumados com isso. As Emendas foram todas destacadas; se tivermos que entrar meia-noite, quem esperou 30 anos não pode esperar umas horas a mais? Quem tem dado combate ao longo deste ano, será que não pode dar um pouco mais de combate nas horas que restam? Não tenho dúvida de que sim. Mas a certeza, a esperança e a convicção são de que daqui alguns dias - eu quero, com a minha família, com as minhas filhas, que é para quem eu espero legar esta conquista de Porto Alegre, com a minha mulher, que está aqui, com algumas pessoas que confiaram em mim - nós poderemos estar caminhando de novo naquela área, pública, retornada à população de Porto Alegre, como um diamante brilhando no Centro da nossa cidade, com gaúchos vindo do Interior, com brasileiros vindo de todos os rincões, admirados com aquilo que os gaúchos, com a sua capacidade, com a sua força, com o seu desprendimento e com a sua ousadia, tiveram capacidade de construir na nossa Porto Alegre. É por isso, Sr. Presidente, que eu tenho a certeza de que este Projeto será um diferencial, um divisor de águas e que, hoje, a Câmara de Vereadores vai dar a sua resposta a esta população que tanto espera.

Muito obrigado, Sr. Presidente; muito obrigado, senhoras e senhores. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o tom do Ver. Valter Nagelstein mostra o quanto ele se propõe a dialogar com as Emendas da oposição. Nenhuma vontade; só combate e combate! E nós, com a mesma gana, estamos aqui para defender não espigões, mas a nossa linda, maravilhosa Orla do Guaíba, que nós queremos, sim, que tenha acesso para todas as pessoas, que tenha bares, que tenha áreas verdes, que tenha área para bicicletas! Nós não achamos que desenvolvimento é sinônimo de construção, de adensamento, de privatização, de concessão ao privado, porque o público é ineficiente e incapaz. Não é essa a nossa convicção, Ver. Valter Nagelstein!

A Orla de Porto Alegre já foi por demais ocupada indevidamente. Em tempos não democráticos, em tempos autoritários, se fez, não concessão de uso, se fez doação na Orla de Porto Alegre para uso privado. E não adianta, porque isso não justifica! Erros do passado não justificam que cometamos novos erros. Estamos em outros tempos, em tempos de democracia, em tempos de república, em tempos de direitos, em tempos de legislações ambientais que preservam; em tempos de convicção de que turismo é sinônimo de identidade, de preservação, de harmonia com o meio ambiente.

Portanto, Ver. Brasinha, que me mostra fotos das moradias da Vila dos Sargentos, eu quero informar que o seu Prefeito Fogaça retirou do Socioambiental essas moradias; retirou essas moradias e o saneamento! (Palmas.) Para vocês que acham que isto está correto, quero dizer que foi retirado do Socioambiental. E eu já andei lá na beira da Vila dos Sargentos, e pude verificar que tem, inclusive, reciclagem de lixo na beira do Guaíba; faz anos que aquelas comunidades aguardam investimento público para morar melhor, para depois liberarem a beira do Guaíba e deixarem de poluir.

Então, isso não é de propósito, isso não é feito para se apropriarem privativamente do rio. Não! São pessoas pobres, miseráveis, que não tiveram alternativa de morar e que querem política pública, Ver. Brasinha! (Palmas.) Política pública! E, se não houver desvio de recursos do Socioambiental, é possível se fazer isso. Se não tiver desvio, se não tiver propina, se não for para o bolso de alguns privilegiados, é possível liberar a Orla do Guaíba. (Palmas.) Assina a CPI e sai a moradia lá na Vila dos Sargentos, e a Orla toda, linda, linda, vai ser liberada lá para uso de todos...

 

(O Ver. Alceu Brasinha mostra fotografias.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver. Brasinha. E, se, de fato, o que o Governo diz, que o Projeto de Revitalização é para liberar para todos, é para ser público, por que o artigo 3º e 4º? Então, quero ouvir aqui, Ver. Valter Nagelstein, que vocês concordam em suprimi-los! Porque o art. 3º diz que “as edificações são isentas do recuo para ajardinamento”. Não precisa recuar e ajardinar no Cais do Porto. Art. 4º - “...sem doação, aplicação dos índices de aproveitamento e taxas de ocupação dar-se-á com a utilização plena dos dispositivos, etc.”, ou seja, sem doações de áreas para o sistema viário e equipamentos públicos comunitários. Então, é totalmente privado, pode ser totalmente privado o Cais do Porto. Aqui explicita que não haverá nem vias públicas dentro do espaço do Cais do Porto. Tem uma Emenda, Vereador? Então nós queremos ver. Alguma coisa tem que ser modificada neste Projeto para que seja público. Eu li direito, Ver. Haroldo de Souza, eu li várias vezes.

Nós fizemos Emendas. Nós queremos diálogo, porque nós queremos um Cais do Porto Alegre mais vivo do que é. Eu fui à Bienal e na Feira do Livro; muitos de vocês foram e viram a vida que tinha lá, a vida cultural que tinha lá - não nas condições que nós sonhamos; queremos melhores condições. Mas não digam que o Cais está morto; ele precisa de um apoio, de um suporte para se tornar cada vez mais vivo e, para ser vivo, é preciso ser público. A Orla do Guaíba, área de interesse cultural, área de preservação ambiental, não pode ser privatizada - é este o nosso apelo. Nós vamos votar para isso: uma Orla para todos, pública e revitalizada em harmonia com o meio ambiente e com a nossa identidade cultural! Obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Paulinho Ruben Berta está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. PAULINHO RUBEN BERTA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos que nos assistem através do Canal 16, eu estou fechando 54 anos; trabalhei no Mercado Público, na Praça XV de Novembro, como engraxate, quando era guri. Passados alguns anos, começou a se falar na remodelação, na revitalização do Cais do Porto. Quase 30 anos se passaram e até hoje eu não tive o prazer, o orgulho – como diz aquela faixa que está ali, que a Orla é do povo, e eu me considero povo - de poder botar o meu pé lá.

Foi feito o muro, foi tirado o direito do cidadão, o direito do povo, e aí tem faixa dizendo que a Orla é do povo. Só se é do povo bem aquinhoado, que tem mansões na beira do Guaíba; só se é daqueles barcos e navios que estão lá, transformados em cemitério; só se é dos trabalhadores que trabalham no Cais do Porto. Porque da minha família não é, do povo de Porto Alegre não é, da Cidade de Porto Alegre não é. Nenhum bem aquilo ali traz para a Cidade hoje, a não ser o tombamento dos prédios históricos, que são conservados. Fora isso, não é da Cidade, não é do povo! E mais uma vez vamos trabalhar para adiar este Projeto. Será que isto não está sendo falta de capacidade nossa de entregar realmente para a Cidade o que é da Cidade? Quantas outras Capitais do mundo já fizeram isso? E Porto Alegre tem que caminhar para trás?

Vamos acertar, situação/oposição - o que quer que seja -, mas vamos entregar o que é do povo para o povo! Chega de andar para trás! (Palmas.)

Vamos começar a nos preocupar também com projetos para o Arroio Feijó, na divisa com Alvorada, que descarrega no Guaíba através do Rio Gravataí - vamos nos preocupar com isso! Vamos parar de nos preocupar com frases de efeito, vamos parar de nos preocupar com aquilo que tira o direito do cidadão e vamos dar direitos ao cidadão! Aqui não é uma briga de situação e oposição: aqui é uma briga para o melhor para Porto Alegre, pelo respeito às pessoas, ao cidadão e respeito ao meu neto. Tenho direito de ir ao Guaíba, tenho direito de ir ali e botar um canicinho para tirar um lambari. Eu só não tenho o direito de ser excluído desta Cidade!

Falar em inclusão é fácil, eu quero ver falar em inclusão com qualidade. E qualidade é entregar aquilo que pertence à minha família e às famílias de Porto Alegre. É falta de responsabilidade tentar diminuir o direito do cidadão e querer falar em nome dele. Quero ser muito honesto com vocês. Quero morrer, mas quero botar o meu pé lá antes disso! Quero levar meus netos, a minha família, quero ver famílias lá transitando. Eu quero ver a geração de emprego e renda para esta Cidade ali. Vão ser gerados mais de três mil empregos diretos, dez mil empregos indiretos. Muitos que hoje não têm o seu salário no final do mês vão construir ali, e é preciso que cada um ponha a mão na consciência. Vamos parar com este negócio de eu, eu e eu! Não, é a cidade de Porto Alegre, é o povo de Porto Alegre que depende daquilo ali também.

Vamos tirar, sim, aqueles navios que estão lá encalhados, vamos dar o direito a Porto Alegre de usufruir o seu rio, o seu lago, como queiram chamar, mas demos o direito ao cidadão, porque há 30 anos, praticamente, nenhum de nós tem o direito de botar os pés lá! E as outras partes estão lá, tem cidadão aquinhoado que tem o direito de estar lá... Nós não temos direito ao Guaíba, e aí tem uma faixa dizendo: “A Orla é do povo.” Só se me pegar pela mão e me levar lá, para falar para o guarda me deixar entrar, senão não entro lá, e não entra ninguém!

Quero dizer que sou a favor do Projeto, o Projeto tem que ser votado hoje, tem que sair do papel, e o Cais do Porto tem que ser entregue à população de Porto Alegre, a seus legítimos donos. O Cais do Porto tem que ser entregue a nós, a toda Porto Alegre, a todo cidadão, e, se nós todos tivermos consciência, estivermos trabalhando por Porto Alegre, o Projeto vai ser votado e aprovado por esta Casa, que é idônea, uma Casa que sempre trabalhou a favor de Porto Alegre e, nos últimos anos, então, vem trabalhando muito. Vamos votar o Projeto hoje, pois ele não pode ficar engavetado por mais 30 anos. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Beto Moesch está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, gostaria de dizer da satisfação de ter como colega, no dia de hoje, o meu querido amigo e Vereador Sérgio Kaminski, que está aqui hoje, num dia importantíssimo, para definirmos o Projeto Cais Mauá.

Gostaria de tentar dialogar com os que me antecederam sobre muito do que tem sido colocado, seja na mídia, seja aí fora. Fala-se muito, muito mesmo, em sustentabilidade; então, tudo tem que ficar sustentável. Ótimo! O Plano Diretor tem que ser sustentável, o Cais Mauá tem que ser sustentável. Mas o que é ser sustentável? O que é a sustentabilidade? Ela é um conceito. E não tem dois conceitos, tem um conceito. Sustentabilidade é garantir a qualidade que temos hoje para as futuras gerações e alicerçar, Ver. Haroldo de Souza, três quesitos básicos, como um tripé, que devem funcionar da mesma maneira, na mesma proporção, na mesma importância. Então, sustentabilidade tem que ser ganho econômico, ganho social e ganho ambiental. Isso é sustentabilidade. Por exemplo, eu estava lendo, ainda hoje, uma expressão: sustentabilidade econômica para o Cais Mauá. Não existe sustentabilidade econômica, existe a sustentabilidade. Sustentabilidade econômica é um termo equivocado. E é por isso, Ver. Valter Nagelstein, que eu acredito que é possível, se entendermos o que vem a ser sustentabilidade, poder ter, sim, um Cais Mauá eminentemente, verdadeiramente sustentável. (Palmas.) E que, portanto, tem que ter e garantir ganho econômico para o empreendimento, inclusão social e proteção do patrimônio histórico, cultural e ambiental, senão não há sustentabilidade. E eu acredito nisso, acredito que nós podemos fazer isso. E quero aqui, mais uma vez, parabenizar quem coordenou todo esse processo, o Edemar Tutikian, porque é uma pessoa que sabe o que vem a ser sustentabilidade e que sabe que sustentabilidade passa, Ver. Pancinha, meu colega de mesa, por diálogo, por ponderações, não existe nada que possa ser imposto. E é por isso que estamos aqui hoje, porque esta Casa, Ver. João Antônio Dib - V. Exª sabe, foi das que mais lutaram contra qualquer tipo de ditadura. Portanto, não admitimos decretos-leis, que são impostos para a sociedade. Nós acreditamos e defendemos Projetos de Lei, que precisam ser debatidos, dialogados e, se necessário for, melhorados. Quero também dizer que o Projeto, como também li hoje, não pode ser alterado, não pode haver alterações ... Bom, essas pessoas estão vivendo na época do decreto-lei, porque um Projeto vem aqui para isso, para ser debatido, analisado e, portanto, emendado, sim! (Palmas.) O que não quer dizer que vamos ser favoráveis a todas as Emendas, ou contrários a todas elas. Então, estou ponderando, porque acredito num Cais sustentável, assim como é insustentável é o Cais como está. Nós precisamos de um projeto, sim, e nós precisamos moldar esse projeto.

Já fiquei muito tranquilo ao ver a proposta junto ao Gasômetro, que, depois, a gente pode discutir melhor. Com relação aos armazéns, com relação a uma construção que utilize materiais recicláveis, energia solar, captação de água da chuva, paisagismo natural, é uma outra proposta que já veio no Projeto, e algumas Emendas apenas aprimoram isso. A preocupação ainda fica na questão ali junto à Rodoviária, mas o debate está aí para nós, Ver. Valter Nagelstein - e eu sei que é isso que V. Exª também quer, se possível, melhorarmos o Projeto para que ele seja, realmente, sustentável. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, colegas, Vereadores e Vereadoras, tem Vereador aqui que parece o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, dizendo que tem que se preocupar com o meio ambiente e fazendo o contrário disso. E me preocupa, Ver. Valter Nagelstein, quando vem V. Exª a esta tribuna dizer que a responsabilidade do aquecimento global é dos pobres, e que Porto Alegre não tem nada a ver com o aquecimento global. Em primeiro lugar, V. Exª está mal-informado, precisa ler os estudos que estão sendo apresentados pelos órgãos responsáveis pelas mudanças climáticas que dizem que 50% dos gases poluentes emitidos para a atmosfera são de responsabilidade de 7% das grandes famílias detentoras do poderio econômico mundial.

Em segundo lugar, V. Exª dizer que Porto Alegre está incólume, e o aquecimento global existe porque existe, que as cidades não têm responsabilidade, que os governos municipais, estaduais e federal não têm obrigatoriedade de colocar nos seus projetos políticas de combate ao envio de gases poluentes para a atmosfera. V. Exª faz como aqueles que estiveram lá em Copenhague. Fizeram um belo discurso, mas saíram de lá de mãos abanando, com uma proposta que, se continuar assim, até 2100, a temperatura do planeta Terra aumentará 4%. Até 2100, dois bilhões de pessoas não terão água potável e milhares de ilhas e países inteiros desaparecerão, fruto dessa lógica do capitalismo desenfreado, da lógica de passar por cima de tudo para construir sem respeitar a preservação ambiental, a memória cultural e as populações no entorno. Digo isso porque, evidentemente - e aqui recebi uma contribuição dos companheiros, com propostas claras de reaproveitamento do Cais Mauá -, nós não temos nenhuma dúvida da necessidade de melhorar o acesso da população ao Cais Mauá. Agora, dizer que, para a população poder aproveitar o Cais Mauá, tem que se privatizar é a maior mentira que os Vereadores podem falar para a sociedade, porque, com a privatização, numa área residencial, só mora nela quem pode pagar. Em um prédio de cem metros ao lado da Rodoviária - que é área de Orla, talvez os companheiros não saibam que, pela lei internacional de preservação dos rios, deve ser protegida, talvez esteja faltando essa preservação no nosso rio aqui -, só poderão morar aqueles que podem pagar. Talvez os Vereadores não tenham lido o Projeto, porque, colega, companheira Ana, ele diz que podem existir indústrias na orla do rio. O Projeto da Prefeitura diz que fica a critério da Secretaria Municipal de Gestão e Planejamento aprovar a construção de indústrias na área das docas, na área dos armazéns. Talvez os Vereadores não saibam que as indústrias, em geral, são as maiores poluentes dos rios. Foi assim que lá em Maceió toda a área norte da orla foi poluída, porque havia indústrias na beira do mar que poluíram o mar de Maceió. Talvez os Vereadores não tenham lido que há residências, que é uma forma de tolher a população de participar, indústria, que o Projeto do Governo abre mão do ajardinamento nas edificações, ou seja, abre mão da necessidade de ter áreas verdes no entorno, e assim, mais uma vez, possibilita a depredação ou o fim das áreas verdes, para que o festival de concreto tome conta de uma área linda da cidade de Porto Alegre.

Então, não me venham com falsos discursos desta tribuna, porque nós estivemos, em dez Vereadores, no Cais Mauá, na Feira do Livro, e quem disse que não é permitido lá entrar, é porque não visita o Cais! Porque pode, sim, entrar no Cais, e lá acontecem os melhores eventos culturais da cidade de Porto Alegre, como a Feira do Livro e a Bienal.

E nós queremos mais, como transporte hidroviário, porque está cara a passagem Guaíba-Porto Alegre, e a população tem direito a um outro meio de transporte. Nós queremos a revitalização da área, queremos espaços de cultura. Então, não façamos demagogia ao criar realidades que não existem. A privatização só leva a que poucos possam utilizar espaços públicos. A Orla é de todos e tem que ser revitalizada, para que seja um espaço bonito para todos. Revitalizar não significa privatizar, não significa vender, não significa excluir, não significa este Projeto enviado pela Prefeitura! (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Presidente, eu gostaria de requerer a cópia da manifestação da ilustre Vereadora, por duas razões: primeiro, pelo uso da expressão “demagogia” sobre a fala deste Vereador. Depois, eu quero dizer que...

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Vereador, não é uma Questão de Ordem. A intervenção está clara, o senhor tem acesso às notas. (Palmas.)

O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores que estão aqui no dia de hoje, desde 1989 até 1996 são 21 anos. Como Vereador de Porto Alegre, eu tenho acompanhado uma longa discussão sobre os destinos do Cais Mauá. E eu vi, ouvi e participei de reuniões, inclusive mostrando maquetes sobre o que se poderia fazer nesse espaço. E por uma série de discussões, chegou-se a isso de hoje. E hoje discutiremos e iremos decidir sobre esta matéria, que, para mim, é de extraordinária importância para o Município e, em especial, para o nosso cidadão de Porto Alegre.

Com muita honra, eu fui escolhido pelos Vereadores como Relator do Centro Histórico e do Cais do Porto nas nossas discussões sobre o Plano Diretor. E confesso que fizemos a nossa Temática uma série bastante grande de reuniões, ouvimos muitas pessoas, e praticamente todas as entidades com as quais conversamos são e se manifestaram favoráveis a uma revitalização da área. Claro que - e aí eu me valho da posição do Ver. Beto Moesch - favoráveis a uma revitalização sustentável; e essa sustentabilidade passa, sim, pela sustentabilidade econômica. Não há como, senhoras e senhores, votarmos um Projeto aqui, hoje, que apresente propostas que inviabilizem, meu Caro Ver. Beto, a sustentabilidade no quesito econômico. É uma preocupação que todos nós devemos ter: sustentabilidade, no seu primeiro pé, econômico.

Então, vamos votar este Projeto nesse sentido, buscando também a sustentabilidade econômica.

Por outro lado, não há como, sob pena de nós trazermos sérias dificuldades à cidade de Porto Alegre, votarmos um Projeto que, de um lado, dê apenas sustentabilidade econômica, mas se esqueça da sustentabilidade social e ambiental. Eu acho que nesses três pés, necessariamente sobre eles, nós precisamos pensar. E se nós analisarmos assim, praticamente todas as Bancadas apresentaram Emendas. Eu confesso que apresentei diversas, até porque, como Relator, ouvi muitas das reclamações e muitos dos clamores da nossa Cidade. Para concluir - e depois, no momento certo, vou tratar Emenda por Emenda -, eu vejo Porto Alegre a começar pela Emenda que apresentei e que foi aprovada aqui na Câmara, que reserva do Gasômetro até o Lami, no mínimo 60 metros de área preservada. Foi uma conquista histórica para a Cidade. (Palmas.)

E quero dizer mais: nós, Vereadores de Porto Alegre, não poderíamos sair daqui sem, neste mandato, buscarmos nessa posição a Orla do Guaíba, a começar pelo Gasômetro. Ora, se tivemos preservada a Orla do Gasômetro, vamos votar o Cais Mauá numa formatação que seja positiva em termos de sustentabilidade. Esta é a nossa posição.

Acredito que, a partir daqui, Porto Alegre vai ganhar um belíssimo espaço, que vai contemplar desde o Aeroporto até a Orla do Lami. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09. (Pausa.)

O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN (Requerimento): Sr. Presidente, eu quero, forte no que prescreve o art. 94, do Regimento da Câmara, que diz o seguinte (Lê.): “Art. 94, Requerimento é a proposição verbal” - é o que estou fazendo, Sr. Presidente - “ou escrita,” - portanto, eu tenho a faculdade de fazer o Requerimento verbal como estava fazendo - “dirigida por Vereador à Mesa, sobre matéria de competência da Câmara”. Foi isso que tentei fazer e V. Exª me censurou a palavra. Então, eu gostaria, por favor, forte no Requerimento, solicitar o que diz na letra “e”, do Regimento da Câmara, “requisição de documento ou publicação existente na Câmara para subsídio de proposição e discussão”. Eu fiquei muito preocupado com a questão do aquecimento global trazido pela Verª Fernanda Melchionna, e eu preciso, para fins da minha tomada de decisão, do Relatório de S. Exª, da sua ida a Copenhague, na COP15, porque, enquanto nós trabalhávamos aqui, S. Exª também trabalhava lá na COP15, representando esta Casa. Então, eu, como forma de ter elementos, preciso e solicito a cópia do Relatório de viagens. Muito obrigado.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, eu gostaria de fazer um Requerimento, também.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Só um momentinho. O Relatório está disponível, está no nosso sistema, e eu vou ver se consigo providenciar, inclusive, uma cópia, por escrito, para Vossa Excelência. Está aceito o seu Requerimento.

 

A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Da mesma forma, Sr. Presidente, para que eu também possa estar bem embasada no Parecer e na votação do Projeto, eu gostaria da cópia do Processo e do Projeto que foi disponibilizado pelo Ver. Valter Nagelstein, da sua viagem a Rosário, quando também trabalhou sobre a questão do Porto. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Perfeito. O Processo já está disponível, e eu vou tentar ver se consigo as cópias, por escrito, em seguida.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, só quero tranquilizar o Ver. Valter Nagelstein, porque eu posso entregar-lhe a cópia do Relatório agora mesmo, no Plenário, bem como dizer para ele olhar o meu site, que eu mantive atualizado, com as notícias de Copenhague.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste nesta tarde, imprensa, eu não tenho direito e nem quero atacar nenhum dos oradores que estive aqui, até porque estamos num Parlamento, e se não tivéssemos divergências, não haveria a necessidade de um Parlamento. Então, devemos respeitar as opiniões e as posições, e eu respeito. Eu respeito tanto, Ver. Paulinho Ruben Berta, que, às vezes, fico pensando - eu que estive lá no fundo da favela - que no dia em que acabar a desgraça do povo acabará o discurso de vários políticos.

E vou mais longe, Ver. Paulinho Ruben Berta: costumo dizer que cada escola que fecha suas portas é uma vaga que se abre para o crime; uma escola de porta fechada é uma vaga que se abre para o crime. Aí, meu colega Ver. Toni Proença, lá dentro da comunidade está o nosso povo pedindo condições para se alimentar dignamente, dar educação para a sua família e seus filhos. Nenhum cidadão quer viver de caridade do Governo. O cidadão quer ter o direito de um dia abrir a sua livreta, que é como eu chamo a Carteira de Trabalho, e dizer assim: “Olha aqui, meu neto, eu me aposentei nesta empresa!” Nenhum cidadão quer dizer ao seu neto que viveu de ajuda de Governo! Vou mais longe: o nosso povo precisa trabalhar. Esta Cidade tem que andar para frente!

Eu lembro a famosa Av. Beira-Rio, Av. Guaíba, onde era mato, sujeira. E me lembro de que os mesmos que defendiam a ecologia, que defendiam isso e aquilo, diziam na época que, se fizessem ali a Av. Beira-Rio, no futuro iria fazer mal à saúde do porto-alegrense; no futuro, iria morrer gente! Os mesmos são os que hoje ocupam aquela área fazendo cooper, ocupam aquela área para tomar o seu chimarrão, ocupam aquela área para bater foto e mandar para fora para mostrar o pôr do sol bonito. E até hoje, companheiro Elias, não vi morrer ninguém. Até hoje eu não vi aquela coisa linda e maravilhosa fazer mal à saúde de ninguém. Aliás, faz bem à saúde, porque ali fazem cooper , fazem exercícios.

Ora, é para discutir a Orla? Vamos parar tudo, então. E vamos fazer um projeto que discuta só a Orla. Só a Orla! Exclusivamente a Orla! Porque eu não tenho nada contra o Montana Grill. Eu não tenho nada contra aquelas garagens dos burgueses lá na Pedra Redonda, que tomaram conta da Orla. Agora, eu tenho, sim, que defender aqueles que estão atirados e abandonados lá no Veludo, lá no Lami, aqui na Serraria. Quem é que vem aqui defender? Quem é que vem aqui? Eu não vejo. (Palmas.) Ora, agora eu quero ver esta Cidade ir para a frente, eu quero ver a Capital do Rio Grande do Sul sendo a Capital número um do nosso País! Vamos deixá-la crescer, vamos dar oportunidade!

Eu vou me despedir dizendo assim: “Eu só quero ser feliz, andar tranquilamente na favela onde nasci...” Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Sebastião Melo reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Agradeço ao Ver. Adeli pela condução dos trabalhos.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLCE n° 004/09.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, talvez eu seja o mais ingênuo dos Vereadores, porque eu ouço coisas aqui com as quais fico impressionado: ouço falar em propina, ouço falar em privatizar, ouço falar em indústrias. Eu estou por fora de tudo isso, porque, eu acredito, “quem mal não faz, mal não pensa”.

De qualquer forma, eu quero dizer que venho acompanhando a história desta Cidade há muito tempo e não tenho dúvidas de que eu aprovaria, pura e simplesmente, o Projeto do Executivo e não levaria para a Câmara a responsabilidade de ter criado complicações, porque eu gostaria de ver quem é que vai trazer 500 milhões de reais para investir, durante três anos fazer obras e acertos para depois começar a ter retorno, quando vai levar 22 anos para retornarem os 500 milhões, mais os três de obra - são 25 anos; depois, ele vai ganhar alguma coisa. Como estão falando em privatizar e como vai permanecer em Poder Público - é do Poder Público a área, não vai ser nunca vendida, doada, não vai acontecer nada, sempre será área pública -, acho até que os investidores passarão a ter medo. Eu não tenho problema... Eu vejo muitas coisas... Muita gente fala da Usina do Gasômetro; a Usina do Gasômetro está ali sabem por quê? Porque em 1982 o Prefeito Guilherme Socias Villela me pediu - eu era Secretário de Governo - que eu fosse ao Ministério de Minas e Energia para deixar que a Prefeitura ficasse de posse da Usina do Gasômetro. Consegui isso, e lá está a Usina, lá está a chaminé. Se quiserem ver, há inclusive fotos do projeto feitas em 1982 para a Usina do Gasômetro, que está agora exatamente como nós pensávamos. Apenas queríamos um restaurante na parte de cima, mas esse restaurante não está lá. Seria uma coisa de muita atração.

Eu não vejo nada de mais no Projeto, só vejo reclamações e cada um querendo colocar a sua posição, cada um querendo emendar da forma que entende necessário. Mas eu quero ver os 500 milhões aplicados, trazendo benefícios para a cidade de Porto Alegre. Falam aí em meio ambiente. Está aqui, art. 9º (Lê.): Os projetos e seus respectivos memoriais descritivos, bem como as edificações e seus espaços abertos, deverão atender ao conceito de construção ambientalmente sustentável, observando os seguintes princípios: qualidade ambiental interna e externa, uso eficiente da energia, reciclagem, reutilização e redução dos resíduos sólidos, conservação, uso racional e reaproveitamento das águas, aproveitamento das condições naturais locais, implantação e análise do entorno, inovação [ que é o que o meu amigo e Ver. Newton Braga Rosa quer], uso de materiais certificados e renováveis.”

Quando fala em indústrias que estão permitidas... Aqui, por exemplo, diz: inc. III (Lê.): “... proibidos templos, locais de culto em geral, comércio atacadista em geral e serviço de interferência ambiental de nível 3, e indústrias, a critério do Sistema Municipal de Gestão e de Planejamento.” Não está permitindo indústria, pura e simplesmente. Está dizendo que é proibido, mas, se for um tipo, como pretende o Newton Braga Rosa, pode colocar, não tem problema nenhum! É de interesse da Cidade, não vai causar dano. Mas indústria é proibido, é o que está escrito aqui - duas vezes, não uma vez só.

Portanto, Sr. Presidente, Srs Vereadores, eu aprovaria o Projeto de Lei sem Emenda, sem nada. Depois, o Projeto vai ser visto pela Casa, mas eu quero ver quem é que traz 500 milhões de reais e cria empregos, e dá solução para uma área que está ali hoje abandonada praticamente - ninguém está proibido de andar naquele local, podendo entrar ali ou sair dali, não há problema nenhum; não pode entrar nos armazéns, mas pode circular.

Então, é uma área que só receberá benefício.

E o prédio de cem metros de altura, se é que a Aeronáutica permite, no meu entendimento seria um belo prédio com um contraponto para a chaminé da Usina que tem 101 metros. Saúde e PAZ! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registro a presença do Deputado Paulo Odone, Secretário Extraordinário da Copa do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Seja bem-vindo à nossa Casa. V. Exª É sempre Vereador da nossa querida Porto Alegre.

O Ver. Tarciso Flecha Negra está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. TARCISO FLECHA NEGRA: Boa-tarde, Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, e todos que nos assistem aqui nas galerias, pela televisão, pela Rádio Web. Falar de Porto Alegre é muito importante para mim, e é um orgulho imenso. Em 1973, vim para Porto Alegre e fui recebido com muito carinho, com muito calor humano. Eu tenho um orgulho muito grande desta Cidade que me recebeu, que transformou o Tarciso, lá de Minas Gerais, no Tarciso Flecha Negra, nosso querido Ver. Haroldo de Souza. Em 1973, como jogador de futebol, eu olhava o muro da Mauá e perguntava às pessoas mais velhas: por que aquele muro? A resposta que tive de algumas delas é que, na década de 40 - parece que foi em 1941, e depois em 1967 -, houve uma enchente muito grande em Porto Alegre, e a água foi à Rua da Praia, então, colocaram esse muro que até hoje está ali tapando aquela vista maravilhosa que a gente tem do Guaíba.

Na minha profissão, eu tive um presente muito grande de Deus, que foi viajar,, por vários países, junto com o meu Grêmio - e está aqui o nosso grande Paulo Odone, grande Presidente do Grêmio -; viajei junto com a seleção brasileira e com outros times, e conheci várias cidades de outros países, como conheci Rimini, na Itália - que maravilha! Que lindo! Eu não acreditava no que estava vendo. Eu acho que o Guaíba é tão bonito quanto aquele braço de rio, em Rimini, na Itália, que deságua no Pacífico. Atrai o turista, atrai a todos nós, que moramos aqui. Porque, na verdade, nós vemos o Guaíba de costas; nós não olhamos para o Guaíba, porque não tem atrativo nenhum para olhar para o Guaíba. Então, eu peço a todos os 36 Vereadores: vamos fazer da nossa Porto Alegre uma linda Porto Alegre, um lindo Guaíba. É importante para os meus filhos, para os nossos netos que deixemos uma cidade maravilhosa, uma cidade humana. Não vamos fazer do Guaíba um Guaíba selvagem, uma orla de Guaíba selvagem, mas, sim, uma orla humana para que todos nós possamos viver e sermos felizes.

Eu passei, na semana passada, no Guaíba. Que bonito o que fizeram ali! É um pedacinho, vamos dizer que sejam 500 metros de orla, onde colocaram quadras esportivas, de vôlei, basquete. Eu caminho muito por ali, porque eu moro, há 11 anos, aqui no Centro, e converso muito com as pessoas.

Quando surgiu, no início do ano, que iria ser votado o Projeto Cais do Porto, eu procurei andar muito no Mercado, andar muito na Rua da Praia e conversar com as pessoas sobre o que seria bom. Olha, eu vou dizer para vocês que 90% das pessoas disseram: “Tarciso, pelo amor de Deus, vote ‘sim’ para que a gente possa ver o pôr do sol, sentados com nossos netos, com nossos filhos”. Então, por isso, eu vou votar junto coma minha Bancada pelo “sim”, para que, amanhã, eu não seja culpado junto aos meus netos, aos meus filhos, por que não demos um Guaíba lindo para eles. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente; Secretário Deputado Paulo Odone, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, todos que nos assistem neste momento, eu digo: que bom que nós estamos aqui, neste momento, e temos a oportunidade de fazer, realmente, uma nova visão de Porto Alegre e o seu Centro.

É evidente que temos algumas posições divergentes, também faz parte do processo democrático, porque nós temos aqui uma democracia representativa mesclada com uma democracia participativa, mas não podemos fugir da nossa competência e daqueles que, de alguma maneira, nos colocaram aqui para darmos as nossas opiniões.

Então, eu sou cidadão de Porto Alegre há mais de 50 anos, desde o hospital Beneficência Portuguesa, que me botou no mundo, e tive uma pequena - na infância - relação mais próxima com o nosso Guaíba, que, ao longo do tempo, em seguida, se desqualificou, em função do que foi feito na sua Orla; também o Poder Público não soube dar a manutenção devida para o nosso Cais do Porto. E há quantos e quantos anos, nós, conversando, ouvimos, das mais variadas classes sociais, esta reivindicação: “Precisamos revitalizar o nosso Cais do Porto”.

E eu quero saudar, aqui, os técnicos que se debruçaram sobre este Projeto, que apresentam aqui uma alternativa importante para a Cidade, que se reuniram, que passaram por vários e vários locais, vários e vários órgãos, até o Projeto realmente estar aqui à disposição dos Vereadores, para que possamos qualificá-lo, fazer com que a Cidade, realmente, possa se orgulhar novamente do seu Cais do Porto, tanto de quem olha do rio para o Centro da Cidade como de quem olha da Cidade para o Cais.

Infelizmente, eu tinha uma ideia de rebaixamento do muro, por exemplo, da Mauá, para facilitar a visão das pessoas e o contato com a Cidade; parece-me que isso não é previsto no Projeto, porém não considero isso suficiente para que eu não me posicione favoravelmente a ele.

Temos que ter uma série de melhorias. Como diz um grande amigo meu: “Olha, se nós rebaixássemos o muro, só teríamos uma inundação aqui quando o mundo fosse acabar, porque, não me lembro, mas, nos últimos 50, 60 anos... Não digo com uma eliminação, mas com uma redução do muro - claro que as quotas para enchente diminuiriam ali no Centro, mas, com certeza, o ganho da Cidade seria muito grande.

Temos uma Emenda, junto com o Ver. Beto Moesch, que acho importante para qualificar esse Projeto, que é a criação de um Centro de Educação Ambiental junto ao projeto, para que possamos monitorar as águas do Guaíba e os ecossistemas ali, para dar um exemplo de sustentabilidade também dentro deste Projeto. Justamente, no momento em que os esgotos de Porto Alegre vão ser melhor tratados - isso já está em um processo gradual, acelerado -, precisamos também que o nosso monitoramento ambiental seja efetivamente realizado. Agora, que coisa boa vai ser a gente poder passear, o uso público da nossa orla, sair lá do Gasômetro, poder caminhar até a Rodoviária, termos lá as mais variadas iniciativas, a preservação do nosso patrimônio cultural, que é tão importante, e, ao mesmo tempo, inovações, contato com a área do turismo, porque o turismo é essencial para a nossa Cidade. Este Projeto vai, com certeza, qualificar, criar um novo ambiente turístico na cidade de Porto Alegre, como a gente já conhece; eu não sou muito viajado, mas muitos conhecem, pelo mundo, em Porto Madero, Lisboa, Belém, enfim.

Queremos dizer que somos favoráveis ao Projeto, queremos proporcionar uma melhor qualidade de vida para a nossa cidadania, para o Centro de Porto Alegre. Acredito que possamos avançar nisto aqui, chegar a um denominador comum que, na realidade, vai trazer um bem para todas as categorias envolvidas, muito especialmente será a realização de um sonho para muitas e muitas pessoas, que é a volta do contato com o Guaíba e com o Cais do Porto realmente qualificado, com saúde, meio ambiente e também com o desenvolvimento naquela região. Que bom que vamos ver o nosso pôr do sol de maneira diferente. Saúde para todos. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Mauro Pinheiro está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. MAURO PINHEIRO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, Deputado Paulo Odone, que nos honra com sua presença, público que está acompanhando este debate importante sobre o Cais do Porto - até gostaríamos que tivesse tido um debate ainda maior nesta Casa, que não fosse votado com tanta urgência. Apesar do Ver. Valter falar que são 30 anos, o que me assusta um pouco, Ver. Dr. Raul, é dizer que o PT é sempre do contra, que é raivoso, e o próprio Líder do Governo vem aqui e faz uma briga sem necessidade, Ver. Brasinha. Eu não acredito que algum dos 36 Vereadores, ou alguém que está na direita ou na esquerda, ou algum cidadão de Porto Alegre seja contra o Cais do Porto. Todos nós, aqui, queremos usar o Cais do Porto, queremos que seja bem usado. Eu, até agora, não consegui conversar com ninguém, Ver. João Antonio Dib, que fosse contrário à revitalização do Cais, que fosse contra o bom uso do Cais do Porto. Acho que todos nós queremos o melhor desta Cidade; nem A, nem B, nem oposição, nem situação querem o pior: todos nós queremos o que tiver de melhor. Agora, nós não podemos ficar sem o debate. Este é um Parlamento, temos que debater e, claro, Ver. Luiz Braz, que nós vamos ter posições contrárias em várias situações. Nem o senhor nem eu estamos totalmente corretos ou totalmente errados, o que nós queremos é debater, buscar soluções que sejam melhores para a Cidade. Isso, sim, é importante.

Se vai haver prédios de cem metros, 80 metros, 50 metros, isso faz parte do debate. Nós temos que buscar soluções e não ficar nos agredindo, Ver. Mauro Zacher, dizendo que faz 30 anos e que ninguém fez nada e que, agora, “eu sou Deus e vou resolver tudo”. Não é assim! Nós temos que buscar o mais próximo possível do consenso. Agora, vamos ter divergências.

Tenho várias dúvidas quanto ao Projeto. Hoje, espero que, com o debate, em vez de ficarmos nos acusando e brigando um com o outro, venhamos a esclarecer dúvidas sobre o Projeto. Todos os que estão aqui querem esclarecimentos, têm dúvidas e todos querem buscar o que há de melhor. Por exemplo, eu tenho uma pergunta, Ver. Adeli Sell - e vou usar a sua expressão: como o senhor sempre diz, perguntar não ofende -, sobre os arts. 6º e 7º do Projeto; eu gostaria que alguém do Governo viesse me responder. “Art. 6º - O Município não responderá pelas perdas e danos decorrentes de inundações e/ou fechamento das comportas do dique por tratar-se de empreendimento localizado fora do Sistema de Proteção Contra Cheias do Município de Porto Alegre. Art. 7º - Os atos de aprovação e/ou de licenciamento dos projetos arquitetônicos deverão conter a advertência sobre o fato do empreendimento localizar-se fora do Sistema de Proteção Contra as Cheias no Município de Porto Alegre, sujeita a inundações”.

Como perguntar não ofende, Ver. Adeli Sell, eu gostaria que alguém me explicasse. O que vai ser construído, pode ser construído no local? Há riscos ou não há riscos, Ver. João Antonio Dib? Qual o problema de se construir ali? Por que uma advertência? Tem problema? Tem risco? Como eu vou construir num local em que há risco? Esta é uma dúvida que não se cala.

Em vez de ficarmos discutindo que faz 30 anos que o projeto está em discussão, se é possível, se não é possível, se é bom ou se não é, nós temos é que discutir o Projeto em si, Ver. Tarciso. Há risco de vida? Quem vai ficar ali? Vai-se construir área de lazer? Bom, então tem que ser esclarecido. Como vai ser a proteção dessas pessoas que vão estar ali? Esta é uma das dúvidas que temos que responder.

Quanto ao comércio, vamos construir comércio para viabilizar o projeto? Vamos priorizar os nossos comerciantes? Vai ter um estudo de impacto econômico? Eu gostaria muito que para todos os projetos especiais que forem feitos nesta Cidade relacionados ao comércio, nós tivéssemos um estudo de impacto econômico. Temos que preservar a economia local. (Palmas.) Esta é uma preocupação que tenho. Se vai se construir um shopping, quem vai explorar esse shopping? Vão ser priorizadas aas lojas do Centro? Há capacidade para todos? Há necessidade de mais shopping? É realmente necessário um shopping ali na beira do Guaíba? Então, como perguntar não ofende, Ver. Adeli Sell, por que não um estudo de impacto econômico? (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Srs. Vereadores, quero a atenção dos senhores para a seguinte questão: eu estava aqui com o Diretor Legislativo fazendo o seguinte cálculo: nós temos 37 Emendas destacadas. Pode haver até 15 encaminhamentos por Emenda. Nós multiplicamos isso por cinco minutos - dá 2.775 minutos que, divididos por 60, dá 46 horas de trabalho. Portanto, eu estou anunciando a operação madrugadão. Vamos à operação corujão. Determinei à assessoria que providencie alimentação para os Srs. Vereadores. Vamos tocar madrugada adentro, porque há um compromisso desta Casa, e compromisso assumido é compromisso resgatado.

Portanto, vamos encaminhar a matéria.

Recebi do Relator André Luiz de Carvalho, do Tribunal de Contas da União, matéria relativa ao Pisa. Vou pedir ao Dr. Luís Afonso que abra expediente para os Vereadores que tiverem interesse sobre esta matéria.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Questão de Ordem.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON (Questão de Ordem): Sr. Presidente, apenas quero levantar uma ponderação: podemos voltar e fazer Sessão Extraordinária amanhã de manhã. Não tem necessidade de virar a madrugada. Podemos trabalhar mais algumas horas hoje à noite e continuar a votação amanhã. Não tem o que nos oprima dessa maneira, para que a gente precise perder saúde e condições de vida para virar madrugada.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Presidente tem intenção de levar a operação madrugadão; agora, se o Plenário, na sua maioria, entender que não... Pelo Presidente, vamos até às 5h da manhã.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, este Vereador é de opinião que devemos tocar noite adentro e entrar madrugada, porque são muitas Emendas; todas estão destacadas, e eu acho que até de manhã cedo nós não vamos votar tudo. Então, temos que votar até de manhã cedo, e continuar depois. Não tem jeito.

 

O SR. MAURO ZACHER: Presidente, nós, este ano, já enfrentamos vários Projetos e tivemos que ir ao longo da noite, então, eu também encaminho para que possamos seguir a votação até o término.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, nós achamos que podemos votar até às 22h e retornar amanhã às 8 horas. Caso os Srs. Vereadores quiserem ir até de madrugada, perderemos o dia de amanhã para votar, porque à tarde tem as Comissões. Fico à disposição dos Vereadores. Nós discutiremos a matéria, temos acordo em discutir as Emendas importantes.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, que nós, como médicos, estamos acostumados com plantões 24 horas, então acho que podemos continuar.

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, esta Casa já deu demonstração de que, se precisar enfrentar, ela enfrenta, no horário que for. Só que o PTB quer dar uma sugestão: que o Líder do Governo sente com a Líder da oposição e tentem construir algo, pelo menos para que não fique tão forte o que foi estabelecido em outra Sessão, no sentido de que jamais acordariam. Que quebrem aquilo, para que possamos passar o Natal todos felizes, amiguinhos como sempre fomos. Fica aqui a sugestão. Pelo menos, o Líder do Governo e a Líder da oposição podem conversar sobre a possibilidade de um acordo.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, se for preciso, a Bancada do PPS, composta por este Vereador, o Ver. Paulinho Ruben Berta e o Ver. Toni Proença, vira a noite.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, foi amplamente divulgada, pela imprensa da Cidade, que hoje iríamos enfrentar esta matéria. Abrir mão de decidir esta matéria no dia de hoje é um equívoco que nós não devemos cometer. Por isso, antecipo a minha posição: vamos ficar aqui até a hora necessária e vamos cumprir com a nossa tarefa, conforme anunciado por V. Exª e repercutido na imprensa da Cidade. Era isso, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, falo agora em nome da Bancada do PT. Nós temos uma disposição de votar o Projeto até o horário que V. Exª determinar ou o Plenário determinar. Portanto, nós não vamos abrir mão do debate político. Estamos fazendo o debate agora com o Projeto e o faremos em todas as 37 Emendas apresentadas e, se for preciso passar a noite discutindo, nós o faremos. Obrigada.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Temos a mesma posição: votamos hoje.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, gostaria de dizer ao Ver. Nilo Santos, que é Líder do Partido Trabalhista Brasileiro, pelo qual eu tenho enorme respeito, faz parte da nossa Bancada, que eu acato a sugestão. Estamos abertos a qualquer composição, desde que essa composição não represente abrir mão de questões que são fundamentais. Se tivermos que votar aqui madrugada adentro, nós o faremos, Sr. Presidente, mas queremos deixar claro à cidadania porto-alegrense que a manobra protelatória, o excesso de discussão, o destaque, Ver. Haroldo de Souza, de todas as Emendas não são proposição do Governo, nem de nenhuma das Bancadas que dão sustentação ao Governo nesta Câmara. É uma manobra das Bancadas de oposição, que não desejam, e, de forma muito clara, não querem enfrentar nem votar essa matéria. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Rapidamente, Sr. Presidente, só para dizer que o PSOL acata a deliberação de V. Exª: ficaremos. Não seremos ganhos no cansaço, porque é um debate importante para a Cidade, e o PSOL discutirá Emenda por Emenda.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, para tranquilizar o Líder do Governo: nós sempre tivemos disposição para realizar acordos, só que o episódio da semana passada, em que o Líder do Governo não cumpriu a sua palavra, nos leva à manobra que nós estamos usando no Plenário, hoje. E ficaremos para a votação, sim, se for necessário, até o dia de amanhã.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoamos a Emenda nº 38 ao PLCE nº 004/09, de autoria do Ver. Airto Ferronato.

O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; prezado Secretário da Copa, colegas Vereadores e Vereadoras, senhores e senhoras, lideranças comunitárias e empresariais e imprensa, eu, sinceramente, não vejo qual é o problema em discutirmos este Projeto durante dez horas, cinco horas, oito horas e tirarmos todas as dúvidas existentes. Agora, é muita irresponsabilidade sua, Ver. Valter Nagelstein, dizer que somos nós que não queremos votar o Projeto. Por favor! Nós queremos somente discutir o Projeto.

E a bem da verdade, senhores, eu quero informar a todos quando é que este Projeto chegou aqui na Casa e quando é que veio para a tribuna. O Projeto chegou na Casa no dia 12 de agosto; dia 15 de agosto chegou às mãos do Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Ver. Valter. O Ver. Valter só apresentou o Relatório aqui no dia 8 de dezembro. Portanto, há 14 dias. Ficou 83 dias sentado em cima do Projeto! Isto é querer protelar o Projeto, para não discutir. Por que é que não apresentou na outra semana o Projeto, para nós debatermos, analisarmos, verificarmos Emenda por Emenda e já votarmos o Projeto? Esta é a realidade! Portanto, não venha aqui, Ver. Valter, pregar mentiras ao público que aqui está, porque a sua Liderança está sub judice.

Segunda questão: eu não vejo aqui no Plenário inimigos da Cidade, em nenhum dos lados. Por favor! Não vejo isso. Agora, se nós não propiciarmos um diálogo entre todas as ideias que aqui se apresentam, aí o Projeto poderá, sim, favorecer só alguns. Nós queremos um Projeto em que todos possam dialogar. E se estamos construindo um projeto dessa magnitude, de meio bilhão - com meio bilhão nós estamos trabalhando aqui! -, eu quero que este dinheiro seja revertido para a Cidade.

Onde está a discussão e a garantia de que vamos revitalizar o Centro da Cidade com as riquezas que este Projeto vai produzir? Nós queremos garantir isso. Nós queremos garantir - e eu discuti há poucos minutos com o Sindpoa - Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre -, cuja grande maioria é formada por pequenos e médios investidores: como vamos garantir que esse setor possa participar efetivamente dos bares e restaurantes, lá? Como vamos garantir que esses não vão ser excluídos? Portanto, não é dizer que não queremos o Projeto. Nós queremos o Projeto, iremos apoiá-lo, produzimos Emendas, e essas Emendas são para qualificar e dar transparência ao Projeto Cais do Porto, porque aquele Porto ali como está não é de ninguém, não é nem da Cidade - os portuários já foram retirados dali para mais adiante. Aquela área precisa ter vida! E há exemplos que já foram trazidos aqui: Belém do Pará, Puerto Madero, toda a Costa Azul da Europa - a esses projetos todos as pessoas têm acesso, e são construídos com Parcerias Público-Privadas. Não tem problema.

Para ajustar ao Estatuto da Cidade, nós apresentamos uma Emenda que conceitua esse investimento como uma Operação Urbana Consorciada, e, inclusive, quero dizer aos empreendedores que estão aqui, ao Tutikian principalmente, que a nossa Emenda garante uma segurança jurídico-administrativa para esse tipo de projeto, porque uma Operação Urbana Consorciada se enquadra na lei maior que temos hoje, o Estatuto da Cidade, e garante que todos os segmentos possam construir o projeto. E hoje, aqui, não estamos votando os detalhes do projeto, só estamos decidindo um Regime Urbanístico; portanto, de hoje até inaugurar aquilo, tem um caminho a ser percorrido, e esse caminho tem que ser percorrido com a contribuição de todos. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN (Questão de Ordem): Sr. Presidente, só para fazer um reparo que é absolutamente necessário, e os Srs. Vereadores sabem, Ver. Pujol, mas precisa ficar nos Anais: um Projeto entra na Câmara de Vereadores e é distribuído para a Comissão de Constituição e Justiça. Tem Vereador que não sabe disso; não sabe nem falar o meu nome, não sabe nem o que quer dizer sub judice. Então, eu me sinto na obrigação de fazer essas correções, a bem da verdade. Meu sobrenome é Nagelstein, Ver. Comassetto! Nagelstein! O Projeto entra e vai para a CCJ. Lá na CCJ, ele recebe Parecer. Só que nós pedimos, há 90 dias, o art. 50, e pedimos que o Relator fosse o Ver. Ferronato. Quem não deu acordo para que o Relator fosse o Ver. Ferronato foi a Bancada do PT, de Vossa Excelência! Uma vez, duas vezes, três vezes, quatro vezes! Até que nós pedimos o art. 81, e este Projeto só está aqui hoje porque este Vereador deu o Parecer na CCJ e não entrou nem no mérito das Emendas desastrosas que a sua Bancada fez! Então, se V. Exª subir à tribuna, por favor, pelo menos, tenha amor à verdade! Muito obrigado, Sr. Presidente. (Palmas.)

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Quero olhar justamente para o público que aplaude, porque nós todos aqui merecemos aplauso. Esta é a Casa da verdade. Eu gostaria, Sr. Presidente, que V. Exª consultasse o Diretor Legislativo, a bem da verdade, e que expusesse o rito deste Projeto, se não ficou 83 dias sob a responsabilidade do Presidente da CCJ, que se chama Valter Nagelstein, Líder do Governo! Oitenta e três dias ficou sob a sua responsabilidade! E, na semana passada, foram convocados todos aqui e nós viemos a esta Casa e votamos, em Comissão Especial, aqui neste Plenário! É isso que tem de ser dito, por favor!

Eu gostaria de fazer um Requerimento à Mesa, Sr. Presidente, no sentido de que, através do nosso Diretor Legislativo, V. Exª expusesse quando é que o Projeto entrou aqui, quem é que ficou responsável e quando que veio para a votação em Plenário. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Senhores, eu não vou mais conceder Questão de Ordem sobre esta matéria, está esclarecido.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Eu quero o seguinte: se vale para um, vale para todos. A maioria dos empresários que estão aqui eu conheço. Vaia aqui, não!

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Presidente, hoje de tarde, é só o Ver. Comassetto que fala! Ele falou 30 minutos! Voltou à tribuna, e, agora, foi para o microfone de apartes! Só o Ver. Comassetto fala nesta Casa!

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, o Ver. Comassetto não pode vir aqui exigir aplauso, porque ninguém é obrigado a aplaudir as pessoas. E o Ver. Comassetto vem, radicalmente, pedir aplauso.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Presidente, o Ver. Comassetto não tem o direito de chamar a atenção de pessoas que vêm aqui para acompanhar o Projeto! E ele não pode dizer que não pode ser vaiado, quando ele mesmo insufla a torcida organizada para vaiar os Vereadores que não concordam com suas decisões.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, nós não temos problema nenhum em sermos vaiados, nem em sermos aplaudidos - todos os Vereadores desta Casa estamos acostumados. Agora, só gostaríamos - e temos visto que V. Exª tem feito isso - de ver o mesmo tratamento para os dois públicos que estão aqui. Eu gostaria de concluir - estou falando em relação ao Plenário e à plateia que está aqui. Vejo que V. Exª conduz com muita tranquilidade a Sessão.

Eu queria apenas fazer um adendo ao Requerimento do Ver. Comassetto, que questionou na CCJ e questionou o Parecer do Presidente. Eu gostaria também de ser informada: em que dia aconteceu a Reunião da CCJ em que o Presidente, Ver. Valter Nagelstein, colocou em votação o Parecer disponibilizado na CCJ? Esta Vereadora gostaria de ser informada a respeito disso.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, o Ver. Comassetto ficou melindrado porque foi vaiado por pessoas que não admitiram aquilo que ele estava falando aqui. Isso é absolutamente normal. Vaias e aplausos aqui neste Plenário são coisas absolutamente normais. O Ver. Nilo protestou foi contra agressões verbais que foram assacadas por pessoas que estavam lá para ele, que estava aqui na tribuna. Isso, realmente, não pode, porque as pessoas que estão aqui devem respeitar a Casa. Agora, vaias e aplausos são manifestações perfeitamente normais e não podem melindrar qualquer um de nós Vereadores que estamos aqui neste Plenário.

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu diria que nem tanto ao mar, nem tanto a terra. Os Vereadores estão reclamando sobre o período em que ficou na Comissão de Constituição e Justiça, e eu diria que a primeira Emenda foi apresentada no dia 9 de setembro, três meses depois que estava na Casa. É porque teve Audiência Pública, teve uma série de coisas que foram sendo tratadas. Agora, eu entendo que o Vereador na tribuna não deve usar a palavra “mentira”, porque é muito sério dizer que mentiu. Então, eu acho que nós todos temos culpa; não dá para acusar este ou aquele, já que a primeira Emenda, de autoria do Ver. Beto Moesch foi apresentada no dia 9 de setembro. Saúde e PAZ!

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Só vou fazer um apelo: há vários Vereadores inscritos: vamos dar continuidade ao debate.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Vereador-Presidente, ficou muito confuso. Só quero que o Ver. Valter informe se designou Relator, que é a tarefa do Presidente da CCJ. Ele não deve ter sido impedido, porque ninguém tem como impedir a designação de Relator. Quem foi o Relator designado pelo Presidente para dar Parecer na CCJ?

 

O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, eu quero fazer um apelo em nome da sociedade: que a gente vote este Projeto! Esta Casa está dando um exemplo para o Brasil, votou Projetos importantíssimos: Plano Diretor, Pontal... Enfim, em nome do povo e da sociedade, pelo amor de Deus, vamos votar este Projeto! O que decide não é o discurso ali; o que decide é o voto lá. Vamos votar!

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Se os senhores ajudarem, nós vamos votar.

Antes de o Projeto entrar em votação, farei um relato técnico da tramitação. Depois de encerrada a discussão, vou fazer um relato de quando entrou o Processo e por onde andou para tirar qualquer dúvida que os Vereadores possam ter.

O Ver. Sérgio Kaminski está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. SÉRGIO KAMINSKI: Presidente Sebastião Melo, demais Vereadores, talvez por eu estar aqui pela primeira vez eu possa me manifestar, Presidente - e eu pediria a gentileza de que os Vereadores me ouvissem. Eu tenho essa ousadia, porque eu percebo aqui que, a cada Vereador que sobe na tribuna, raríssimos são aqueles que prestam atenção. Eu não estou habituado a me manifestar em ambientes em que o público não me ouve; por gentileza, esta é a regra que eu aprendi. Eu sentei ali, muito quietinho, e prestei atenção a todos aqueles que se manifestaram. Posso estar de acordo com alguns, em desacordo com outros, mas eu tive a educação de prestar atenção a todos aqueles que se manifestaram. Confesso que estou um pouco assustado, porque percebo que, muitas vezes, no calor do debate, o que menos importa é o que se está votando. Eu tenho observado que rusgas pessoais, desavenças, atritos, algumas vezes não são oriundos da Sessão de hoje - estou sentadinho ali, estou percebendo isso. E acho que isso, de modo algum, pode trazer algum prejuízo à nossa votação. (Palmas.)

Eu peço perdão se estou sendo ousado na minha manifestação. Eu quero partir da premissa de que todos os Vereadores que aqui estão querem o melhor para a Cidade - eu não tenho nenhuma dúvida disso. E, com esta premissa, eu vou avançar, Presidente.

Aqui foi mencionado que o público não foi ouvido. Não, o público foi ouvido e está sendo ouvido; o público são os Srs. Vereadores que aqui estão, representantes do povo; eleitos foram para estarem aqui debatendo e discutindo os interesses da Cidade.

O Cais Mauá. Eu vi há pouco aqui o Edemar - está lá ele -, e, embora ele não esteja me ouvindo, quero manifestar aqui a minha gratidão, Edemar, pelo teu trabalho, trabalho de fôlego, assim como aos teus assessores e à tua equipe toda. Eu acompanhei e estive ouvindo, em alguns ambientes, a exposição que tu fizeste. Realmente, um trabalho de fôlego, de qualidade, que é muito importante para toda a nossa Cidade. Acrescento que esse trabalho, que trata tão somente do Regime Urbanístico do Cais Mauá, foi louvado, sim, e foram ouvidos e aprovaram, com pareceres favoráveis: a Comissão de Análise Urbanística e Gerenciamento, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental, o Conselho Municipal de Patrimônio Histórico e Cultural e, também, o Conselho Municipal de Meio Ambiente. Todas essas entidades se manifestaram em apoio ao Projeto e fizeram parte de todo o estudo.

Quero fazer um apelo aqui, finalizando a minha intervenção. Na abertura da Sessão, manifestei-me, dizendo que era um momento importante para a Câmara, para todos os Vereadores, para toda a população porto-alegrense, porque nós que estamos aqui - e eu somente fico aqui até amanhã - estamos tendo uma oportunidade ímpar - ímpar! - de qualificar o Centro da nossa Cidade.

Mencionei aqui que fui um trabalhador, Engenheiro Residente, no início dos anos 70, da obra da “cortina” do Cais Mauá. E sou, desde lá - lá se vão 38 anos - um engenheiro a serviço da Cidade. E acho que tenho feito o melhor e aquilo que com mais competência eu sei fazer. E sempre trabalhei para o bem da Cidade.

Faço um apelo. Acabamos de ver a possibilidade de protelar os trabalhos madrugada adentro - são 18h, e nós sequer iniciamos a votação. Eu, às 14h, estava aqui - porque fui chamado - pronto para iniciar o meu trabalho. O apelo que faço, Srs. Vereadores, é para que não deixemos que as rusgas pessoais, as desavenças pessoais, os atritos ou as cores partidárias possam prejudicar o andamento dos trabalhos. Vamos todos pensar em Porto Alegre e na sua população. Faço este apelo, porque tenho a convicção de que todos nós que aqui estamos somos pessoas de bem e queremos o melhor para a Cidade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhores que estão aqui nas galerias, sejam bem-vindos à Casa do Povo. Eu quero voltar a perguntar - como diz o Ver. Adeli Sell, perguntar não ofende, Ver. Mauro Pinheiro - para V. Exas: por que vocês tiveram oportunidade por 16 anos no Governo Municipal e por mais quatro no Governo do Estado e não tomaram a atitude de apresentar um Projeto aqui nesta Casa? Foi pouco tempo? Somando os 16 anos, com mais quatro anos, dá 20 anos. Por que vocês não apresentaram? Por quê? Eu gostaria de ter essa resposta, Ver. Adeli Sell, Ver. Mauro Pinheiro, Verª Sofia Cavedon - que sabe atacar, mas não sabe perder, na realidade. Mas, Vereadora, eu quero lhe perguntar: 16 anos não foi tempo suficiente para vocês, quem sabe, chegarem aqui com um Projeto? E agora chega este Projeto aqui, e aí acham muito pouco tempo para debater, Ver. Haroldo de Souza. São coisas que acontecem na Cidade, empecilhos que a Bancada de oposição sempre coloca. Nada pode! Como se aqueles empresários, Ver. Comassetto, não cumprissem com as suas obrigações. Eles cumprem e dão oportunidade de emprego - e muito emprego! E o senhor sabe que isso vai oportunizar, aqui no Cais do Porto, mais de 10 mil empregos. E será que os senhores são contra? Esta Cidade está precisando de empregos em todas as áreas, em todos os setores! E aí aparecem aqui os senhores, que entendem de tudo, e querem postergar.

Eu acho que o Ver. Sebastião Melo está certo: nós não podemos sair desta Casa sem aprovar esta matéria hoje. Temos que enfrentar! Se foi dito, se foi falado na semana passada, por que nós vamos sair sem enfrentar? Nós temos que enfrentar esta matéria, Ver. Elias Vidal, porque a Cidade precisa crescer e precisa avançar! Claro que tem gente contra! Claro que tem! Por quê?

Vereador, imagine um prédio de cem metros de altura, que será um ponto de referência na Cidade.

Canela, Gramado, Caxias do Sul têm mais turismo do que nós, e aqui, na Capital, nada se pode. O Pontal do Estaleiro já derrubaram: não pode! Uma Orla livre, mas que está toda privatizada.

E nós convidamos V. Exª para fazer um passeio no Guaíba; tinha só oito ou nove Vereadores fazendo esse passeio, de 72 quilômetros; fizemos, olhamos e avistamos muitas irregularidades.

Mas eu pergunto novamente - perguntar não ofende: Ver. Adeli Sell, por que V. Exª, que esteve no Governo e foi Secretário, não fez esse passeio do Guaíba, em toda a Orla de 72 quilômetros, Vereador, para ver o que acontece, para ver as irregularidades que tem?

E o Ver. Mauro Pinheiro acha que o projeto não pode ser construído. Mas eu quero! Eu quero mais emprego. Eu quero Porto Alegre para frente! E quero uma Copa do Mundo, que vai alavancar o PIB da Cidade e dar mais emprego, gente! Nós queremos empregos! O povo chora por empregos! E tem muita gente contra. Obrigado, senhores. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoo a Subemenda nº 01 à Emenda nº 20 e a Subemenda nº 01 à Emenda nº 34 ao PLCE nº 004/09, ambas de autoria do Ver. Valter Nagelstein.

Apregoo a Subemenda nº 01 à Emenda nº 36 ao PLCE nº 004/09, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol.

Solicito que as mesmas sejam distribuídas às Bancadas.

O Ver. Toni Proença está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; senhoras e senhores que lotam a nossa Casa hoje e nos dão muita alegria; nós estamos discutindo aqui o Projeto Cais do Porto.

Talvez a gente esteja cometendo um equívoco de avaliação. O Projeto Cais do Porto não é um Projeto do Governo ou da oposição: é um Projeto da Cidade. É um Projeto para a Cidade. Portanto, tem que haver, sim, o debate até onde se permitir fazê-lo para que haja a construção do consenso ou a possibilidade da administração do dissenso, porque nós temos aqui várias visões de cidade. Temos que respeitar todas. Chama-se pluralidade.

Nós temos um manifesto que diz “Salvemos o Cais Mauá da especulação imobiliária”. Temos a palavra do Governo, através do Edemar Tutikian, de que vai haver muito cuidado com isso. Temos um Projeto inicial apresentado pelo Governo, é verdade. E já estamos com 37 Emendas; portanto, vamos ter que discuti-las uma a uma. Aliás, como fizemos ao longo de todo este ano. Nós discutimos o Plano Diretor durante longos meses; discutimos no Plenário, discutimos nas Relatorias, discutimos no Fórum de Entidades, nas Audiências Públicas, e fomos construindo o possível. Nem todos ficaram extremamente satisfeitos com o resultado do Plano Diretor, mas ninguém tem o direito de dizer que não foi ouvido, que não pôde manifestar a sua opinião, que não pôde defender a sua proposta. E a Cidade, tenho certeza, ganhou com isso.

Nós votamos, na semana passada, um Projeto que tratava do Programa de Saúde da Família, que, inicialmente, parecia uma dificuldade, um obstáculo intransponível; terminamos votando com um grande acordo que beneficiou, eu diria, a todos: a oposição, a situação, mas, principalmente, a Cidade e os trabalhadores da Saúde.

Venho a esta tribuna - eu nem estava inscrito para falar - para que a gente se dispa de todos os possíveis rancores, todas as possíveis iras e venha tratar do Projeto, que é um projeto para a Cidade. Cada com a sua visão de cidade, cada um com a sua visão ideológica. Uns são contra a modelagem econômica proposta porque acreditam que tem que ser um investimento público; outros são contra a altura dos edifícios propostos no Regime Urbanístico. Enfim, há várias propostas, mas, se nós discutirmos Emenda por Emenda, com calma, com jeito, dispostos a construir, tenho certeza de que, ao fim e ao cabo, teremos um projeto possível de ser construído na Orla do Guaíba, mas, principalmente, nessa parte da Cidade que está, há muito, sonegada à população, que só eventualmente a pode usar, seja na Feira do livro, na Bienal, como manifestou a Verª Sofia. Mas são usos “espasmódicos” e não permanentes como merece a população de Porto Alegre, como reivindicaram aqui o Paulinho, o Ver. DJ Cassiá e outros. Fazendo isso, nós construiremos, certamente, uma solução não agressiva para o rio, para a Cidade e, principalmente, entre nós mesmos. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoamos a Subemenda nº 02 à Emenda nº 34 ao PLCE nº 004/09, de autoria do Ver. Elias Vidal; e a Subemenda nº 01 à Emenda nº 37 ao PLE nº 004/09, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol.

O Ver. Mauro Zacher está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, faço questão de voltar a esta tribuna, embora já tenha tido a oportunidade de apresentar a nossa posição em relação ao Projeto Cais do Porto. Mas não há como não valorizar este momento nobre, embora possa parecer cansativo, possa parecer aos que nos acompanham das galerias, pela TVCâmara, uma discussão profunda, longa, mas se faz necessária, porque este, sim, é o momento mais nobre que temos aqui nesta Casa, momento em que se tem a oportunidade de discutir Emenda por Emenda, de vir a esta tribuna, numa discussão acirrada como a que estamos travando hoje nesta plenária.

Trata-se justamente de poder discutir de maneira profunda, porque este Projeto tramitou em Regime de Urgência, e já foi dito aqui por quem me antecedeu que há anos a Cidade espera e que não pode mais esperar. É bem verdade. Agora, também não há como se construir consensos construtivos, se não for debatendo e respeitando as posições diferentes deste Plenário. E é por isso que eu venho aqui reforçar, porque se trata de um Projeto de 500 milhões de reais, um investimento altíssimo para a nossa Cidade, um Projeto esperado pela Cidade e, ao mesmo tempo, um Projeto que tem que estar no caminho da Copa do Mundo.

Nós estamos hoje aqui definindo basicamente o Regime Urbanístico, e as Emendas estão possibilitando que se dê mais garantia à Cidade de que nós estamos aprovando um Projeto, um regime mais próximo do ideal.

Este Vereador apresentou uma Emenda para a qual espera a concordância do Governo, porque garantimos, naquele espaço, as Ciclovias, garantimos, naquele espaço, o acesso público. São coisas que parecem lógicas, mas é fundamental que estejam garantidas no Projeto. Não está incluído no Projeto, mas, talvez, em outro momento, a sociedade poderá ter, que é a garantia do controle social, que é de fundamental importância.

Ao mesmo tempo em que estamos aprovando esse Regime Urbanístico para que possamos construir uma Parceria Público-Privada, é importante, Tessaro - tu que serás o nosso Presidente na Legislatura que vem -, que se tenha sempre o controle social, que a sociedade possa estar ali garantindo aquilo que votamos e aquilo que diz respeito àquele espaço público.

Ao mesmo tempo, dando continuidade ao pronunciamento do Vereador que me antecedeu, o Ver. Toni Proença, é importante que os Líderes partidários - e faço um apelo à Líder da oposição, a Verª Maria Celeste, e ao Líder do Governo, Ver. Valter Nagelstein - possam sentar e construir um consenso na busca de aprovação dessas Emendas. Ou de reprovação - eu não quero tirar o direito ao debate, bem pelo contrário; o que eu não quero é fazer de uma discussão que poderia ser muito mais construtiva uma discussão que seja marcada pelo debate sem necessidade ou que crie uma fadiga desnecessária. O que queremos é, realmente, aprovar este Projeto, mas que tenha não só o respeito pelo contraditório, Ver. Luciano, como também a garantia da contribuição deste Plenário. Ora, este é o nosso papel, esta é a oportunidade de contribuir através das Emendas, e eu espero que o Governo respeite esta vontade, e que também a oposição saiba que temos limites e que temos que construir, para que possamos não levar esta votação até altas horas da madrugada, que possamos sair daqui fortalecidos e certos de que podemos construir não o ideal, mas o possível construído até agora. Então, é este o apelo, é esta a disposição que a Bancada do PDT quer na contribuição de Emendas e também na construção e no respeito ao contraditório. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos honram com sua presença nesta tarde aqui conosco, quero desmistificar esse mito de que a oposição só atrapalha na Câmara Municipal. Tem sido feito um discurso nesse sentido, que não é verdadeiro de forma alguma. A Bancada de oposição desta Casa tem contribuído, e muito, com o Governo Municipal. Nós damos quórum para iniciar a Sessão, damos quórum para prorrogação de Sessão, ficamos aqui trabalhando, não nos omitimos da nossa responsabilidade. Agora, de fato, Ver. Lucio, o que nos incomoda é que, quando se busca uma concertação coletiva, palavra dada tem que ser mantida, é o mínimo que se pede das boas relações e da boa convivência.

O Ver. Mauro Zacher fez um apelo, e nós estamos à disposição, desde que seja, de fato, cumprido o acordo! É isso que queremos: nós queremos ser tratados com respeito nesta Casa, e que se cumpram os acordos estabelecidos. Portanto, palavra dada tem que ser mantida.

A respeito do Projeto, quero aqui reiterar algumas questões que nos preocupam. E nós falamos sobre isso, produzimos Emendas sobre isso e, até agora, não sabemos a opinião do Governo sobre as nossas Emendas. Portanto, ficaremos aqui, se necessário, vamos passar a madrugada, vamos continuar amanhã a votação, ficaremos aqui até a véspera do Natal, se for preciso, já fizemos isso outras vezes, já fizemos em outros momentos, não há problema nenhum. O que queremos, de fato, é não errar na configuração de um Projeto importante para a Cidade.

E há um aspecto, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, que não foi levado em conta até agora e para o qual quero alertar o Governo, especialmente o Secretário de Planejamento, que está conosco aqui. Foi aprovada há poucos instantes, Secretário Márcio, que nos acompanhou, o Plano Diretor da Cidade. E esse Projeto foi embasado na Lei nº 434, de 1999, que sofreu alterações. E - depois, na Emenda pertinente, eu vou falar mais sobre o tema - tem uma proposta de alteração de Emenda, que foi aprovada por este Plenário, que não é coerente com o que está aqui no Projeto, especialmente projeto de terceiro grau. Portanto, tem equívocos no Projeto. Mas, como estamos aqui num diálogo de surdos, nós corremos o risco de ver jogados por água abaixo, vários aspectos deste Projeto. Toda a Cidade quer a revitalização do Cais Mauá, é óbvio! Agora, nós queremos que essa revitalização não seja simplesmente uma privatização; nós queremos que essa revitalização dê conta de um projeto dentro do projeto maior, que é a Orla em seu todo, que o Governo sequer apresentou a esta Casa - e teve a oportunidade de fazê-lo no Plano Diretor.

Secretário do Planejamento, ficou faltando o Projeto da Orla - ficou faltando! Nós discutimos nas nossas Relatorias - e o Secretário Márcio estava aqui -, e ali não constava um Projeto da revitalização da área como um todo, dos 70 quilômetros da Orla. Por isso é que o Movimento diz: “Defenda a Orla”, defenda a Orla como um todo, não é apenas o aspecto do Centro.

E, mesmo assim, neste Projeto, há questões importantes que não foram levadas em consideração! Não é só a questão da altura! Não é só a questão dos dois espigões que para ali estão projetados: é o aspecto histórico da Usina do Gasômetro, é a paisagem urbana daquele lugar, e, se for construído um prédio com a altura que foi sugerida no projeto, a Usina do Gasômetro vai sumir da paisagem urbana! Eu cito o exemplo da Igreja das Dores, no Centro de Porto Alegre, é a mesma coisa: foram construídos prédios no entorno, e a Igreja sumiu! Um patrimônio histórico perdido no meio da paisagem urbana! É disso que nós estamos falando! Qual é a proposta, de fato, para a manutenção da Usina do Gasômetro como equipamento público, histórico e necessário?

Na questão do trânsito, da mobilidade urbana, serão cinco mil vagas de estacionamento. Nós já sabemos o que é a Av. Castelo Branco quando tem transtorno de tráfego; nós já sabemos que engarrafa toda a Cidade - e não é só a Av. Castelo Branco, mas também a Av. Voluntários da Pátria, a Av. Protásio Alves, a Av. Osvaldo Aranha - é disso que nós estamos falando, Sras. Vereadoras, Srs, Vereadores! Não se trata de não querer uma Orla, de não querer ver o Guaíba, que é muito bonito. Não é isso! Nós queremos, sim, saber qual é o impacto, de fato, deste projeto para todo o seu entorno! O Centro Histórico ficará escondido, perdido? O projeto dialoga com o projeto do Centro Histórico?

Então, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, Sr. Presidente - com a sua tolerância -, são estas as questões que nós queremos discutir e que gostaríamos ver contempladas no Projeto, e que não foram.

E, só para finalizar, foram mais de 20 Emendas apresentadas nesta tarde, inclusive Emendas do Governo! Portanto, nós queremos, sim, discutir e temos essa disposição para discutir e votar o Projeto! (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoo Requerimento de destaque da Subemenda nº 01 à Emenda nº 36; da Subemenda nº 01 à Emenda nº 20; da Subemenda nº 01 à Emenda nº 34, e da Subemenda nº 02 à Emenda nº 34, ao PLCE nº 004/09, todas assinadas pela Verª Sofia Cavedon.

O Ver. João Pancinha está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. JOÃO PANCINHA: Sr. Presidente; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos assiste aqui no Plenário; amigos do Fórum de Entidades, Canal 16 e RádioWeb, eu duvido que neste recinto haja alguém que seja contrário à revitalização do Cais Mauá - não pode existir ninguém aqui que seja contra à revitalização do Cais Mauá!

Vamos discutir o que realmente queremos com a revitalização, e a discussão faz parte do Parlamento. Nós temos que discutir; se nós formos até as duas, três, quatro horas da manhã, não tem problema.

Eu não concordo com a nobre Vereadora - que admiro e respeito muito - Maria Celeste quando diz que aqui se faz um diálogo de surdos. Não. As Emendas, o Projeto, tudo isso será discutido amplamente, será considerado amplamente - este o nosso papel e é o que nós estamos fazendo aqui. Não importa a que horas vamos acabar esta discussão, se às cinco, seis, ou sete horas da manhã, porque quis o cronograma que este assunto fosse discutido e votado no dia de hoje, e não poderemos postergá-lo, já que faz mais de 20 anos que está sendo esperada uma decisão sobre este assunto.

Lembro de quando me formei em Engenharia, e o meu pai, também engenheiro, colega do nobre Vereador João Antonio Dib, disse-me assim: “Meu filho, quando tu fores usar a tua profissão, usa o bom-senso e jamais errarás”. Então, eu peço, encarecidamente, aos nobres Vereadores, colegas, que usem o bom-senso: vamos trabalhar com afinco, como fizemos em relação ao Plano Diretor; foram horas, horas, horas de debates, Emendas discutidas, e concluímos. Se não foi o melhor Plano Diretor, foi o que pudemos construir. Se não vai ser a melhor revitalização do Cais, vai ser a que sairá desta Casa.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Pancinha, para que andemos mais rápido, aproveito o seu espaço para reconhecer, já que o senhor falou em bom-senso, o interesse da Governadora Yeda em levar avante este projeto. Eu não tenho problema nenhum, Vereador, eu reconheço na Governadora Yeda, também, alguém interessado neste grande projeto para Porto Alegre.

 

O SR. JOÃO PANCINHA: Muito obrigado. Realmente, este é um projeto que está sendo aguardado há mais de 20 anos. Diversos Governos passaram pelo Estado, nenhum deles trouxe algo que realmente fosse produtivo e que chegasse até esta Casa. Agora, existe o Projeto, coordenado pelo nobre amigo Tutikian, que fez um trabalho minucioso, passou pela Prefeitura nos seus diversos Setores, e agora está aqui nesta Casa com muitas Emendas - se 37, 40, 45, não importa -, que nós vamos analisar, discutir, para que seja um bem para Porto Alegre, e não um diálogo de surdos.

Então, quero solicitar aos nobres Pares - aqui eu saúdo o Secretário do Planejamento Municipal, Ver. Márcio Bins Ely, que tem sido uma presença constante nesta Casa em prol de Porto Alegre – que nós, Vereadores, discutamos com profundidade o tema, mas usemos, acima de tudo, o bom- senso, porque Porto Alegre precisa do Cais revitalizado, e isso passa pela Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Muito obrigado pela atenção, um abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; minha Bancada; nossa Líder Verª Maria Celeste; demais presentes neste debate, o meu abraço, aos que nos assistem pela TV Câmara; aos que estão nos ouvindo de outras formas, também, o meu caloroso abraço. Este Projeto é um Projeto que tem uma história, Ver. Oliboni, uma continuidade. Em 1995, eu estava no DEP; na época, a Diretora-Geral do DEP era a Arquiteta Eleonora Ulrich, e ela, instigada, promoveu um concurso público com objetivo de harmonizar, integrar a área do Centro da Cidade com o Cais do Porto. Houve uma seleção do projeto, e ele tinha como objetivo fundamental transpor a barreira, que é o Muro da Mauá, harmonizando, integrando o Centro da Cidade com a área do Cais do Porto. Houve vencedor, mas não houve interessados.

É bom que se diga que este Projeto vem numa hora em que há uma disponibilidade, um aquecimento da economia no País. É só por isso que se oportuniza a apresentação de um projeto. Então, esta idéia tem uma história, mas isso não significa que nós devamos abrir mão de fazer o debate necessário, porque este é o papel da Câmara de Vereadores.

Nós recebemos em nossa Bancada - e creio que também as outras Bancadas receberam - os técnicos da SPM e, também, os técnicos da área privada que desenvolveram o projeto, os proponentes da idéia, e nos restou o seguinte olhar: este é um Projeto que vem para cá e que precisa, sim, de um debate; ele não pode ser aprovado sem o debate e sem a proposição de um conjunto de Emendas que visem a corrigir, aperfeiçoar e dar um complemento à proposta que nos foi aqui apresentada. Até porque o que nos foi apresentado foi um Projeto de Lei que altera o Regime Urbanístico, apenas isso. Uma série de questões não está satisfatoriamente respondida e poderá causar problemas muito grandes no futuro. Vejamos um deles. Por exemplo: qual é a posição e qual é a proposta para dar conta dos graves congestionamentos que nós já temos na Av. Mauá? Não vi, não está contemplado, e não está contemplada nenhuma proposta urbanística que dê conta, adequadamente, do transporte, da circulação, da fruição viária dessa região.

Segunda questão: o problema das enchentes. Não é permitido, em Porto Alegre, construir fora da área protegida. E, ali, se houver uma inundação, quem é que vai ser o responsável? Vai ser o Poder Público? Porque é área não protegida. O Muro da Mauá é área externa. Se houver uma enchente, quem é que vai ser o responsável pelos prejuízos que advirão? Vai ser o Município, porque aprovou o Projeto? É preciso responder estas questões.

Oh, Sérgio Kaminski, tu que foste Engenheiro Residente do Muro, como é que é esta questão? Por exemplo, no caso de uma enchente, a água deverá subir ali, pelo histórico, um metro, um metro e meio. Os afetados, futuros flagelados, como é que vão responder a eles? De quem será a responsabilidade? Esta é uma questão que não está respondida.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Todeschini, o Projeto já prevê este caso, dizendo que o Governo não assume responsabilidade, porque é área onde é possível acontecer enchente, como já aconteceu em 1967.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Pois é, mas isso não está dito aqui. Ninguém explicitou, não está explicitado.

 

O Sr. Sérgio Kaminski: Vereador, toda a área Central e arredores da Cidade em que a enchente superar essa medida que V. Exª falou não é responsabilidade da Prefeitura. O que ocorre, parece-me, aí, é um instrumento jurídico que a própria Prefeitura tem de se proteger de, eventualmente, alguma ação do investidor, caso haja a cheia. É um instrumento que a própria Prefeitura está utilizando para se proteger de um eventual pedido de ressarcimento.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pelo aparte. Eu só levantei aqui dois aspectos que estão completamente vulneráveis no Projeto, que precisam ser debatidos e que precisam de resolução. Obrigado

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu partilho da ansiedade geral de quem quer imediatamente iniciar a votação. Sempre fui um obediente seguidor das regras do Ver. João Antônio Dib, quando diz claramente que ninguém muda o voto por discurso da tribuna. Está claro que existe uma grande maioria de integrantes da Casa que querem votar agora e já o Projeto de Lei.

As Emendas destacadas, todas elas, eventualmente poderão ser até encaminhadas. Por isso, Sr. Presidente, sem maior delonga, reafirmando a minha posição anterior, eu sou favorável ao Projeto e a algumas das Emendas, uma das quais, inclusive, por mim subscrita, a nº 37, com duas Subemendas, que eventualmente estão sendo apresentadas...

Sr. Presidente, eu peço que V. Exª presida para a Casa e não para os dois Líderes expressivos que estão aqui conosco, porque, se eu tiver assegurado por parte de V. Exª que V. Exª dá por acolhida uma Subemenda à Emenda nº 37 de nossa autoria e que está sendo trazida ao Plenário neste momento, se isso consagra os autos, eu encerro, e peço a V. Exª para iniciar logo a votação do Projeto. Vejo que V. Exª concorda e é de seu poder. Então, encerrado o meu pronunciamento, vamos à votação. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Mas para entrarmos em votação de imediato é necessário a concordância de três inscritos, e, pelo jeito, o Ver. Luciano Marcantônio deseja usar o seu tempo.

O Ver. Luciano Marcantônio esta com a palavra, para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, concordo com a manifestação do Ver. Reginaldo Pujol, por isso vou ser bem breve.

Quero, inicialmente, saudar a presença do nosso Secretário Márcio Bins Ely, a sua assessoria, o Breno e o Roberto, que estão o dia inteiro aqui prestigiando, colaborando e contribuindo com os encaminhamentos.

Aqui não existe um lado certo e um lado errado. Existem os ambientalistas, que eu respeito muito, defendendo o meio ambiente, e existe o nosso empresariado, defendendo o desenvolvimento, o progresso. E nós, como Vereadores, temos que defender o cidadão porto-alegrense. Nós, como Vereadores, temos obrigação de votar este Projeto. E este Projeto vai ser votado, porque Porto Alegre não pode mais ficar órfã do Cais Mauá, que pode se tornar um grande atrativo turístico, um grande atrativo cultural, um grande atrativo de lazer, de gastronomia. Por isso, eu quero dizer que a minha posição como Vereador do PDT é no sentido de que este Projeto seja aprovado. Claro que nós temos que dialogar. E o PT, o PSOL e as demais Bancadas de oposição estão abertos ao diálogo, assim como a Bancada da base do Governo está aberta ao diálogo.

Nós temos que iniciar a votação deste Projeto, discutir as Emendas, mas pensando acima dos nossos interesses pessoais, partidários, pensando em ter finalmente um Cais Mauá que possa atender na sua totalidade aos interesses dos moradores de Porto Alegre, os quais nós representamos.

Eu estou muito contente por finalmente conquistarmos, nesta Legislatura, um grande sonho para o cidadão porto-alegrense, que é ter, além da Avenida Beira-Rio - que foi trazida para o povo de Porto Alegre numa gestão trabalhista do nosso Prefeito Alceu Collares -, além da Usina do Gasômetro - que foi revitalizada também na gestão do nosso querido Prefeito Alceu Collares -, o Cais Mauá. Assim como o Gasômetro e como a Avenida Beira-Rio, que hoje oferecem qualidade de vida para o cidadão de Porto Alegre, nós teremos agora, também, o Cais Mauá entregue a quem merece, que é o nosso cidadão porto-alegrense.

Mas, acima de tudo eu quero saudar a coragem, o empreendedorismo, a visão dos nossos empresários, da nossa iniciativa privada, que vai enfrentar um processo de risco. É um investimento altíssimo, com um sistema de concessão. Nós, Vereadores, temos que ter orgulho de ter esse empresariado que coloca o seu dinheiro, que gera emprego, que ajuda a construir e a planejar um projeto maravilhoso, que só a um segmento interessa; não é aos Vereadores, não é ao empresariado, não é aos ecologistas; tem uma causa que está acima de todos nós, que é a pessoa, que é o ser humano. Então, eu vou ter muito orgulho de ter votado o Projeto Cais do Porto nesta gestão maravilhosa do Governo Fogaça, em que nós construímos um Plano Diretor sustentável, um Plano Diretor que, a partir de 150 metros quadrados, começou a preservar a Área Vegetada, sendo que o próprio fórum de líderes queria que a Área Vegetada fosse preservada a partir dos 300 metros quadrados. Enfrentamos todos os interesses econômicos para garantir um Plano Diretor sustentável, que fez inveja a algumas Bancadas que têm como prioridade a questão do meio ambiente.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Marcantônio, parabéns pelo seu esclarecimento. A Governadora, corajosamente, bota este Projeto para a gente votar. Quero dizer que é mérito do Secretário Paulo Odone, do Tutikian, e não será preciso mais - eu que nunca pude viajar para longe - ir a Puerto Madero, pois vamos ter aqui para olhar, assistir e aplaudir esta bela iniciativa, que, certamente, vai dar muito emprego. Obrigado.

 

O SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Nós mesmos, da nossa Bancada, temos Emendas em relação à questão da Ciclovia, que temos que defender - o Ver. Mauro Zacher, nosso Líder de Bancada, é um defensor da Ciclovia -, e há várias Emendas da Bancada da oposição, que têm que ser respeitadas, que têm que ser dialogadas, e, com certeza, muitas delas vão ser aprovadas. Porto Alegre é que sai ganhando.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Sebastião Melo; colegas Vereadoras e Vereadores, público que acompanha a nossa Sessão aqui e pelo Canal 16; estava ouvindo atentamente os colegas Vereadores e lembrava que, quando o colega Todeschini falou que há muitos anos - se não me engano foi no Governo Tarso Genro -, em Porto Alegre, se tentou fazer alguns movimentos pela revitalização do Cais do Porto, mas a situação econômica daquela época era bem diferenciada de hoje, não podemos esquecer isso. Se hoje os bancos estão ofertando recursos de sobra para os empreendedores, é porque, de fato, a realidade mudou, a realidade do País e dos empreendedores, que percebem claramente onde dá resultados econômicos, e, portanto, têm iniciativa para investimentos. Não podemos esquecer a conjuntura nacional, que nos ajuda muito para que esses investimentos tenham visibilidade para aqueles que trabalham no ramo e, com certeza, dá como retorno emprego e outras coisas que são importantes também.

Nós não podemos esquecer que, há poucos dias, nós discutimos aqui, por várias Sessões, o Plano Diretor de Porto Alegre. E ali se apontava que, para projetos específicos, como foi o Pontal do Estaleiro, como é o Cais Mauá, como foi o Estádio do Internacional, como foi a futura Arena e tantos outros projetos que serão específicos, que deveria haver contrapartidas, compensações. E a grande maioria das Emendas que estão aqui apresentadas trata praticamente disso. Então, elas dialogam com a Cidade. Quem não quer, no Cais Mauá, uma extensão da Feira do Livro? Existem algumas Emendas nessa direção. Quem não quer que haja um espaço para a juventude e que ali se possa fomentar a cultura, o empreendedorismo, sim, o esporte, o lazer? Todos nós queremos, e algumas Emendas estão nesta direção. Quem não quer a Ciclovia, Ver. Mauro Zacher? Todos nós queremos, mas é preciso que se perceba que ali há o tombamento histórico com relação, não só aos trilhos do trem, não só aos paralelepípedos.

Nós também queríamos conhecer o Projeto com maior segurança para saber o que estaríamos votando aqui.

Há a questão do transporte hidroviário, que todos nós queremos. Guaíba, aqui, Município próximo, há muitos anos, quer o fim do monopólio do transporte, por exemplo. Nós temos de estar esclarecidos com relação ao futuro projeto que, por exemplo, vai possibilitar que os grandes empreendedores da área da gastronomia possam participar. Então, nesse aspecto, tenho certeza absoluta de que nós estaremos aqui empenhados para votar a favor do Projeto, mas temos segurança nas Emendas que estamos apresentando - e que não haja, Ver. Brasinha, nobre colega, um rolo compressor, que, só por ser da oposição, votarão contra!

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Oliboni, eu gostei do seu discurso. Então, por que V. Exª não trabalha para dar acordo e imediatamente votarmos este Projeto?

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Com certeza, todos nós estamos dando o apoio, Ver. Brasinha, vários Vereadores estão trabalhando nessa direção; eu percebo que o Plenário está nesse movimento para que, de fato, o Governo e os empreendedores possibilitem esse acordo. Nós queremos sair daqui com este Projeto estratégico votado, mas que esteja assegurada não só a acessibilidade e que, de fato, o povo tenha acesso, fomente e apoie as iniciativas que lá vão acontecer. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Valter Nagelstein, que solicita a retirada da Subemenda nº 01 à Emenda nº 34. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo Subemenda nº 02 à Emenda nº 37, de autoria do Ver. Waldir Canal. Solicito que seja distribuída às Bancadas.

O Ver. Nilo Santos está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras, eu quero usar um espaço de tempo bem curto, até para guardar energia para a madrugada, e, como estou no aguardo da janta, não quero me desgastar demais.

Sr. Presidente, quero aproveitar este momento para parabenizar a Governadora Yeda, Ver. Bernardino, indo na mesma linha de V. Exª, nestes tempos em que batem, batem, batem na Governadora; um Projeto desses merece o nosso aplauso. Então, parabéns à Governadora Yeda e ao Prefeito Fogaça, porque eles não pediram que isso caísse na mão deles, foi o tempo determinado por Deus para que caísse nas mãos deles. Parabéns para eles! E parabéns para nós, também, Ver. DJ Cassiá, Ver. Ferronato, pois estamos participando, neste momento, do desenvolvimento, do crescimento da Cidade, a Cidade será beneficiada.

E eu quero dizer que quem investir neste Projeto, Ver. Brasinha - V. Exª que defende os empresários - é claro que tem que ter um retorno financeiro. Como não vai ter retorno financeiro? Que Parceria Público-Privada é essa em que o empresário investe, mas não pode ter retorno, como se o dinheiro do empresário fosse contaminado? Mas o que é isso? É claro que tem que ter, exatamente para que ele continue sendo parceiro para outros empreendimentos.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nilo Santos, eu acho que os empresários têm as suas qualidades porque dão emprego. O empresário é visto de outro lado, não lembram que o empresário participa de várias ações sociais, participa da comunidade, dá emprego, e, mais ainda, alavanca o PIB da Cidade. Eu claramente vou defender sempre o empresário, porque o empresário bem-sucedido, o empresário correto merece aplausos. Os empresários do setor alimentício são muito importantes para nós. Ver. Nilo, imagine termos um restaurante aberto às três horas da manhã, terminarmos a Sessão e ir lá jantar. Isso é importante, isso é bom, eu quero hotel, eu quero tudo na Orla.

 

O SR. NILO SANTOS: Aí, sim, a Orla será nossa!

 

O Sr. Elias Vidal: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nilo Santos, V. Exª fala muito bem quando dá os parabéns à Governadora e ao Prefeito. Agora, eu gostaria que esses parabéns tivessem sido dados lá atrás, para o Olívio Dutra, quando ele foi Governador, e nos 16 anos quando o PT esteve à frente da Prefeitura em Porto Alegre. Esses parabéns não dá para dar a eles, mas eu, honestamente, gostaria, porque, se eles tivessem feito quando estavam no poder, nós, hoje, já estaríamos desfrutando o Cais do Porto, o que estamos começando agora, porque eles não fizeram lá atrás.

 

O SR. NILO SANTOS: Secretário Márcio Bins Ely, um Projeto dessa envergadura, uma revitalização dessas merece aplausos, porque, para fazer isso, tem que ter raça, tem que ter sangue para fazer! Tem que ter coragem de chamar os empresários para conversar, tem que chamar! Parceria Público-Privada de uma via só não é parceria: é exploração, porque tem gente que grita contra os empresários, mas não investe nada nesta Cidade, não gera um emprego sequer e, muitas vezes, nem paga os seus impostos! Depois, aqui, em Plenário, cantam! Cantam, ainda!

Então, parabéns ao Governo Estadual, ao Governo Municipal, parabéns Secretário Márcio Bins Ely - o senhor não pediu para ser Secretário de Planejamento, o senhor foi privilegiado, abençoado por Deus e está lá! É um privilegiado, porque nós estamos vivendo, sim, um tempo de desenvolvimento; nós queremos shopping na nossa Orla, nós queremos hotel, centro de convenções; nós queremos bares, restaurantes na nossa Orla; eu quero ter o direito de poder desfrutar da Orla do nosso Guaíba na madrugada, com segurança, Verª Sofia Cavedon! Porque um espaço dessa envergadura oferece segurança!

Então, parabéns a esses Governos! E nós vamos, sim, com certeza, Ver. Luciano Marcantônio, poder assinar embaixo de mais uma grande conquista da nossa Capital e do nosso Estado. Obrigado. (Palmas e manifestações nas galerias.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Beto Moesch, que solicita retirada de tramitação da Emenda nº 13 ao PLCE nº 004/09, e o Requerimento, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que solicita retirada de tramitação da Emenda nº 19 ao PLCE nº 004/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que os aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADOS.

O Ver. Waldir Canal está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. WALDIR CANAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, plateia que nos assiste, venho a esta tribuna porque o Projeto que discutimos é de muita relevância para Porto Alegre.

Desde que peguei este Projeto para analisar, fui formando minha convicção de voto, e espero que hoje possamos, finalmente, votá-lo, porque vejo que ele faz parte de um conjunto de avanços necessários para a cidade de Porto Alegre. No perfil de serviços da cidade de Porto Alegre, com a pujança que conhecemos, privilegiada por sediar a Copa do Mundo, o Cais do Porto, com certeza, vai-se constituir num espaço, num ambiente importante para aqueles que vierem a Porto Alegre.

Dentro dessa linha de pensamento, de raciocínio, encontro Emendas que visam a adequar o Projeto - Emendas da oposição, da situação -, para as quais é preciso haver um consenso, porque existem Emendas aqui que podem e estão, realmente, corrigindo alguns desvios, algumas imperfeições. Essas Emendas precisam ser votadas e aprovadas para serem incorporadas ao Projeto.

Eu vejo, no Projeto, Pareceres com assinatura de instituições importantes, como a OAB, que participou do processo, da discussão, do acompanhamento. Não foi um Projeto feito às escuras, pela importância que tem a revitalização do Cais do Porto, pelo seu significado, pela geração de empregos, de renda, pelo avivamento que haverá na Orla do Guaíba.

Naquela visita que nós fizemos, de barco, pudemos constatar e visualizar aquilo que poderá ser feito através deste Projeto, aquela faixa onde os pedestres poderão fazer as suas caminhadas, dentro de um projeto responsável.

Portanto, a Bancada do PRB encaminha favoravelmente por entender que o Projeto precisa ser aprovado, a Orla do Guaíba precisa ser devolvida, com certeza, para o acesso total de todos os cidadãos de Porto Alegre.

Então, em nome do desenvolvimento sustentável, do crescimento da Cidade, o crescimento sustentável, nós estaremos votando, com certeza, favoravelmente, e votando nas Emendas da oposição, que, com certeza, contribuem para o aperfeiçoamento deste Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir o PLCE nº 004/09.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; caros Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias com muito respeito, à minha direita e à minha esquerda, e as pessoas que nos assistem pelo Canal 16, quero cumprimentar todos. Quero cumprimentar o nosso Secretário Márcio Bins Ely, que está sempre com a gente aqui, demonstrando a sua preocupação com a Pasta que dirige, hoje, na cidade de Porto Alegre.

Quero aqui parabenizar a Governadora por ter mandado, juntamente com o Prefeito Municipal, este Projeto aqui para a Câmara Municipal - mulher de muita fibra - e o nosso competentíssimo Prefeito desta Cidade.

Como eu já disse, respeito todos vocês, mas agora gostaria de fazer uma pergunta, para que depois vocês avaliem com tranquilidade - não precisa ser agora, pode ser logo de noite, ou amanhã -, juntamente com os seus familiares.

Vou iniciar pelo Pontal do Estaleiro: vocês acreditam que o Poder Público tem capacidade de dar condições para que nós, para que a Cidade possa ter esse contato com o Guaíba, com o Pontal do Estaleiro, como está? O Poder Público vai ter recursos para isso? Esta geração e outras gerações não vão ter. Se a iniciativa privada não colocar os seus recursos, nós não vamos conseguir ter contato com o Guaíba! Não vamos sonhar coisas impossíveis! Não vamos ter condições, gente! Com todo o respeito, sei que vocês amam o Guaíba, como nós o amamos, esta riqueza que a natureza colocou em nossas mãos, mas vamos ser coerentes, não há recursos para isso.

São dois quilômetros e meio de Cais do Porto, onde a iniciativa privada vai dar condições para que nós possamos usufruir o rio, caminhar, admirar a beleza. Se a iniciativa privada não investir os seus recursos em cima, o Poder Público vai ter condições para isso? Não vai ter! Não vamos sonhar coisas impossíveis, gente!

Vamos deixar para outras gerações. Nós somos gente inteligente. Nós somos formadores de opiniões. Não vamos alimentar coisas impossíveis. Vamos dar condições para que a iniciativa privada dê uma beleza para a nossa Cidade, recupere aquela área, pois nós não temos acesso ao Guaíba. Hoje são dois quilômetros e meio! Não há condições de ir além da Usina do Gasômetro. E depois? Nada mais.

Agora há um Projeto que vai dar condições para nós caminharmos, para nós admirarmos a beleza. É isso que nós estamos discutindo aqui, gente. Vamos ser contra isso? Pelo amor de Deus!

Nós temos, sim, que estar juntos - Poder Público, iniciativa privada e comunidade - para que possamos em conjunto usufruir a beleza.

A Verª Maria Celeste colocou que, próximo à Usina do Gasômetro, teremos prédios maiores do que a Usina do Gasômetro, do que o prédio cultural... Não passa disso, gente! Não existe prédio dentro daquele trajeto que vai superar a altura da Usina do Gasômetro! Foi dita muita coisa aqui que não é verdade! Não é verdade, gente. Vamos ler. Vamos examinar o Projeto. Vamos ver o Projeto. Acho que o Projeto é bom para todos nós, é um Projeto bom para a Cidade.

Eu já falei antes, vou falar de novo. Quando chegamos a Porto Alegre - todos nós, durante a semana, duas, três vezes -; quando voltamos do Litoral, da Serra, enfim; quando chegamos a Porto Alegre, que visual triste nós temos do Guaíba! Aqueles navios abandonados! É um depósito de navios. Não tem um visual bonito a Cidade. A pichação de todos aqueles prédios é uma outra coisa que temos que trabalhar em cima.

Portanto, gente, com todo o respeito que eu tenho por vocês... Eu sei que vocês defendem o nosso meio ambiente, nós queremos também a colaboração de vocês, mas nós queremos dar um voto de confiança aos nossos empresários. Eles é que vão investir, eles é que vão dar condições para vocês, para nós! É isto o que nós queremos para a nossa Cidade: uma bela cidade, com paisagem, e, como já disse, o Poder Público não terá condições nunca de recuperar a Orla, nem aqui no Cais do Porto nem no Pontal do Estaleiro, não vamos sonhar coisas impossíveis! Portanto, gente, com muito respeito a vocês todos, respeito a ambas as partes, mas com muita tranquilidade e de cabeça fria... E sei o que se passa na cabeça de cada um de vocês. Muito obrigado pela atenção de todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(Manifestações nas galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Está encerrada a discussão.

Começaremos a votação das Emendas. Pergunto aos Srs. Vereadores e às Sras Vereadoras se acham necessário eu fazer a leitura de cada Emenda ou se todos têm conhecimento delas. Nós remetemos a todos, mas se Vossas Excelências... Cem por cento das Emendas foram distribuídas às Bancadas; então, acho desnecessário fazer a leitura.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA (Requerimento): Nós, do PSOL, acreditamos ser importante ler as Emendas, porque o pessoal das galerias não tem acesso ao conteúdo delas por escrito. Portanto, pelo menos, da redação da Emenda, sem a Justificativa, seria de bom-tom que se procedesse à leitura.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Nós vamos atender ao seu Requerimento, mas vamos pedir à Diretoria Legislativa que repasse três conjuntos de Emendas para os nossos participantes deste lado (Mostra.), e três para este lado (Mostra.) para que contribuam com a nossa votação.

Em votação a Emenda n° 01, destacada, ao PLCE n° 004/09. Faço a leitura da Emenda. (Procede à leitura da Emenda.)

Em votação nominal, por determinação desta Presidência, a Emenda nº 01, destacada, ao PLCE nº 004/09. (Pausa.) (Após apuração nominal.) APROVADA por 32 votos SIM e 02 ABSTENÇÕES.

Faço um apelo aos Srs. Vereadores: um minuto é muito tempo para a votação. Se V. Exas contribuírem, podemos votar em 30, 40 segundos. São 40 Emendas.

A Emenda nº 02, destacada, ao PLCE nº 004/09 é de autoria do Ver. Beto Moesch e do Ver. Dr. Raul. (Procede à leitura da Emenda.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA, com abstenção do Ver. João Antonio Dib e desta Presidência.

Em votação a Emenda nº 03, destacada, ao PLCE nº 004/09. (Procede à leitura da Emenda.)

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 03, destacada, ao PLCE nº 004/09.

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, em primeiro lugar, eu pergunto ao Ver. Valter, Líder do Governo, se não há acordo para aprovar essas três Emendas que vedam o uso residencial, porque, afinal, o Prefeito Fogaça encaminhou uma Consulta Popular na cidade de Porto Alegre sobre residências na Orla. É verdade que era um espaço privado, o Pontal do Estaleiro, mas eu acredito que, se valia a manifestação para aquele espaço privado, muito mais deve valer para o espaço público, que é o caso do Cais do Porto. É esta a minha questão.

E não escuto nada do Governo, porque, se o Governo não tem intenção de liberar para moradia privada, não estaria com dificuldade de dizer que está bem, que esta Emenda está aprovada. Ao contrário, o Governo encaminhou Regime de Atividade Mista 3, e Mista 3 prevê residências, Ver. Brasinha - não posso lhe dar aparte, porque é encaminhamento -, residências no espaço do Cais do Porto. É isso que está previsto no Projeto encaminhado pelo Prefeito Fogaça, o mesmo Prefeito que diz que Porto Alegre nunca experimentou um momento de democracia com uma Consulta Popular. E lembro disso no rádio, na televisão, nesta Casa, vários Vereadores falando em nome do Prefeito Fogaça, que era democrático, que iriam perguntar à Cidade. Uma Consulta que não teve propaganda, que não teve informação, que não teve debate e mobilizou 18 mil pessoas por obra da cidadania! (Palmas.) Cidadania autônoma, livre, não vinculada a Partido político, não vinculada a debate político-partidário! Livre! Inclusive de muitos Partidos, que mobilizaram a sociedade para dizer: “Não, na beira do Guaíba não há privatização, não pode fazer moradia, porque a Orla precisa estar à disposição de todos, ser um espaço aberto a todos!”. A moradia caracteriza um espaço de uso mais privado, é um privilégio para poucos, presta-se à especulação imobiliária, todos estes argumentos.

Eu insisto com os Vereadores da base do Governo: por que o Governo... E aqui está a orientação de votação, Ver. DJ Cassiá. O que está orientado para votar?

 

(Aparte antirregimental do Ver. DJ Cassiá.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Contra, Ver. DJ Cássia? O Governo orienta a votar contra. Então, caiu a máscara do Governo Fogaça. O Governo Fogaça, de novo, faz Consulta, a sociedade responde “não à moradia”, e o Prefeito José Fogaça está dizendo “sim à moradia” em todo o espaço do Cais do Porto, em todas as Subunidades. E eu tive que fazer Emenda nas três Subunidades, Ver. Haroldo de Souza, proibindo, vedando a moradia, porque o Prefeito propôs isso. Então, não há como confiar, não há como o povo confiar na palavra do seu Prefeito, que disse que ia honrar a vontade popular neste tema, no tema da moradia. (Palmas.) Condicionou o Projeto, ouviu a Cidade. E queria que o Secretário Fortunati, que estava aqui, dissesse por que repõe a moradia, se estava lá enaltecendo a Consulta, ouvindo a Cidade. Esta é a resposta que eu gostaria de ouvir: qual é a confiança que a cidade de Porto Alegre pode ter num Governo que age assim, a mercê de interesses da especulação imobiliária? Qual é a confiança? A quem recorrer? À nossa Câmara! Nós temos compromisso, nós votamos um Projeto de Lei do Pontal, Ver. Haroldo de Souza, no qual havia um item que submetia a questão da moradia à Consulta. A Consulta foi feita. Esta Câmara, já que o Governo não honra, que honre! Nós honraremos o voto que a população deu em relação à moradia na Orla, e o voto foi “não”; e a Emenda faz isso: diz “não” à moradia na Orla, porque é o mínimo que em democracia nós podemos fazer: honrar a vontade popular, porque nós não substituímos o povo; o povo nos elege para representá-lo - representá-lo! -, e é isso que nós tentamos fazer aqui, apesar de sermos chamados dos que são do contra, dos que são os chatos. Então, não à moradia, em nome da soberania popular! (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Consulto as Bancadas para saber se há acordo para encaminhamento das Emendas nº 03, 04 e 05 ao PLCE nº 004/09. (Pausa.)

Verª Sofia, por favor, peço que esclareça se Emendas nº 03, 04 e 05 não poderiam ter sido uma Emenda só. Por que três Emendas?

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Presidente, são Subunidades diferentes: as docas, os armazéns e a usina.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Mas o objeto é o mesmo?

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: O objeto é o mesmo! A nossa proposta é encaminhar em bloco e aprovar as três Emendas em bloco.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Ver. Valter, consulto Vossa Excelência.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Estamos de acordo, Sr. Presidente. Sem encaminhamento, votação em bloco das três Emendas, e a posição do Governo é a posição do uso somente para fins comerciais, para escritórios e para serviços, sem residências. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação o bloco constituído pelas Emendas nº 03, 04 e 05, destacadas, ao PLCE nº 004/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário dos Vers. Haroldo de Souza, Ervino Besson e Reginaldo Pujol, e com as abstenções do Ver. João Antonio Dib e deste Presidente. (Palmas.)

Passamos à Emenda nº 06, de autoria da Verª Maria Celeste, Verª Sofia Cavedon e Ver. Carlos Todeschini, destacada, ao PLCE nº 004/09. (Pausa.)

 

(Procede à leitura da Emenda.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Consulto se V. Exas têm alguma dúvida sobre esta matéria. (Pausa.)

 

A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Sr. Presidente, para demonstrar também a disposição da Bancada de oposição, nós solicitamos a retirada de destaque das Emendas nº 29, 30 e 36. Ou seja, retiramos três destaques, como foi feita agora, neste momento, a votação de três Emendas em bloco. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito que V. Exª assine o Requerimento.

Neste momento, estamos em processo de votação da Emenda nº 06, de autoria da Verª Maria Celeste, Verª Sofia Cavedon e Ver. Carlos Todeschini.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 06, destacada, ao PLCE nº 004/09.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu chamo a atenção para esta Emenda, já que ela modifica o art. 4º, e o Ver. Mauro me disse que havia Emenda sobre ele. O art. 4º é um artigo complicadíssimo, é um artigo que livra ou libera o empreendedor de doar qualquer área para o sistema viário, para equipamento comunitário. Nós fizemos uma proposta substitutiva que não prejudica o empreendimento, que é positiva para a Cidade. Em vez de ficar nessa redação, nós dizemos que as áreas não edificáveis e identificadas no Anexo I devem ser vias públicas - eu peço que me passem o mapa, ele está ali aberto -, que, na verdade, são as áreas em torno dos armazéns, que hoje são áreas de circulação e não está prevista construção mesmo, Ver. Valter, eu queria insistir aqui. (Mostra mapa.). Então, essas áreas que estão pintadas de azul são todas áreas de transição, de caminhada, na frente e um pedacinho atrás dos armazéns, em que não se pode edificar; a ideia é de que ali fique destinado à via pública, ou seja, para acesso de todos, esse é o item um.

O segundo item é a destinação de área pública, compreendendo uma área de 60 metros na Subunidade V, Ver. Airto. Os seus 60 metros, aprovados no Plano Diretor, apenas na Subunidade V, onde é possível, que é na Usina, na área da Usina do Gasômetro, a preservação de 60 metros. Depois, a destinação ali do lado da Usina de uma via de acesso e de uma praça, porque, inclusive, a nossa legislação, o IPHAM, ao tombar o Usina, estabeleceu um espaço de preservação, de distância, para preservar o prédio da Usina. E a ideia - e o Movimento Viva Gasômetro quer isso - é uma praça ao lado da Usina. Então, a Emenda não é absurda, não é uma praça grande, não impede que ali ao lado tenha exploração com um restaurante, etc.

E, por fim, a implantação no armazém B, de um centro de turismo, que vai interessar muito ao empreendedor. O armazém B é um armazém central, tombado. Nós achamos que, no Cais do Porto - e isso é demanda dos militantes da área do turismo, da área da cultura -, nós temos que ter um armazém em que o visitante chegue e lá seja uma referência, onde tenha indicação turística para todo o Estado do Rio Grande do Sul, onde tenha, da forma mais moderna possível, o turismo de Porto Alegre, um escritório de turismo, um lugar para os nossos visitantes e turistas se situarem, partirem dali para visitar o Centro Histórico - esta é a intenção da Emenda.

A Emenda, Ver. Toni, não é absurda, não impede empreendimentos, mas prevê que o que já é público, que ali, aquela via estreitinha, seja considerada via pública; substitui este artigo, que tira qualquer possibilidade de espaço público, e propõe uma referência de turismo no Galpão 5, tranquilo.

E praça, ao lado da Usina do Gasômetro, numa área que tem, de toda maneira, via Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, que preservar; e os 60 metros que já votamos, apenas naquela parte da Usina.

Eu queria fazer um apelo, uma vez que iniciamos as conversações, elogiar e agradecer o voto, retirando a moradia, o que dá uma tranquilidade para a população de Porto Alegre, e pedir que possamos avaliar, com cuidado, esta substituição do art. 4º, porque ele, com a redação que está, não é boa a sinalização. Apelo aqui ao Tutikian que avalie a Emenda nº 06, que me parece positiva, possível e não inviabiliza nenhum empreendimento; aliás, favorece.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, a Emenda nº 06, destacada, ao PLCE nº 004/09. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 10 votos SIM, 18 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Em votação a Emenda nº 07, de autoria da Verª Sofia Cavedon e Verª Maria Celeste, destacada, ao PLCE nº 004/09.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Sr. Presidente, solicito uma pequena pausa para tratarmos das Emendas, porque estamos correndo o risco de reprovar Emendas que poderiam estar construídas e melhorar o Projeto.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Defiro, de pronto, o Requerimento de Vossa Excelência.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 19h55min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 20h05min): Estão reabertos os trabalhos.

Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, pergunto se há entendimento sobre a orientação de votação? V. Exª tem a palavra, Verª Maria Celeste.

 

A SRA. MARIA CELESTE (Requerimento): Sr. Presidente, solicitamos mais dois minutos, porque estamos adequando todas as Emendas para agilizarmos o tempo.

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Concedo mais cinco minutos a Vossas Excelências.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 20h06min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 20h11min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, eu gostaria de solicitar aos nossos fotógrafos que registrassem este momento histórico deste final de ano. A Verª Maria Celeste e o Ver. Valter Nagelstein estão de parabéns, porque estão se entendendo.

 

O SR. TONI PROENÇA: Retomando aqui a civilidade e a harmonia do Legislativo. Então, temos aqui um momento de alta sensibilidade, que só a proximidade do Natal pode oferecer.

 

O SR. NILO SANTOS: Oposição e situação unidos pelo progresso de Porto Alegre.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, saúdo a iniciativa das demais Bancadas, mas nós nunca quisemos prejudicar o bom andamento da Câmara Municipal. Portanto, nós não estávamos fazendo uma disputa apenas de oposição e situação. Sempre que esta Líder é chamada para composição na metodologia do trabalho, sempre nos colocamos à disposição. Não é primeira vez nem será a última. Este é o procedimento das Lideranças desta Casa. Saúdo a iniciativa dos demais Vereadores, mas nós estamos num rito normal de votação para o bem da cidade de Porto Alegre. Apenas é disso que se trata, tendo em vista o número de Emendas que temos aqui para votar.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN (Questão de Ordem): Verª Maria Celeste, vamos fazer a orientação, me ajude, por favor. A Emenda nº 07 vai ser encaminhada. Das Emendas nº 08 e 09 serão retirados os destaques.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Já estou encaminhando o Requerimento.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Quanto à Emenda nº 10, somos pela aprovação, portanto pode haver a retirada do destaque.

 

A SRA. MARIA CELESTE: As Emendas nº 10 e 11 serão votadas em bloco pela aprovação. Da Emenda nº 12 também vamos retirar o destaque, que é a Emenda de autoria do Ver. Beto Moesch. A Emenda nº 13, o Ver. Beto Moesch retirou.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: A Emenda nº 14, pela aprovação.

 

A SRA. MARIA CELESTE:  Pode ser em bloco, também. Das Emendas nº 10, 11, 12 e 14, nós retiramos o destaque e podem ser votadas em bloco pela aprovação.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Quanto às Emendas nº 15, 16 e 17 da Verª Fernanda Melchionna, o nosso acordo é no sentido de que haja, na redação final, um ajuste estabelecendo a vedação a indústrias poluentes e a possibilidade só de indústrias limpas.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Nós estamos produzindo por escrito, e vamos encaminhar por escrito, assinado por todas as Lideranças desta Casa, a adequação técnica.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: A adequação técnica para redação final, ensejando indústrias limpas. Dezoito, 19 e 20...

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A 19 já foi retirada.

 

A SRA. MARIA CELESTE: A Emenda nº 18 nós vamos disputar. Não há retirada.

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Dezoito, então, disputa.

 

A SRA. MARIA CELESTE: A 19 foi retirada pelo Ver. Airto Ferronato.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: A 20? A 20 nós podemos dar acordo também, podemos fazer a retirada. É um apelo que eu faço.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Pela aprovação também em bloco, a 20.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: A 21, pela rejeição.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A 20 é pela aprovação?

 

A SRA. MARIA CELESTE: A 20, pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): E a Subemenda 01 à Emenda 20?

 

A SRA. MARIA CELESTE: Também.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: O que é que diz, Presidente, por favor?

 

A SRA. MARIA CELESTE: A 20 tem Subemenda? Eu acho que não.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Subemenda eu posso ler aqui.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Vamos disputá-la.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Eu solicito a leitura, porque não precisa haver disputa. Se nós pudermos abreviar, melhor.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Solicito ao Sr. Luiz Afonso que proceda à leitura da Emenda nº 20 e da Subemenda nº 01 à Emenda nº 20.

 

O SR. DIRETOR LEGISLATIVO (Luiz Afonso de Melo Peres): (Lê.): “Emenda nº 20: acrescenta artigo abaixo, onde couber, com a seguinte redação: na forma de diretriz estratégica para facilitar a acessibilidade ao Centro Popular de Compras localizado entre a Rua Voluntários da Pátria e a Avenida Mauá, fica projetada a seguinte obra pública: construção de uma passarela sobre a Avenida Mauá, ligando o Centro Popular de Compras com a área do complexo do Cais do Porto Mauá, a ser revitalizada.”

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vamos ler a Subemenda.

 

O SR. DIRETOR LEGISLATIVO (Luiz Afonso de Melo Peres): (Lê): “Altera a redação da Emenda 20 como segue: na forma de diretriz estratégica fica estabelecida a possibilidade de conexão para acesso de pedestres entre o Centro Popular de Compras e o Projeto Cais Mauá. Ver. Valter Nagelstein.”

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Há possibilidade? V. Exª diz da possibilidade. Como fica a Emenda nº 20, então, Ver. Valter?

 

A SRA. MARIA CELESTE: Pela aprovação, com a Subemenda. No bloco da aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Emenda com Subemenda. E depois?

 

A SRA. MARIA CELESTE: A Emenda nº 21 nós vamos disputar.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: As Emendas nº 22 e 23, pela aprovação.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Pode fazer em bloco?

 

A SRA. MARIA CELESTE: Pode estar no bloco das aprovadas.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: As Emendas nº 24, 25, 26 e 27, me parece que são todas Emendas relativas à questão do Terminal Hidroviário. Estas Emendas todas estão atendidas, agasalhadas - me ajuda o Ver. Reginaldo Pujol - pela Emenda nº 35, do Ver. Airto Ferronato.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Para esclarecimentos, nós estudamos esta matéria. Por favor, Dr. Luiz Afonso, preste este esclarecimento, pois procede em parte o requerimento dos senhores.

 

O SR. DIRETOR LEGISLATIVO (Luiz Afonso de Melo Peres): Estudando as possíveis prejudicialidades, constatamos que a Emenda nº 24 trata de terminal para travessia de passageiros, Porto Alegre/Guaíba, mas as Emendas nº 27, 28, 31 e 35 tratam todas, com pequenas alterações de redação, sobre terminais para barcos de passageiros e turismo; então, a sugestão é de que se vote essas em bloco e se contemplariam na redação final todos os pequenos elementos em que elas divergem, mas que convergem para idéia melhor.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Dá para repetir? Quais as Emendas que estás propondo?

 

O SR. DIRETOR LEGISLATIVO (Luiz Afonso de Melo Peres): As Emendas nº 27, 28, 31 e 35.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA (Questão de Ordem): Existe uma Lei de 1988, Sr. Presidente, a Lei nº 6.384, que prevê o transporte hidroviário coletivo de passageiros no Rio Guaíba. A Emenda nº 24 adequa no Projeto Cais Mauá a existência de um terminal de transporte de passageiros.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Mas esta está fora da proposta dele.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Quer dizer que o Governo não tem acordo de implementar aquilo que está na Lei? Só para saber.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, uma sugestão, nós avançamos até aqui. Acho que, agora, poderíamos retomar a discussão da Emenda da Verª Sofia, enquanto nós avançamos nas demais, diante desta preocupação da Verª Fernanda, poderia ser?

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Ainda em tempo, só, Verª Maria Celeste, que é do nosso interesse comum, as Emendas nº 29 e 30, nós temos ok para a aprovação, acho que se pode retirar o destaque.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Os destaques já foram retirados.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: As de nº 25 e 26, do Ver. Aldacir Oliboni, também é uma sugestão, é um ajuste na redação final, porque haverá um espaço no empreendimento para eventos, feiras de artesanato, eventos da economia popular e essas outras questões, que é o que busca consagrar a Emenda, e isso é garantido; então, nós podemos fazer o ajuste na redação final, também, com relação a isso e fazer a retirada do destaque.

São as Emendas nº 25 e 26, do Ver. Aldacir Oliboni, com esta questão que assinamos, todas as Lideranças, de ter garantido e assegurado alguns espaços que o Projeto já prevê para a realização desses eventos, feiras de artesanatos e afins.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, da Emenda nº 29 e da Emenda nº 30, Ver. Valter, nós já retiramos o destaque.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Eu vou fazer uma observação que acho importante, até por questão de redação, para a qual gostaria da atenção da Verª Fernanda Melchionna.

A Emenda do Ver. Pedro Ruas dá uma redação dizendo que seja reservado espaço para o transporte de passageiros. E na nossa Emenda, assinada por mim e pelo Ver. Luiz Braz, nós estamos dizendo que as Emendas nº 27, 28, 31 e 35, todas elas falam do transporte de turismo; a redação é a mesma, praticamente a mesma. Para que não se coloquem dois artigos com praticamente a mesma redação, um reservando para o transporte de passageiro e outro para o transporte de turismo, eu acho que se poderia colocar numa Emenda só, inclusive, na Emenda da Verª Fernanda Melchionna - nós aprovaríamos espaços para o transporte de passageiros, turístico e de passeio.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Eu não sou especialista na matéria, mas, a priori, são coisas diferentes, transporte de passageiro é uma coisa; transporte turístico é outra coisa.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Mas a redação é a mesma: “Fica reservado espaço para transporte de passageiro”, no outro artigo...

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Mas V. Exª pode aprovar separadamente, depois, acerta.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Exatamente, a proposta do Ver. Airto Ferronato é produtiva e salutar no sentido de aglutinar e incorporar a Emenda do Ver. Pedro Ruas. Entretanto, se não for aprovada a Emenda nº 24, fica nas outras apenas o transporte turístico, que nós temos acordo, evidentemente, como Bancada, mas nós queremos que tenha a garantia do terminal de passageiros. Portanto, estamos pedindo para aglutinar a Emenda n.º 24 com as outras e aprovar todas juntas, no sentido de garantir também o transporte da população de Guaíba-Porto Alegre e Porto Alegre-Guaiba. O Presidente da Câmara Municipal de Guaíba esteve aqui, inclusive tivemos Audiência Pública sobre o tema.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Correto. Srs. Vereadores temos que aprovar as Emendas, que são objetos de interesse.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Ainda em tempo, Sr. Presidente, para avançarmos aqui. A Emenda nº 37, destacada, do Ver. Reginado Pujol, com Subemenda do Ver. Waldir Canal...

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): São duas Subemendas, nº 01 e 02: uma do próprio Ver. Waldir Canal, e outra do Ver. Pujol. São uma Emenda e duas Subemendas.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: V. Exª pode ler, por favor, as Subemendas?

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Emenda nº 37, art. 1º: “Os Regimes Urbanísticos estabelecidos nesta Lei para a Macrozona (M2) 01 vigorarão até o dia 31 de dezembro de 2012, sendo assegurada aos investidores que licenciaram e iniciarem suas obras a utilização dos índices de aproveitamento, a volumetria, a taxa de ocupação, a densidade, e as atividades nela prevista. Parágrafo único: Nos primeiros noventa dias de 2013, o Executivo enviará Projeto à Câmara Municipal, estabelecendo os critérios de atualização desta Lei, com a manutenção, modificação ou revogação dos índices nela contidas”.

Passo a ler a Subemenda: “Colocar onde couber Macrozona (M2) 01, Unidade de Estruturação Urbana, UEU, Subunidades 02, 04 e 05”. Mantém o resto do texto da Emenda. Depois, altera a redação da Emenda nº 37, como segue - esta é do Ver.Waldir Canal, Subemenda nº 02: “Os Regimes Urbanísticos estabelecidos nesta Lei para a Macrozona (M2) 01 vigorarão até o dia 31 de dezembro de 2012, sendo assegurada aos investidores que licenciaram e iniciarem suas obras a utilização dos índices de aproveitamento, a volumetria, a taxa de ocupação, a densidade e as atividades nela prevista. Parágrafo Único: Nos primeiros 90 dias de 2013, o Executivo enviará Projeto à Câmara Municipal estabelecendo os critérios de atualização desta Lei, com a manutenção, modificação ou revogação dos índices nela contidas”. A diferença é a Macrozona 2, correto?

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Presidente, certo. E nós temos acordo com a oposição para a retirada do destaque, também da Emenda com a Subemenda e aprovação conjunta.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Os senhores entenderam, a Emenda restringe, a Subemenda amplia.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Amplia, a Subemenda, para o quê? Para outro Regime Urbanístico? Ela não restringe, ela não define a Macrozona?

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): V. Exª tem tempo para tratar disso - não cabe ao Presidente. V. Exas têm competência e assessorias competentes para tratar desta matéria.

Srs. Vereadores, haverá disputa na Emenda nº 07, é isso, Verª Maria Celeste? Então, começaremos a encaminhar a Emenda nº 07 e, enquanto isso, o nosso Diretor Legislativo vai tirando as dúvidas com os demais Vereadores para aprontar a votação.

Convido os Vereadores, especialmente a Verª Maria Celeste, o Ver. Airto Ferronato, o Ver. Valter Nagelstein e o Ver. Pujol, para que ajudem o nosso Diretor Legislativo na organização da votação, por favor.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 07, destacada, ao PLCE nº 004/09.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e prezado público que nos assiste, quero dizer que é positivo nós estarmos avançando em detalhes do Projeto, mas há questões de fundo em que nós mantemos a divergência. E mantê-la não quer dizer - não é, Ver. Braz? - que a gente seja intransigente; o que a gente tem são concepções diferenciadas.

Eu fazia agora um alerta ao Ver. Valter, porque a minha Emenda, que não foi aprovada, mudava o art. 4º e, lamentavelmente, não sei se há outra Emenda que mexe no art. 4º, que diz não haver necessidade de reserva de área pública no Cais do Porto. Essa Emenda prosperar, para mim, é um desastre, é uma sinalização muito ruim para a cidade de Porto Alegre - e ela acabou de ser rejeitada, a minha Emenda nº 06. Eu não sei se há alguma outra emenda que trabalhe uma parte desse artigo.

Mas a Emenda nº 07 é relativa à questão das alturas. Eu quero insistir, porque não há acordo do Governo em reduzir as alturas previstas para o Projeto. E essa é a área que será atingida por uma das alturas, Ver. Haroldo, é na Subunidade 05 que o Governo prevê chegar a 33 metros - é bem verdade que 14 metros mais próximo da Usina, 33 metros um pouco mais afastado. Mas quem vem pela Mauá em relação à Usina do Gasômetro, com certeza, em prosperando a altura proposta no Projeto, vai perder pelo menos uma parte da vista da Usina. Isso, para mim, é interferência em Área de Interesse Cultural, é interferência nas tais ambiências, que é uma característica fundamental para preservação de uma Área de Interesse Cultural, de um bem cultural. E colocar obstáculos à visualização da Usina do Gasômetro é retirar a identidade, a referência que a cidade de Porto Alegre tem tão bem conformada na Usina do Gasômetro.

Então, a Emenda propõe reduzir para o máximo de 14 metros, e – isso para mim é muito importante, Ver. Valter - o Projeto está autorizando o uso de 90% dessa Área. Ver. Toni, é muito! Poderia ser 50%, dá para fazer um belo de um restaurante, uma área aprazível que atraia pessoas para o empreendimento, para uma marina ali do lado. Tem como fazer com menos altura. Acho que o Governo exagera, o Governo possibilita atingir um patrimônio público nosso fundamental. Outra parte da Emenda reduz as alturas dos prédios lá na ponta. Nós não entendemos que precise pôr cem metros e impactar no adensamento da Cidade a partir dessa construção. A proposta é que fique no máximo de 52 metros, que é a altura máxima da Cidade, principalmente porque não há contrapartida prevista no Projeto; ao contrário, está retirada toda a contrapartida, Ver. Mauro: o art. 4º retira a contrapartida! E, para sair, o nosso Estatuto da Cidade é claro nesse sentido: concessão de construir é concessão onerosa, não pode ser dada de graça, sem uma contrapartida, com problema brutal viário no entorno do Cais do Porto, conceder para além de 50 metros sem prever contrapartida viária é suicídio, a Cidade não suporta mais o trânsito conflagrado. As modernas cidades do mundo estão proibindo acesso de automóvel ao centro, e o Projeto do Cais propõe cinco mil vagas de estacionamento, por isso essas alturas, por isso o índice construtivo. Nós estamos reduzindo, nesta Emenda, o índice construtivo das três unidades, porque não precisa e não se devem colocar no Centro da Cidade cinco mil vagas de estacionamento, porque estimula o trânsito de carros individuais. Eu escutava o Oziris Marins essa semana e um professor da UFRGS de quem agora não lembro o nome dando exemplos de cidades do mundo inteiro que resolveram o problema do trânsito desestimulando garagens, reduzindo o acesso a centro histórico, que é o caso da localização do Cais do Porto. Então, esta Emenda propõe restringir isso, restringir essa absoluta agressão à possibilidade de a Cidade ter harmonia e ser ecológica e culturalmente sustentável. Eu peço, faço um apelo, o Governo não está dando acordo, ao conjunto dos Vereadores para que preservemos a possibilidade de ter sustentabilidade dentro de um projeto de revitalização do Cais.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 07, destacada, ao PLCE nº 004/09.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente, senhores que nos acompanham nesta Sessão, neste debate, a nossa Emenda, de autoria conjunta da Verª Sofia Cavedon, Verª Maria Celeste e minha, propõe justamente uma limitação nas alturas, para preservar o símbolo, preservar a morfologia onde a Usina é o centro organizador. E mais, nós estamos fazendo todo o debate enviesado, porque nós deveríamos estar discutindo antes a estrutura, o transporte, a mobilidade, o conjunto de elementos complementares, e a edificação deveria ser o último dos elementos inseridos num contexto no qual a infraestrutura da Cidade poderia atender melhor a todas as necessidade e à dinâmica que a Cidade exige.

Nós, eu creio, temos cometido muitos equívocos na Cidade, quando fazemos uma discussão de modo a produzir muitos remendos. Por exemplo, muitas cidades que nós visitamos fora daqui têm a altura padrão limitada em toda o seu perímetro urbano, limites de seis andares, sete andares, quando muito, e não se transgride isso. Aqui, há um descritério para essas coisas, há um descritério para a ocupação do tecido urbano, e nós temos cidades caríssimas, pouco sustentáveis, com um sistema de transporte coletivo de péssima qualidade, baseado em veículos sobre rodas ou baseado no automóvel particular, o que é muito pior, congestionando as vias públicas, encarecendo, poluindo, enfim, tudo o mais. Nós apresentamos esta Emenda, porque esse equipamento do Gasômetro é, sem dúvida, Ver. Oliboni, a principal referência da cidade de Porto Alegre. Quando Porto Alegre aparece, aparece a Ponta da Cadeia, que é a região, mais a ponta que se projeta, cujo principal componente é a Usina e a sua chaminé, que hoje são símbolos de referência da Cidade. Por isso, a nossa Emenda limita as alturas de modo que o visual dessa importante e fundamental obra, que hoje é um monumento à cultura, que é a nossa Usina do Gasômetro, não seja contaminado, não seja ofuscado, não seja sombreado pelos demais prédios. Nessa direção, nós pedimos a atenção e o apoio, porque eu creio que a Emenda apresentada em conjunto por este Vereador, pela Verª Sofia Cavedon e pela Verª Maria Celeste visa a garantir a esse monumento da Cidade, a esse símbolo, a essa referência da Cidade, o seu necessário destaque, a sua necessária expressão artística, cultural e referencial, é por isso que nós apresentamos a Emenda.

Não vai haver prejuízo do conjunto, porque o espaço é muito amplo, muito nobre em toda a extensão, mas a área do entorno da Usina, sem dúvida, deve ser cuidada e preservada. Obrigado pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 07, destacada, ao PLCE nº 004/09.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, colegas Vereadores, Vereadoras, em primeiro lugar, eu queria saudar a presença do Sr. João Carneiro, da Câmara Rio-Grandense do Livro, que pediu à nossa Frente Parlamentar, Ver. Reginaldo Pujol, a Emenda em defesa do Cais. Queria agradecer a presença do João e agradecer a luta dele pela preservação dos armazéns como espaço público, pela preservação daquilo que se constitui como história, memória e cultura da cidade de Porto Alegre.

Este é o debate que nós estamos fazendo aqui. É verdade que algumas Emendas estão sendo discutidas, estão sendo retirados destaques, mas esta é a cereja do bolo. O grosso, o complicado começa na lógica do Projeto, que é como transformar aquilo que é preservado, Ver. João Antonio Dib, pela legislação internacional, nacional e estadual, que são as orlas, em espaços privados.

E não estamos falando, Ver. Nilo Santos, dos bares e restaurantes, não é esse o problema. O problema é um prédio de 100 metros lá na Subunidade das Docas. O problema são grandes construções impactantes, nosso querido Ver. Lucio Barcelos, que, primeiro, do ponto de vista morfológico, mudam a característica do Centro da nossa Cidade e, do ponto de vista impactante, têm impacto na infraestrutura, na rede elétrica, nos esgotos, e nem contrapartida está sendo exigida dos empreendedores. Nem contrapartida naquilo que impacta a Cidade gravemente!

Nós estamos debatendo, vários exemplos foram dados, e nós também gostamos de dar exemplos. A orla de Lima, Ver. Mauro Zacher, não tem hotel. Não tem nenhum shopping center na orla de Lima! Não tem prédio gigante para tapar a visão do sol. Existem prédios subterrâneos, não prédios residenciais e nem comerciais, mas restaurantes, barzinhos, feiras de artesanato, permitindo um lugar de passeio, mas permitindo um espaço público onde a população possa circular e que não se transforme em objeto de lucro de alguns, que não seja um espaço excludente, onde só aqueles que têm dinheiro podem comprar o seu apartamento ou o seu megaescritório, e, infelizmente, uma grande parte da população ser tolhida de participar.

Se nós estamos debatendo exemplos, nós queremos discutir as cidades que mantêm, Ver. Carlos Todeschini - muito boa a sua lembrança -, seis andares, sete andares, que são usadas como exemplos na hora de falar das Ciclovias. Pois elas também têm que ser usados como exemplo na hora de falar do tamanho dos prédios, como é na cidade de Copenhague, como é em várias cidades europeias, que preservam a memória e a cultura dos seus povos. Nós, quando abrimos mão do Centro Histórico da cidade de Porto Alegre, estamos abrindo mão de uma história das gerações passadas para as gerações futuras.

Por que não pode um prédio de 100 metros ser lá na Av. Voluntários da Pátria? Eu acho que nem deveria ser de 100 metros, mas 52. Há dezenas de prédios abandonados na nossa Cidade, e 50 mil porto-alegrenses não têm onde morar! Mas tem que ser na orla do rio, tem que ser lá no Cais, João, porque aí eles vendem mais caro, porque aí eles mudam o Regime Urbanístico e supervalorizam. Assim fica mais fácil garantir a viabilidade econômica, e não se leva em consideração a sustentabilidade ambiental, não se leva em consideração a preservação histórica e cultural e não se leva em consideração que nós estamos discutindo a necessidade de transporte não poluente, sendo que um estacionamento com 3 mil vagas, além de estimular, Verª Sofia, o uso do carro individual, vai gerar mais congestionamento.

E o Prefeito, em vez de estar debatendo o metrô de que a cidade de Porto Alegre precisa para evitar o uso de carros individuais, em vez de estar discutindo como construir as ciclofaixas, para que as pessoas não morram no trânsito quando querem andar de bicicleta e para que possam ir trabalhar de bicicleta, como 35% dos dinamarqueses fazem, prefere fazer um Projeto para beneficiar os lucros da especulação imobiliária e não se preocupar, certamente, com a preservação dessas características e com a melhoria da qualidade de vida em Porto Alegre. Esse é o cerne do Projeto, e por isso nós não defendemos este Projeto de revitalização do Cais Mauá, porque não é uma revitalização que seja pública, cultural, com espaço de lazer, evidentemente, mas que respeite a cidade de Porto Alegre e que respeite o Plano Diretor que a gente votou, porque, senão, o Plano Diretor é só para bonito, e, na hora que o Governo quer, dobra a altura dos prédios da Cidade. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria Celeste está com a palavra para encaminhar, como autora do destaque, a votação da Emenda nº 07, destacada, ao PLCE nº 004/09.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, produzir acordos no Plenário para agilizar e otimizar o nosso tempo é da prática da nossa cultura e do nosso trabalho aqui na Casa Legislativa. Mas há algumas Emendas e algumas questões que, para nós, não têm possibilidade de acordo. E, portanto, nós vamos manter os nossos encaminhamentos, os nossos discursos, a nossa disputa, mesmo sabendo que a base da situação, já orquestrada, vai votar contra as nossas Emendas, contra as nossas propostas.

Especificamente esta Emenda nº 07, da qual a Verª Sofia é autora e eu sou uma das coautoras, nós destacamos, porque aqui nos parece ter um problema seriíssimo e que vem também de encontro ao que o Prefeito apregoou, pregou, falou, divulgou na imprensa pertinentemente ao Plano Diretor, dizendo que reduziria a altura dos prédios na cidade de Porto Alegre. E o que a gente vê é que esse discurso não é verdadeiro. Não é verdadeiro, porque, ao colocar 100 metros de altura ao lado, junto à nossa orla, descaracteriza tudo o que nós pretendemos e todo o discurso do próprio Prefeito. Ele fala que precisa de uma Cidade com menor altura, mais aprazível e com melhor circulação, mas, quando verificamos este Projeto, percebemos que não é verdade a fala do Prefeito Fogaça. Nesta questão, especificamente, nós estamos reduzindo para 52 metros, o que é a altura máxima do Plano Diretor da cidade de Porto Alegre vigente e aprovado agora nesta Casa.

Nós temos algumas preocupações no que diz respeito não apenas à altura, mas especificamente à Usina do Gasômetro.

Há uma outra questão posta, que é também pertinente à altura, mas que dá conta da volumetria, da taxa de ocupação da obra que estão querendo que seja projetada, executada por meio desse Projeto de Lei. Com 90% de taxa de ocupação, senhoras e senhores, na Orla do Guaíba, ao lado da Usina do Gasômetro, vamos descaracterizar toda a paisagem que já temos ali. É disso que se trata. E a Verª Sofia, corretamente, reduz a taxa de ocupação para 50%, para que tenhamos ali uma paisagem urbana consolidada, com um projeto que venha em harmonia com a nossa Orla. Quero aqui reiterar a preocupação que temos com a redução das alturas, mas também com a taxa de ocupação que ali nos parece inadequada. Por que estamos falando disso? Eu cito como exemplo – mais uma vez vou repetir aqui – em relação à harmonia da obra, da paisagem urbana a Igreja das Dores, que é um equipamento belíssimo que está completamente apagado da paisagem urbana, porque fica em meio a edifícios altos, completamente descontextualizados. É disso que se trata quando implantamos esta Emenda, reduzindo a altura, reduzindo a taxa de ocupação, preservando não só a chaminé da Usina, que é importante preservar, mas a própria Usina do Gasômetro, que é um equipamento belíssimo, conquistado pelo movimento social, conquistado pelas associações de moradores, pelos ambientalistas, para que fique preservado dentro de uma Área de Interesse Cultural da Cidade. Agora, não adianta querer preservar apenas um equipamento, e o seu entorno, a ambiência necessária ser desconsiderada neste momento. Portanto, a Emenda da Verª Sofia, com o nosso destaque, vem com a intenção de que, de fato, se considere a paisagem urbana do entorno da Usina e aquilo que queremos de fato considerar e colocar para a cidade de Porto Alegre, mantendo o belo equipamento que é a Usina do Gasômetro em harmonia e em convivência com as alterações que estão sendo propostas dentro do Projeto de Revitalização do Cais do Porto. Obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Lucio Barcelos está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 07, destacada, ao PLCE nº 004/09, pela oposição.

 

O SR. LUCIO BARCELOS: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público aqui presente, eu gostaria de usar este tempo para reafirmar as questões que já foram encaminhadas pela Verª Sofia Cavedon, pela Verª Maria Celeste, pelo Ver. Carlos Todeschini e pela Verª Fernanda Melchionna, no sentido de que não é possível - acho que vivemos em mundos diferentes – que a gente incremente, em Porto Alegre, aquilo que está sendo desconstituído em todas as cidades que se propõem a ser cidades saudáveis, que se preocupam com os cidadãos e não com os empresários e com a especulação imobiliária. Quer dizer, não é possível colocar no Centro da Cidade, ao lado da rodoviária de Porto Alegre, um prédio de 30 andares. Não é possível colocar, ao lado da Usina do Gasômetro, um, dois ou três prédios de 12 ou 13 andares. Não possível botar, no Centro da Cidade, um estacionamento subterrâneo ou aéreo, seja lá o que for, para cinco mil automóveis. Isso vai contra toda e qualquer ideia de desenvolvimento saudável. Acho que trabalhamos aqui com conceitos diferentes. Alguns Vereadores falaram em conceito de sustentabilidade. Eu quero falar num conceito de progresso para as pessoas, e não progresso para os empresários. Não estamos aqui para beneficiar empresários que querem simplesmente ter o seu índice de produtividade e de lucro satisfeito, estamos aqui para votar a favor da população de Porto Alegre. E votar a favor de um estacionamento para cinco mil automóveis no Centro da Cidade, votar a favor de um prédio de 30 andares ao lado da rodoviária de Porto Alegre é brincadeira! Quem chama isso de progresso ou age de má-fé ou é ignorante, porque não é possível achar que um prédio de 30 andares no Centro da Cidade vá resolver qualquer problema para a cidade de Porto Alegre. Resolve para quem vai construir, resolve para quem vai se beneficiar disso. Agora, quem se beneficia disso são duas ou três pessoas, ou meia dúzia, ou uma empresa ou duas empresas. Nós não estamos aqui para isso, o nosso papel aqui não é para beneficiar empresário. Eu não fui candidato, não fui eleito, não estou aqui representando nenhum empresário. Eu estou tentando representar, da forma melhor possível, a população de Porto Alegre. E eu acho que a população de Porto Alegre, reitero, tem que ser ouvida em relação a essas questões. Não é uma questão menor, nós não estamos discutindo aqui se nós vamos botar dois ou três automóveis, ou dois ou três andares, ou se vamos fechar ou abrir. Se o Cais está abandonado, isso é responsabilidade do Poder Público. O Governo Federal, Estadual ou Municipal têm responsabilidade sobre aquela área, que é uma área pública. Se alguém – reitero isso –tem que limpar, se alguém tem que fazer algum tipo de concessão, se tem que construir, se tem que beneficiar para a população ter acesso, para cultura, para lazer, para esporte, ou seja lá para o que for, essa é uma decisão do Poder Público, ele tem essa decisão. Se ele não faz, nós temos que responsabilizar o Poder Público, porque parece que não existe nada, ninguém é responsável por aquele negócio. É um vazio imundo, sujo, e ninguém tem responsabilidade. Só vai resolver se botar o empresário para fazer, mas por quê? Por que o Poder Público não pode fazer? O Governo Federal acabou de arrecadar um trilhão de reais. Gente, eu nem sei exatamente qual é o orçamento de Porto Alegre, ou do Estado do Rio Grande do Sul, mas certamente é um orçamento que é suficiente para poder fazer daquele Cais ou de toda a orla do Guaíba uma área de lazer, de cultura, para benefício da população e não para beneficiar alguns poucos. Então, nós queremos reiterar isso. Este Projeto não é um projeto que vá beneficiar a população de Porto Alegre; ao contrário, vai beneficiar algumas empresas e algumas pessoas. E eu acho que nem são empresários daqui. Para poder fazer ou concorrer àquilo ali serão empresários de grande porte que vão tentar entrar naquele negócio. Então, vamos deixar claras as coisas: nós queremos defender o benefício da população de Porto Alegre. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em votação nominal, solicitada por este Presidente, a Emenda nº 07, destacada, ao PLCE nº 004/09. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 07 votos SIM, 19 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Apregoo Requerimento, de autoria da Verª Maria Celeste, que solicita a retirada dos destaques das Emendas nºs 29, 30, 36, 08 e 09 ao PLCE nº 004/09.

Apregoo Requerimento, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que solicita a retirada de tramitação da Emenda nº 26 ao PLCE nº 004/09.

Em votação o Requerimento, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que solicita a retirada de tramitação da Emenda nº 26 ao PLCE nº 004/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo Requerimento, de autoria da Verª Maria Celeste, que solicita seja votada em destaque a Emenda nº 37 ao PLCE nº 004/09.

Apregoo Requerimento, de autoria das Lideranças, que solicita fazer adequações técnicas nas Emenda nºs. 15, 16 e 17 ao PLCE nº 004/09 (Lê.): “Acrescenta artigo com a seguinte redação: ‘Art. - Fica vedada a instalação de indústrias poluentes ou com potencial de efeito poluidor nas Subunidades 02, 04 e 05 da UEU 02, da MZ 01.’ Justificativa da tribuna.” Assinam as Lideranças de todos os Partidos.”

Consulto se há entendimento para votar em bloco as Emendas nºs. 08 e 09 ao PLCE nº 004/09. (Pausa.) Em votação nominal, solicitada por este Presidente e pela Verª Sofia Cavedon, o bloco constituído pelas Emendas nºs 08 e 09 ao PLCE nº 004/09. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO por 07 votos SIM, 18 votos NÃO e 02 ABSTENÇÕES.

Peço atenção especialíssima dos senhores, pois passo a anunciar o voto, em bloco, conforme acordo, para a aprovação das Emendas nºs. 10, 11, 12, 14, 15, 16, 17, 20, com a Subemenda nº 01; 22, 23, 25 e 38 ao PLCE nº 004/09. Estamos falando só das aprovações. É isso, Srs. Vereadores? (Pausa.) Ver. Pujol, V. Exª tem dúvida?

 

O SR. REGINALDO PUJOL: A Emenda nº 37 não está incluída?

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Emenda nº 37 foi destacada pela Verª Maria Celeste, mas não está no bloco.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Presidente, os Vereadores têm dúvidas sobre a Emenda nº 38. Só para esclarecimento: a Emenda nº 38 e a Emenda nº 25 são Emendas conceituais, que tratam da realização de feiras, de eventos, de artesanato, de economia popular. De certa forma, se encontram, inclusive, com a Emenda nº 23, que eu acho que é da Feira do Livro também. Então, são Emendas que garantem um espaço para cultura e para outros eventos dessa natureza, para negócios de economia popular, enfim, eventos culturais e até esportivos também. A única coisa que fica retirada, e o Ver. Oliboni concordou, é a obrigatoriedade de quadras de esporte, porque, na verdade, as quadras de esporte já estão contempladas aqui do outro lado da orla, passando a Usina do Gasômetro, nessa área de adoção que nós temos.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Nós estamos falando de votação em bloco das Emendas anunciadas. Dúvidas sobre os anúncios que fiz, Srs. Vereadores? (Pausa.) O senhor quer que eu anuncie de novo?

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN (Requerimento): Sr. Presidente, eu quero requerer ainda que seja incluída, Verª Maria Celeste, a Emenda nº 34, que é a Emenda da Ciclovia.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Adende-se à petição inicial.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Espero que não seja um pedido extemporâneo, Presidente, nem que o senhor dê por inepto o meu pedido.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Mas ela tem uma Subemenda. Vou ler a Subemenda, para ver se tem acordo. (Pausa.) Srs. Vereadores, a Emenda nº 34 tinha duas Subemendas. A Subemenda nº 01 à Emenda nº 34 é de autoria do Ver. Valter Nagelstein, que acabou retirando. Ficou, portanto, a Subemenda nº 02 à Emenda nº 34, de autoria do Ver. Elias Vidal, cujo teor é o seguinte (Lê.): “Altera a redação da Emenda nº 34, como segue: ‘IX -Previsão de acessos públicos e de Ciclovia compatibilizados com o Plano Cicloviário do Município’.” Então, retira-se o destaque da Emenda nº 34 e da Subemenda nº 02 à Emenda nº 34 e coloca-se para votação no bloco das aprovadas.

Então, irão à votação, em Bloco, as Emendas de nºs 10, 11, 12, 14, 15, 16, 17, 20, com Subemenda nº 01; 22, 23, 25, 34, com Subemenda nº 02, e 38.

Em votação o bloco composto pelas Emendas de nºs 10, 11, 12, 14, 15, 16, 17, 20, com Subemenda nº 01; 22, 23, 25, 34, com Subemenda nº 02, e 38, destacadas, ao PLCE nº 004/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com as abstenções desta Presidência e do Ver. João Dib.

 

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Não, não pode, mas, se há acordo para isso, tem procedimento para resolver: aprova a Emenda e a Subemenda, e rejeita a Subemenda nº 02. Mas não dá para retirar.

 

(Manifestação fora do microfone. Inaudível.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Mais fácil, tem como resolver isso. Não tem problema, vamos resolver. (Pausa.) A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 18, destacada, ao PLCE nº 004/09, como autora.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr. Presidente, colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores, esta Emenda, na verdade, trata da necessidade da preservação de duas importantes atividades culturais no Cais do Porto. Há pouco, nesse último bloco, aprovamos uma Emenda que diz, em termos gerais, que a Feira do Livro seguirá ocorrendo no Cais do Porto, e esta Emenda nº 18 complementa, garantindo os espaços físicos da Feira do Livro. Espero que todos os senhores e as senhoras tenham tido a oportunidade de passear na área infanto-juvenil, durante a Feira do Livro, nos armazéns do Cais. Nós, da Frente Parlamentar de Incentivo à Leitura, estivemos, por dois momentos, naquele espaço, juntamente com vários Vereadores desta Casa. Passeamos por lá, vimos todos os espaços, e não existem só estandes das editoras e livrarias que vendem os livros infantis; ao contrário, é um espaços de formação de leitores, inclusive para os com limitação visual. Também havia espaço para os leitores que moram nas ruas de Porto Alegre e que puderam ter um espaço no armazém – parece-me que foi o Anexo A-1 dos armazéns. Naquele espaço, as escolas da Cidade puderam apresentar e autografar os livros produzidos nas suas escolas. É um espaço que formou uma miscelânea de cultura, leitura, produção, um espaço que sonhamos para o Cais Mauá.

Nós debatemos as diferenças ideológicas, porque não acreditamos na privatização do Cais. Mas, neste caso, estamos debatendo dois eventos que já acontecem na cidade de Porto Alegre: a Feira do Livro e a Bienal, que reúne a obra de artistas latino-americanos, artistas contemporâneos. Eu não acho que seja um debate pouco importante, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras. Neste momento, o cansaço pode ter tomado conta do Plenário e pouco se escutam os Vereadores que estão na tribuna. Mas eu não acredito que haja Vereadores que votarão contra a destinação dos armazéns A, B, A1 e os anexos, onde hoje funcionam essas atividades que são esporádicas, mas que têm que ser garantidas, para que a gente não veja, Ver. João Dib, um Cais do Porto excludente; para que a gente não veja um Cais do Porto que garanta espaços só para a venda de livros, o que também é importante. Como já temos a maior feira de livros ao ar livre da América Latina, também sonhamos que nela aconteçam debates, formação de leitores, assim como uma Bienal de formação de novos artistas, de grandes e intensos debates sobre arte contemporânea. Infelizmente, a Emenda da Frente foi aprovada sem que houvesse um consenso sobre a garantia de utilização dos armazéns, sob pena de, depois de o Projeto aprovado, haver na Feira apenas um corredor para venda de livros, podendo-se perder um excelente espaço de formação de leitores.

Porto Alegre, Ver. João Antonio Dib, merece que os armazéns sirvam para cultura, leitura, arte, literatura, sirvam para as crianças, sirvam para os jovens, sirvam para todos os porto-alegrenses.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Registramos a presença do queridíssimo João Carneiro, Presidente da nossa Câmara Rio-Grandense do Livro, que nos dá a honra da sua presença no Plenário Otávio Rocha.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para encaminhar a votação da Emenda nº 18, destacada, ao PLCE nº 004/09.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Sr. Presidente e pessoas que nos acompanham; Verª Fernanda, venho aqui para defender a Emenda de sua autoria, pois estive também como integrante da Frente Parlamentar de Incentivo à Leitura nas atividades da Feira do Livro. Aqui, na síntese, trata-se de uma proposta que cria uma estrutura de competência do Executivo. E criar é competência, sim, da Câmara, criar atividade. O que não pode é produzir vinculações a determinadas estruturas, a determinados espaços, mas criar a ideia é uma possibilidade de competência, sim, Ver. João Dib, do Legislativo. O que não pode é determinar onde vincula, esta talvez seja uma necessidade de adequação futura, mas a ideia da criação é uma ideia válida, porque eu estive lá e fiquei completamente impressionado com o volume de pessoas, especialmente de crianças, na ala infantil da Feira, que frequentam e animam aquele espaço, e isso deve servir como um incentivo a um espaço criado para ampliação futura, permanente e de atividade perene da cultura, da leitura e da Feira do Livro como um todo. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 21h16min.)

 

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